domingo, 30 de junho de 2013



"... Seu recado foi claro: o rei está nu. O povo está dizendo que este rei — o governo de farsa montado por Lula há mais de dez anos — rouba, mente, desperdiça, não trabalha, trapaceia, vai para a cama com empreiteiros de obras, entrega-se a escroques, cobra cada vez mais imposto e fornece serviços públicos que são um insulto ao país. Acha que pode comprar o povo com fornos de micro-ondas e outros badulaques de marquetagem.
É covarde e hipócrita: depois de provar por A + B que o aumento das passagens era indispensável, a prefeitura paulistana, apavorada provou por A + B que não era, e cedeu a quem chamava de “baderneiros”. Dilma por sua vez, elogiou a todos, dos manifestantes à polícia, e correu para pedir instruções a Lula — mas não admitiu que seu governo tenha a mais remota culpa por qualquer das desgraças que levaram o povo às ruas.
Espera que a revolta se desfaça sozinha como em geral acontece com movimentos que não têm objetivos claros, liderança e disciplina — e volte à sua sagrada popularidade. Pode ser mais difícil, desta vez."

                                                                  jornalista J.R. Guzzo na Veja.

Chris Karrer - Sufisticated (1996)





Chris Karrer é o multi-instrumentista fundador e líder da Amon Düül e membro ocasional da Embryo. Na sua carreira solo ele explora ainda mais as influências  musicais do oriente médio, principalmente nesse seu terceiro e elogiado álbum, numa linha que poderia ser...world-folk-progressivo (?!). Ele é um álbum sobre sons. Sons delicados e de bom gosto, emitidos por instrumentos exóticos e trabalhados por arranjos muito elaborados. Existe uma atmosfera criada pelos teclados entre a percussão que Karrer batizou de "magic sound carpet".


1. Down at the Casbah
Chris Karrer : oud (alaúde), violão 12 cordas, percussão
Peter Paul Kuen : piano, cimbalo, sintetizador baixo, sopros
Rafael Caro Jr. : darbouka, bongôs, percussão

2. Tritonus Andaluz
Chris Karrer : violão, guitarra, sarangi, percussão
Peter Paul Kuen : teclados, gongo
Rafael Caro Jr. : percussão

3. La Bruja Santa
Chris Karrer : violão, violino, côro

4. Taqsim Supreme 
Chris Karrer : oud, riq (pandeiro)
Mostafa Rafaat : nay (sopro oriental)
Christian Burchard (Amon Düül II) : santure (dulcimer percussivo), darbouka (percussão)

5. Al Risha
Chris Karrer : oud
Peter Paul Kuen : teclados, percussão

6. Visions of Suleika
Chris Karrer : sax, violino, violão, guitarra, kakabou, tamborim
Peter Paul Kuen : teclados, loops, flauta elétrica, percussão
Rafael Caro Jr. : bongôs, percussão

7. El Khahira 
Chris Karrer : violino, sax, oud, violão, duff, riq, tamborim
Marika Falk : dombak (percussão)
Mostafa Rafaat : nay
Peter Paul Kuen : gongos, carrilhões, sint. cordas, percusão

8. El Kabira
Chris Karrer : violino, sax, oud, violão, duff, riq, tamborim
Marika Falk : dombak (percussão)
Mostafa Rafaat : nay
Peter Paul Kuen : gongos, carrilhões, sint. cordas, percusão

9. Barbate 
Chris Karrer : violão
Peter Paul Kuen : sound-design

10. Lamento Del Moro
Chris Karrer : sax, violão
Christian Philippi : violão, vocal
Rai Zimzik : violão
Edgar Hofmann : nay
Michael Wehmeyer : órgão

11. Barzah
Yulius Golombeck : oud
Saam : zarb (percussão persa)

12. Hicaz Oyün Havasi
Chris Karrer : violino, sarangi (instrumento hindú de cordas friccionadas), robab (alaúde paquistanês) (ou político petista)
Yulius Golombeck : oud, nay





quarta-feira, 26 de junho de 2013

Snowy White & The White Flames - Keep Out - We Are Toxic (1999)






