segunda-feira, 20 de junho de 2011
Porcupine Tree - Stupid Dream (1999)
Como esses caras foram bons! Quando eu ouvi esse álbum pela primeira vêz — e os dois que se seguiram a ele, Lightbulb Sun e In Absentia — ,senti que representava aquilo que eu esperava que fosse o novo caminho para o prog. Ele tem toda a receita: álbum temático, faixas inter-relacionadas, mudanças de compasso, letras muito bem feitas e tal. Deixa de lado o rebuscamento e o pedantismo que acabaram levando o prog à um bêco sem saída e acrescenta timbres atuais, sons capazes de atrair os mais jovens, mesmo recorrendo à riffs de metal. Parece que eles perceberam que para se fazer prog de qualidade não são necessárias cascatas de sintetizadores nem solos intermináveis e nem ser exatamente um virtuoso.
Porcupine Tree nasceu a partir do projeto No-Man, uma parceria entre Steven Wilson e Tim Bowness, onde alguns dos membros atuais também tocaram. No início era só o Steven e suas idéias. Ele estudou guitarra e piano e começou a mexer com música fazendo experiências com fitas, daí a sua inclinação pela ambient music. A Porcupine como banda mesmo, com as idéias de um grupo, começou no disco The Sky Moves Sideways, quando Chris Maitland, Colin Edwin e Richard Barbieri entraram de vêz para o negócio. Barbieri tinha estado na banda Japan, que revelou experimentalistas como Steve Jansen, seu irmão David Sylvian e Mick Karn, e é ele o responsável pelo toque de elegância do som, onde o mínimo é o máximo. Nesse sentido, eles balanceiam muito bem o elétrico e o acústico e abrem espaço para ótimas harmonizações vocais.
Grande banda em grande fase. Essa é a versão remasterizada de 2006.
Steven Wilson -guitarra,piano,samplers,vocal
Richard Barbieri -Hammond,Mellotron,sintetizadores análogos
Colin Edwin -baixo
Chris Maitland -bateria
com
Theo Travis -sax,flauta
1 Even Less
2 Piano Lessons
3 Stupid Dream
4 Pure Narcotic
5 Slave Called Shiver
6 Don't Hate Me
7 This Is No Rehearsal
8 Baby Dream in Cellophane
9 Stranger by the Minute
10 Smart Kid
11 Tinto Brass
12 Stop Swimming
Parrish & Gurvitz - The Parrish & Gurvitz Band (1971)
Paul Gurvitz era barbeiro e Brian Parrish era seu cliente quando os dois resolveram formar uma banda. O nome dela foi The Londoners e mais adiante viraria a The Knack. Depois dela o Paul formou a Gun e também a Three Man Army enquanto o Parrish fêz carreira solo. Até que os dois decidiram trabalhar juntos de novo nessa banda formada em 71 e produzida por George Martin — produtor dos Bitous. Eles gravaram um disco auto entitulado e mais um que nunca foi lançado e nem título tem, pois a banda desmanchou quando o Gurvitz foi formar a Baker Gurvitz Army. Esse álbum tem os dois discos; o não realizado é o CD 1.
Paul Gurvitz -guitarra,vocal
Brian Parrish -guitarra,vocal
Rick Wills - baixo
Mike Kellie -bateria
Mick Gallagher -teclados
CD 1
1 Rainy Day Man
2 Living Out of a Suitcase
3 One Way Street
4 Birmingham
5 Give It All Up
6 When Evening Comes
7 The Preacher
8 On My Way
9 Can We Do It
10 Brown Eyed Woman
CD 2
1 Another Time Another Day
2 It's A Shame
3 Libra
4 I've Got Time
5 Janine
6 Dozy Gwen
7 Why
8 As If I Were Blind
9 More Than Life
10 Loving You
Dexter Gordon - Go! (1962)
Dexter Gordon, falecido em 1990, foi um dos grandes do sax tenôr. Grande musicalmente e em estatura, tinha quase dois metros. Muito criativo dentro do bebop e do hard bop, ele acrescentava elementos de blues e swing ao seu estilo. No início dos anos 60 ele teve problemas com drogas e chegou a ser prêso duas vêzes antes de decidir mudar-se para a França. Um pouco antes disso ele gravou dois discos extraordinários para o sêlo Blue Note, Go! e A Swingin' Affair, mas Go! é reverenciado como um dos mais importantes trabalhos do gênero. Nele, parece que tudo se encaixa perfeitamente; é um quarteto realmente brilhante.
A despeito do talento, Gordon acabou sendo melhor conhecido depois que foi indicado para o Oscar por sua atuação no filme Round Midnight, do diretor francês Bertrand Tavernier. Eu recomendo enfaticamente esse filme até para quem não curte jazz, ou acha que não.
Tavernier quis fazer uma homenagem a Bud Powell e Lester Young mas acabou fazendo-o a toda uma geração de grandes jazistas negros que se mudaram para a Europa. Lá eles encontraram mais reconhecimento e não enfrentaram tanto racismo como na terra natal. O personagem de Dexter tanto poderia ser auto-biográfico, como retratar muitos outros, até mesmo Charlie Parker. E o mais bacana é que o elenco é composto por músicos — Herbie Hancock, Ron Carter, Wayne Shorter, John McLaughlin, Freddie Hubbard — e metade dos diálogos é música.
Dexter Gordon -sax tenor
Sonny Clark -piano
Butch Warren -baixo
Billy Higgins -bateria
1 Cheese Cake
2 I Guess I'll Hang My Tears Out to Dry
3 Second Balcony Jump
4 Love for Sale
5 Where Are You?
6 Three O'Clock in the Morning