sábado, 30 de março de 2013
quinta-feira, 28 de março de 2013
Deep Purple - Who Do We Think We Are (1973)
Esse foi o último álbum da Deep Purple. Pra mim foi, ué! Eu continuei comprando os discos deles, claro, mas não foi a mesma coisa. Diante do que se passava na banda, com Gillan e Blackmore não se falando, com turnês e mais turnês desgastando ainda mais as coisas, era de se esperar pelo pior. Só que foi muito pior. Três mêses depois desse disco ser lançado sob muita pressão da gravadora, Gillan e o grande Roger Glover saíram. Nos seus lugares entraram dois mercenários: um poser funkeiro cheio de caras e bocas e um desafinado que parece cantar com uma batata na goela.
Esse disco é muito injustiçado, principalmente se consideradas as condições em que foi trabalhado. Também não houve como apresentá-lo ao vivo. Eu gosto muito dele, ainda mais nessa versão que contém uns bônus bem legais. Um deles é Painted Horse que Gillan queria que constasse no original e Blackmore indeferiu.
Ian Gillan -vocal,harmônica
Roger Glover -baixo
Ritchie Blackmore -guitarra
Jon Lord -teclados
Ian Paice -bateria
1 Woman From Tokyo
2 Mary Long
3 Super Trouper
4 Smooth Dancer
5 Rat Bat Blue
6 Place In Line
7 Our Lady
8 Woman From Tokyo ('99 Remix)
9 Woman From Tokyo (Alternate Bridge)
10 Painted Horse (Studio Out-Take)
11 Our Lady ('99 Remix)
12 Rat Bat Blue (Writing Session)
13 Rat Bat Blue ('99 Remix)
14 First Day Jam (Instrumental)
terça-feira, 26 de março de 2013
Rory Gallagher - Calling Card (1976)
Certa vêz perguntaram a Jimi Hendrix como era ser o melhor guitarrista do mundo, ao que ele respondeu: Sei lá, pergunte ao Rory Gallagher.
Esse é o oitavo disco da carreira do Melhor Guitarrista do Mundo de Jimi Hendrix e, para muitos, o melhor de todos. Talvez seja mesmo o melhor justamente por ser eclético; e certamente é o mais bem produzido, com a assinatura do grande baixista Roger Glover. Todos os discos anteriores de Rory tinham sido produzidos por ele mesmo, mas para esse ele procurava um cara de mente aberta, pois queria experimentar. De fato, ele tem uma forte influência do jazz e muito de folk jogados no seu boogie-blues-rock. Se isso não fosse ousadia bastante, a faixa 9 foi gravada em torno da mesa de jantar; Rory começou e os outros entraram na onda.
Rory Gallagher –guitarra,harmônica,vocal
Lou Martin –teclados
Gerry McAvoy –baixo
Rod de'Ath –bateria
1 Do You Read Me
2 Country Mile
3 Moonchild
4 Calling Card
5 I'll Admit You're Gone
6 Secret Agent
7 Jack-Knife Beat
8 Edged in Blue
9 Barley and Grape Rag
10 Rue the Day
11 Public Enemy (B-Girl Version)
domingo, 24 de março de 2013
Jimi Hendrix - Winterland Night (2005)
Em outubro de 1968 a Experience realizou seis concertos em três dias no salão Winterland em São Francisco. Estava-se comemorando os dois anos da banda e o lançamento do disco Electric Ladyland. Ao lado das apresentações no Fillmore East, estas são consideradas as melhores que Hendrix fêz na carreira — a banda estava no auge do entrosamento, Noel estava particularmente conectado e fêz um ótimo contraponto ao trabalho mais incrível de guitarra. Like a Rolling Stone tem uma versão mais lenta e bem melhor, Killing Floor é super e Sunshine of Your Love do Cream aqui é toda instrumental, pois Jimi nunca aprendeu a letra.
Esse álbum foi lançado inicialmente pela Polydor, e essa versão tem 3 bonus sobre a original. Ela foi lançada pela Purple Haze Records que foi fundada por Lawrence Miller que comprou os direitos de gravação de John Hillman. Hillman era o advogado e sócio da firma que empresariava Hendrix e era comandada por Michael Jeffery, que cuidava da parte administrativa, e Chas Chandler, que se encarregava dos assuntos de produção musical. Depois que Jeffery morreu num acidente aéreo, coube a Hillman administrar o patrimônio deixado, incluindo a mansão. Nela foram encontrados documentos que atestavam direitos sobre muitas músicas e vários concertos de Hendrix, como este e o Rainbow Bridge. Alegando que Hendrix estava insatisfeito com os caras, que eles estavam petezando a grana, e que iam ser despedidos quando ele subitamente faleceu, a família Hendrix recuperou esses direitos depois de uma batalha judicial. Aí, os mortos de fome lançaram uma caixa com 4 cds.