O Snowy é um guitarrista inglês autodidata que começou a tocar com 11 anos apenas. Nos anos 70 ele conheceu Peter Green, ficaram amigos e ele acabou participando do álbum de regresso de Green após seu inferno das drogas, o In The Skies. Em 77 ele foi recomendado ao pessoal do Pink Floyd que estava procurando um segundo guitarrista para a turnê do álbum Animals. Ele foi tão bem que repetiu a dose no disco e na turnê do The Wall. Quase ao mesmo tempo, Snowy aceitou o convite para ser membro da Thin Lizzy e com ela gravou dois discos e fêz várias turnês. Aí ele montou a banda White Flames com um baterista holandês e um baixista indonésio. Esse é um dos melhores, senão o melhor disco deles. Nos anos que viriam, Snowy manteve seus laços com o pessoal do PF, participando do concerto The Wall em Berlin do Waters  e de outros concertos dele que viraram disco. Também recebeu David Gilmour no seu disco de 99, Melting.
Snowy White é um grande guitarrista, criativo e refinado. Se um dia houver uma lista séria dos grandes do istrumento, ela não será tão séria se ele não estiver nela.


Snowy White -guitarras e vocal
Juan van Emmerloot -bateria, percussão, samplers
Walter Latapeirissa -baixo, baixo sem trastes, violão
Mick "Tinkerbell" Smith -cordas
Paul Lily -cordas
Thomas White -percussão


1 Keep Out-We Are Toxic
2 What Would I Do 
3 Flamingo Lake 
4 Silence in the Valley
5 Naharia 
6 A Piece of the Action
7 Time Waits for No Man
8 Precious
9 When the Rains Don't Come 

terça-feira, 25 de junho de 2013

domingo, 23 de junho de 2013

Soft Works - Abracadabra (2003)






Hugh Hopper,Elton Dean e John Marshall foram membros efetivos da Soft Machine e Allan Holdsworth teve participações esporádicas, gravando os discos Bundles e o Land of Cockayne, se bem que este último é outro assunto. Em 2002 eles se reuniram em Londres para gravar esse álbum que acabou demorando para ser lançado graças ao perfeccionismo dos caras, que quiseram ir gravar os overdubs em Los Angeles. Sorte nossa. Como é de se esperar, o álbum tem mais jazz, um pouco de fusion e pouquíssimo de Canterbury. Holdsworth e Dean dividem os solos, Hopper é econômico e preciso como sempre, e Marshall é um grande baterista. Uma super banda.


Allan Holdsworth -guitarra,Synthaxe
Elton Dean -sax alto,saxello,piano elétrico Fender Rhodes
Hugh Hooper -baixo
John Marshall -bateria

1 Seven Formerly
2 First Trane
3 Elsewhere
4 K Licks
5 Baker's Treat
6 Willie's Knee
7 Abracadabra
8 Madame Vintage

sábado, 22 de junho de 2013

Soft Machine Legacy - Live At The New Morning (2006)