Jimi Hendrix –guitarra,vocal
Noel Redding –baixo,vocal
Jack Casady –baixo (Killing Floor)
Mitch Mitchell –bateria
CD 1
1 Fire
2 Manic Depression
3 Sunshine Of Your Love
4 Spanish Castle magic
5 Are You Experienced
6 Voodoo Chile (Slight Return)
7 Like A Rolling Stone
CD 2
1 Red House
2 Killing Floor
3 Tax Free
4 Foxy Lady
5 Hey Joe
6 Purple Haze
7 Wild Thing
terça-feira, 19 de março de 2013
Humble Pie - Humble Pie (1970)
O novo Papa recebeu as presidentes de duas repúblicas bananeiras e bem que poderia ter-lhes dito em bom inglês: Eat some humble pie! Boçais como só, as duas iriam de mãos dadas até uma doceria ou coisa que o valha.
Enfim, esse é o terceiro disco da banda Humble Pie e eles já foram mudando o som. Os violões, o traço folk e os teclados dos dois primeiros permaneceram, mas o som ficou mais pesado e deprê, num bom balanço entre os dois principais compositores: Marriott era pelo hard, e Frampton, mais melódico.
Evidentemente, o álbum não tem qualquer relação com as duas chefes bananeiras, até mesmo porque sua capa foi criada por um ilustrador famoso, especializado em desenhar eroticamente mulheres bonitas.
Steve Marriott -guitarra,teclados,vocal
Peter Frampton -guitarra,violão,teclados,vocal
B.J. Cole -violão de aço
Greg Ridley -baixo,vocal
Jerry Shirley -bateria,guitarra,vocal
John Wilson -bateria (2)
1 Live With Me
2 Only a Roach
3 One Eyed Trouser-Snake Rhumba
4 Earth and Water Song
5 I'm Ready
6 Theme from Skint (See You Later Liquidator)
7 Red Light Mama, Red Hot!
8 Sucking on the Sweet Vine
sábado, 16 de março de 2013
King Crimson - Starless and Bible Black (1974)
Estonteante e poderoso foram alguns dos adjetivos usados pela imprensa quando Starless foi lançado. Realmente, com seus riffs e as chocantes mudanças de tempo, o álbum impacta desde o primeiro acorde, ao passo em que faz um contraste usando a delicadeza do violino e do Mellotron. O tom é de sátira ao materialismo e a fragilidade humana, apontando o dedo para o demônio que nos habita.
Essa é a edição especial de 30 anos que teve a qualidade do som sensivelmente melhorada, com dinâmicas até superiores às de edições posteriores. Quem ouviu em vinil com uma boa cápsula, sempre sentiu falta de algumas sutilezas que o cd não trazia até então, e sutilezas estão no preâmbulo do "Pequeno Manual Fripp Para Um Mundo Melhor". Às vêzes a sutileza está até no não fazer algo, como em "Trio" onde Bruford não quis tocar bateria e foi creditado como autor porque deu a melhor idéia para a faixa. O título Starless and Bible Black foi retirado de um texto do poeta Dylan Thomas.
Robert Fripp -guitarras
Bill Bruford -bateria
David Cross -violino,viola,kbds
John Wetton -baixo e vocal
1 The Great Deceiver
2 Lament
3 We'll Let You Know
4 The Night Watch
5 Trio
6 The Mincer
7 Starless And Bible Black
8 Fracture
sexta-feira, 15 de março de 2013
John Cale & Terry Riley - Church Of Anthrax (1971)
Terry Riley é um compositor de vanguarda e Cale é ex-membro da Velvet Underground, que também se aventurava nesse terreno. Riley sempre foi bem mais radical. Minimalista, ele trabalhava sobre a repetição dos sons. Essa única colaboração entre os dois é, no entanto, mais versada no free-jazz.
John Cale -órgão,baixo,harpsichord,piano,guitarra,viola
Terry Riley -piano,órgão,sax soprano
Bobby Columby -bateria
Bobby Gregg -bateria
Adam Miller -vocal
1 Church of Anthrax
2 The Hall of Mirrors in the Palace of Versailles
3 The Soul of Patrick Lee
4 Ides of March
5 The Protege
quinta-feira, 14 de março de 2013
David Peel & The Lower East Side - The Pope Smokes Dope (1972)
David Peel é um poeta de Nova York, ativista político e um corruptor da juventude. Transgressor ao extremo, suas letras abordam desde uma reflexão social até a liberação da maconha e a corrupção policial. Sua música é tão básica que John Lennon, produtor desse disco, cometeu uma sandice ao comparar Peel à Picasso. Aí já foi dose. E por falar em dose, ou overdose, esse álbum foi banido de todo lugar, exceto dos EUA, Canadá, Japão e Vulcano. Também pudera, que coisa mais feia falar essas coisas do Papa, né? Coisa quase tão feia quanto a Yoko Ono que co-produziu esse disco. Quase.
Esse Papa novo ma non troppo parece ser um cara legal, né não?
David Peel -guitarra,vocal
Eddie Ryan -piano
Eddie Mottau -guitarra,violão
Chris Osborne -violão,guitarra
Harold Fisher -bateria
1 I'm A Runway
2 Everybody's Smoking Marijuana
3 The Hippie From New York City
4 The Ballad Of New York City / John Lennon - Yoko Ono
5 The Ballad Of Bob Dylan
6 The Chicago Conspiracy
7 I'm Gonna Start Another Riot
8 McDonalds Farm
9 F Is Not A Dirty Word
10 The Birth Control Blues
11 The Hip Generation
12 The Pope Smokes Dope
13 Amerika (Edit) (With Yoko Ono)
14 How Did You Meet David Peel? (Interview With John Lennon)
15 Everybody's Smokin' - Remix
quarta-feira, 13 de março de 2013
Amon Düül II - Yeti (1970)
Yeti é o segundo álbum da AD II e outra obra-prima repleta de inovações musicais. Muitas faixas são consideradas como o início do space-rock e outras, mais estruturadas, lembram o King Crimson pela maneira que mudam de passagens tranquilas para momentos de violência, torcendo as coisas pra lá e pra cá.
Peter Leopold -bateria
Chris Karrer -violino,guitarras,vocal
John Weinzierl -guitarras,vocal
Falk Rogner -órgão
Renate Knaup -percussão,vocal
Dave Anderson -baixo
Shrat -bongôs,vocal
Rainer Bauers -guitarra,vocal (10)
Ulrich Leopold -baixo (10)
Thomas Keyserling -flauta (10)
1 Soap Shop Rock
2 She Came through the Chimney
3 Archangels Thunderbird
4 Cerberus
5 The Return of Ruebezahl
6 Eye-Shaking King
7 Pale Gallery
8 Yeti (Improvisation)
9 Yeti Talks to Yogi (Improvisation)
10 Sandoz in the Rain (Improvisation)
11 Rattlesnakeplumcake
12 Between The Eyes
terça-feira, 12 de março de 2013
Nappy Brown with The Heartfixers - Tore Up (1984)
Antes de lançar-se em carreira solo, Tinsley Ellis liderou a banda The Heartfixers que aqui acompanha Napoleon Brown no seu retorno à música, depois de muitos anos afastado. Nappy foi um grande cantor de blues e r&b que até se aventurou no rock, tanto que Elvis Presley não perdia um show dele se estivesse na mesma cidade. Ele aprendeu a cantar na igreja e botava um sotaque de gospel em todo o seu trabalho, sempre bastante passional. Sua ascensão se deu ao mesmo tempo que a de Chuck Berry e Little Richard, e a contribuição que deu ao rock não foi menor. Infelizmente ele era do tempo em que as pessoas achavam chique segurar um cigarro entre os dedos, coitado. Morreu.
Nappy Brown -vocal
Tinsley Ellis -guitarra
Oliver Wells -órgão
Scott Alexander -piano
Wayne Burdette -baixo
Michael McCauley -bateria
Albey Scholl -harmônica
Andy Hagan -trompete
George Rollins -trompete
Skip Lane -sax barítono
Bill McPherson -sax tenôr
Yonrico Scott -percussão
1 Who
2 Lemon Squeezin' Daddy
3 Heartbreak
4 Losing Hand
5 Tore Up Over You
6 Hard Luck Blues
7 Hidden Charms
8 It Ain't My Cross To Bear
9 Tonight I'll Be Staying Here With You
10 Jack The Rabbit
11 You Can Make It If You Try
domingo, 10 de março de 2013
Tinsley Ellis - Speak No Evil (2009)
Tinsley Ellis é um excelente guitarrista nascido na Georgia e criado na Flórida. Seu primeiro contato com o blues foi com bandas inglêsas como a Bluesbreakers de John Mayall, Peter Green, Yardbirds e a Derek and the Dominos do Clapton. Talvêz por isso ele tenda a ultrapassar as fronteiras do blues, mas não perde a coerência nem a integridade, como acontece com nove entre dez dos moderninhos. Ellis tem um fraseado que frequentemente é comparado a Stevie Ray Vaughan, porém, nesse disco em particular ele parece muito influenciado por Robin Trower.