Alguns acham que a Soft Machine Legacy é uma espécie de banda tributo — e se ouviu muito isso quando ela se apresentou em São Paulo na Virada Cultural de 2011. A bem da verdade, ela é a continuação da sempre mutante Soft Machine pois ali estão seus membros e eles construíram algo novo sobre as fundações antigas, ainda que executem aquele repertório. Hoje a formação está de novo diferente pois Elton Dean faleceu em 2006 e Hugh Hopper foi-se em 2009. 
A raíz da Legacy está também em outra banda formada em 1978 chamada Soft HEAD, onde as 3 primeiras letras vêm de Hugh, Elton e Alan (Gowen), e o D é do baterista Dave Sheen. Essa formação gravou um disco ao vivo chamado Rogue Element, porém Sheen saiu. Para o disco de estúdio voltou o baterista original Pip Pyle e então o nome mudou para Soft HEAP. Vinte anos depois, Hopper e Dean montaram a Soft Ware com John Marshall e Keith Tippett. Em 2003 eles voltaram com Alan Holdsworth no lugar de Tippett na Soft Works, e no ano seguinte formaram a Legacy. Ela lançou um disco ao vivo e outro de estúdio antes deste outro, também ao vivo, gravado em Paris, em dezembro de 2005. É o grande momento deles e é daqueles discos que nos lembram que ouvir música é, acima de tudo, um grande prazer. Infelizmente, dois meses depois Elton Dean faleceria. 


Elton Dean -saxello,sax alto,Fender Rhodes
John Etheridge -guitarra
Hugh Hopper -baixo
John Marshall -bateria

CD 1:
1 Ash
2 Seven for Lee
3 1212
4 Baker's Treat

CD 2:
1 Has Riff
2 Kings & Queens
3 Sideburn
4 Two Down
5 Kite Runner
6 Strange Comforts

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Soft Machine - Virtually (1971)






Agora com Elton Dean no line-up, esse concerto abrange o material dos albuns Third e Fourth. Ele foi gravado em 23 de março de 71 para a Radio Bremmen alemã, no palco do Gondel Filmkunsttheater. A qualidade do som é excelente e as performances também, se bem que Robert Wyatt quase se abstém dos vocais. Virtually também é um bom documento da mudança do rock com um teco de jazz  para o jazz-rock propriamente dito.


Elton Dean -sax alto,saxello,piano elétrico
Mike Ratledge -piano elétrico,órgão
Hugh Hopper -baixo
Robert Wyatt -bateria


1 Facelift
2 Virtually
3 Slightly all the Time
4 Fletchers Blemish
5 Neo-Caliban Grides
6 Out Bloody Rageous
7 Eamonn Andrews
8 All White
9 Kings and Queens
10 Teeth
11 Pigling Bland

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Soft Machine - Live At The Paradiso 1969 (1995)






A sessão desse álbum aconteceu no dia 29 de março de 1969 em Amsterdã. Inicialmente ele foi lançado como um bootleg, porém a qualidade do som é muito boa, tanto para um bootleg como para a época, daí a sua oficialização até por selos diferentes. O concerto serviu como uma prévia do álbum Volume Two, que já estava pronto mas ainda não tinha ido para as lojas. Kevin Ayers havia deixado a banda, então Hugh Hopper também toca guitarra em algumas faixas. No entanto o destaque vai para a performance de Robert Wyatt. A foto da contracapa inclui o Elton Dean e é a mesma foto que serviu de capa para o BBC in Concert — Elton Dean só entraria no ano seguinte para gravar o álbum Third.


Mike Ratledge -órgão,teclados
Hugh Hopper -baixo,guitarra,vocal
Robert Wyatt -bateria,percussão,vocal

1 Hulloder
2 Dada Was Here
3 Thank You Pierrot Lunaire
4 Have You Ever Bean Green?
5 Pataphysical Introduction Pt. II
6 As Long as He Lies Perfectly Still
7 Fire Engine Passing With Bells Clanging
8 Hibou, Anemone and Bear
9 Fire Engine Passing With Bells Clanging (Reprise)  
10 Pig
11 Orange Skin Food  
12 A Door Opens and Closes
13 10:30 Returns to the Bedroom

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Aera - Humanum Est / Hand Und Fuß (1974/1976)