Tinsley Ellis -guitarra,vocal
Kevin Mckendree -órgão Hammond,piano
Pete Orenstein -Hammond,piano Wurlitzer
The Evil One -baixo
Jeff Burch -bateria,percussão
1 Sunlight of Love
2 Slip and Fall
3 Speak No Evil
4 It Takes What It Takes
5 Other Side
6 Night Is Easy
7 Left of Your Mind
8 Cold Love, Hot Night
9 Amanda
10 Loving for Today
11 Grow a Pair
12 Rockslide
sábado, 9 de março de 2013
Wayne Shorter - Speak No Evil (1964)
Segundo Herbie Hancock, Wayne Shorter não fazia música e sim remédio para ouvido. É um jeito bem bacana de dizer que ele revolucionou o jazz nos anos 60, introduzindo o elemento surpresa nas suas belas composições, que poderia ser um súbito intervalo, por exemplo. Ele conseguia — e consegue, já que está ativo e acaba de lançar disco — aliar a precisão à liberdade para todos os músicos interpretarem. Ainda segundo Hancock, Shorter era o único que levava músicas para Miles Davis nas quais ele não mudava nada. Aliás, todos menos Freddie Hubbard nesse quinteto foram pupilos de Miles.
Esse disco é de uma sequência de sete lançados em quatro anos, e todos estão entre os mais importantes do gênero. Contudo, Shorter ainda é mais lembrado pelo grande público como membro da Weather Report.
Wayne Shorter -sax tenôr
Freddie Hubbard -trompete
Herbie Hancock -piano
Ron Carter -baixo acústico
Elvin Jones -bateria
1 Witch Hunt
2 Fee-Fi-Fo-Fum
3 Dance Cadaverous
4 Speak No Evil
5 Infant Eyes
6 Wild Flower
7 Dance Cadaverous (alternate take)
sexta-feira, 8 de março de 2013
Skip James - Devil Got My Woman (1968)
Skip James não era um músico profissional, e sim um pastor batista. Ele tornou-se proeminente quando gravou 17 canções para a Paramount em 1931 e depois ficou levando a vida meio de escanteio até o blues revival dos anos 60, quando muitas outras figuras geniais foram resgatadas. Habilidoso tanto no violão como no piano, James interpretava canções auto-biográficas onde a mulher é quase sempre a figura central, e fazia isso de maneira fluida, como um contador de histórias. As faixas nesse álbum são novos arranjos dessas canções, gravadas no Newport Folk Festival de 1964, quatro anos anos antes de seu falecimento.
Skip James – vocal,violão,piano
1 Good Road Camp Blues
2 Little Cow and Calf Is Gonna Die Blues
3 Devil Got My Woman
4 Look at the People Standing at the Judgement
5 Worried Blues
6 22-20 Blues
7 Mistreating Child Blues
8 Sickbed Blues
9 Catfish Blues
10 Lorenzo Blues
11 Careless Love
12 Illinois Blues
sexta-feira, 1 de março de 2013
Paul Kantner and Grace Slick - Sunfighter (1971)
Então? Eu não disse que a Grace e o Paul viraram um casal fofinho? Botaram até a filhota recém nascida na capa! Mais fofinho que isso, só acrescentando um cãozinho.
Eu não estou desdenhando, não. O disco é um importante documento da sua época, uma época conturbada. E não pense que ele é datado. Afinal de contas, o mundo permanece a mesma porcaria; eu diria que está até bem pior. Eles colocam óbvias referências ao Vietnam e hoje a maior parte do mundo está em algum tipo de guerra. Capisci?
Sunfighter foi lançado no período entre a Airplane e a Starship e reuniu todos os membros da primeira e mais um monte de amigos, pra deixar a coisa bem família.
Paul Kantner –vocal,guitarra rítmica
Grace Slick –vocal,piano
Jack Traylor –guitarra,vocal (9)
Jerry Garcia –guitarra (6,7,12)
Jorma Kaukonen –guitarra (5)
Papa John Creach –violino elétrico (1,9)
Craig Chaquico –guitarra (9)
Bill Laudner –vocal (7)
Peter Kaukonen – guitarra,bandolim (3,6)
David Crosby –vocal (5,6,10)
Graham Nash – sintetizador Arp,vocal (5,6,10)
Pat Gleeson –Moog
John Vierra –Sintetizador
Jack Casady –baixo (1,8)
Steven Schuster –flauta,sax
Tower of Power (Greg Adams,Mic Gillette) –metais
Spencer Dryden –bateria (9)
Chris Wing –bateria (8)
Shelley Silverman –bateria (6)
Joey Covington –bateria
Edwin Hawkins Singers (Edwin Hawkins,Walter Hawkins,Tramaine Hawkins,Elaine Kelley,Norma J. King,Barbara Gill,Ruth Wyons,Daphne Henderson,Shirley Miller,Eddie Bayers) –vocal
1 Silver Spoon
2 Diana - Part 1
3 Sunfighter
4 Titanic (Instrumental)
5 Look At The Wood
6 When I Was A Boy I Watched The Wolves
7 Million
8 China (é a filha)
9 Earth Mother
10 Diana - Part 2
11 Universal Copernican Mumbles
12 Holding Together