Eu não me sinto muito confortável quando lido com o rótulo "krautrock". Primeiro, porque a expressão foi cunhada pela imprensa britânica no sentido jocoso, de desdém. Depois, porque o krautrock é muito amplo. Tem a cena eletrônica, o prog, a experimental... E tem uma parte grande que fundiu o jazz ao rock, em boa medida influenciada pela cena Canterbury. É exatamente o caso da banda Aera. Ela vai na mesma linha da Embryo, Missus Beastly, Munju, Moira, etc., e foi formada pelo saxonista Klaus Kreuzeder, que era cadeirante. Outro líder era o guitarrista Muck Groh, ex-Ihre Kinder, e juntos eles esbanjaram solos espaciais sobre uma boa base de percussão. Esse cd reúne seus dois primeiros discos. Depois deles, a banda foi perdendo membros para outras e o terceiro disco, chamado Türkis,  saiu com uma mudança substancial também no som, que se tornou mais sinfônico com um montão de teclados — econômicos até aqui. Embora algumas frases sejam insistentemente repetidas, a Aera foi uma das bandas mais inventivas da cena alemã, carregando uma forte influência da Soft Machine.


Muck Groh -guitarra
Klaus Kreuzeder -sax,flauta
Jonas Porst -teclados
Dieter Bauer -baixo
Peter Malinowski -baixo 
Wolfgang Teske -bateria
Lucky Schmidt -bateria
Christoph Krieger -violino
Onkel Latzi -sax barítono,oboé


1 Papa Doing
2 Demmerawäng
3 Hodibbel
4 Sechs Achtel
5 Jonas Shläft
6 Alois' Flötending
7 Mechelwind
8 Alabaster Keaton
9 Wrdlbrmfd (Fürn Karl Valentin)
10 Elephen Elephants
11 Herbszeitlos
12 Ad Absurdum
13 Kamele On

sexta-feira, 14 de junho de 2013

The Wilde Flowers - The Wilde Flowers (1994)







Bem, e foi aqui que tudo começou. Se a Wilde Flowers não tivesse existido, talvez o próprio estilo Canterbury não existisse. Talvez a fusão do rock pscodélico com o jazz fosse feita de outra forma, ou noutra época. Talvez outros estilos que beberam dessa fonte, como o krautrock, por exemplo, teriam um outro jeito. Quem sabe?
A Wilde Flowers nunca lançou um disco, nem um single sequer. Tudo que deixaram foram algumas gravações feitas em datas e locais diferentes que, a julgar pela pouca qualidade do som, mais parecem demos que não entusiasmaram a ponto de merecerem uma produção melhor. São boas canções, contudo. Tem um pouco de blues, um pouco de folk, beatpop e psicodélico, que já iam levando o tempero jazístico. Esse cd é um documento de tudo que foi encontrado da Wilde e de uma banda paralela, a Zobe, que compartilharam membros da formação que variou bastante entre 1964 e 1969.


Robert Wyatt -bateria,percussão,vocal
Richard Sinclair -guitarra,vocal
Hugh Hopper -baixo,sax alto
Brian Hopper -guitarra,sax alto e tenôr
Kevin Ayers -vocal
Graham Flight -vocal,harmônica
Pye Hastings -guitarra,vocal
Dave Sinclair -baixo,teclados
Dave Lawrence -baixo,vocal
Richard Coughlan -bateria


1  Impotence
2  Those Words They Say
3  Memories
4  Don't Try to Change Me
5  Parchman Farm
6  Almost Grown
7  She's Gone
8  Slow Walkin' Talk
9  He's Bad for You
10 It's What I Feel (A Certain Kind)
11 Memories (Instrumental)
12 Never Leave Me
13 Time After Time
14 Just Where I Want
15 No Game When You Lose
16 Impotence
17 Why Do You Care (Zobe)
18 The Pieman Cometh (Zobe)
19 Summer Spirit (Zobe)
20 She Loves to Hurt
21 The Big Show
22 Memories

terça-feira, 11 de junho de 2013

Gilgamesh - Gilgamesh (1975)





Gilgamesh surgiu dois anos antes da National Health na cena Canterbury, mas já um pouco tarde no cenário musical geral, uma vêz que a disco music soltava suas penas, o punk já começava a exalar seus odores,  e a indústria da música já não tinha o mesmo cuidado pela música de qualidade — hoje já nem sabe mais o que é música. Eles tinham se inspirado no som da Hatfield and the North e tiveram até a mesma vocalista. O líder era o tecladista Alan Gowen e ele procurou equilibrar as composições bem estruturadas do prog com o improviso inerente ao jazz. Esse é o primeiro disco da banda e depois dele ela se separou. Gowen entrou para a National Health em 78 e depois reuniu a Gilgamesh com a colaboração de Hugh Hopper da Soft Machine. Um segundo álbum foi lançado e ficou por aí. Gowen e Hopper continuaram a parceria em outros projetos até que Gowen faleceu prematuramente em 1980, vítima de leucemia.


Alan Gowen -Clavinet,Mellotron,piano,piano elétrico,sintetizadores
Phil Lee -guitarra
Amanda Parsons -vocal
Jeff Clyne -baixo elétrico e acústico
Mike Travis -bateria


1 One and More/Phil's Little Dance (For Phil Miller's Trousers)/Worlds ...
2 Lady and Friend
3 Notwithstanding
4 Arriving Twice
5 Island of Rhodes/Paper Boat/As If Your Eyes Were Open
6 For Absent Friends
7 We Are All/Someone Else's Food/Jamo and Other Boating ...
8 Just C

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Henry Cow - Leg End (1973)






A Henry Cow foi formada em 1968 por Fred Frith e Tim Hodgkinnson que eram colegas na faculdade de música em Cambridge. No início era um duo de dois mesmo e eles tinham como uma influência em comum o estilo Canterbury, especialmente a música da Soft Machine. Mas não só essa. Eles também curtiam Zappa e vários compositores eruditos e concretos. No mesmo ano eles adicionaram um baterista, um guitarrista e o baixista Andrew Powell — que viria a ser um renomado regente e que colaborou com Alan Parsons. Logo esse quinteto de cinco estava abrindo shows do Pink Floyd no circuito universitário. 
Nos seus dez anos e pouco de funcionamento a Henry Cow mudou várias vêzes de formação, sempre em torno do duo inicial, mas John Greaves e Chris Cutler foram mais ou menos constantes. A música deles foi muito além do estilo Canterbury, do jazz-rock e do próprio prog. Eles puseram em prática idéias de vanguarda e uma postura totalmente anti-comercial, fundando um novo gênero: o Rock in Opposition ou RIO (não me caia na tentação de fazer trocadilho com aquela merda de Rock in Rio, pelamordedeus, hein!).
Esse é o primeiro disco deles, também conhecido como Legend.


John Greaves -baixo,piano,vocal
Chris Cutler -piano,trompete,bateria,vocals,instrumentos de brinquedo
Fred Frith -guitarra,piano,violino,teclados,viola,vocal
Tim Hodgkinson -órgan,clarineta,piano,teclados,sax,vocal
Geoff Leigh -clarineta,flauta,sax,vocal,tapes


1 Nirvana for Mice 
2 Amygdala 
3 Teenbeat Introduction 
4 Teenbeat 
5 Nirvana Reprise 
6 Extract from with the Yellow...
7 Teenbeat Reprise 
8 Tenth Chaffinch 
9 Nine Funerals of the Citizen King 

quinta-feira, 6 de junho de 2013

National Health - National Health (1977)





A National Health foi uma deliciosa banda que emergiu tardiamente no movimento Canterbury e, talvez por isso mesmo, reuniu o quem é quem da coisa. O som dela é mais prog que o das demais, mas ainda infectado por jazz. É bem verdade que a gente precisa tomar cuidado com esses rótulos todos. A maioria dos caras relacionados com o movimento Canterbury o rejeita. Robert Wyatt dizia que não tinha nada a ver com o lugar, apenas coincidiu de ir finalizar os estudos lá. Dave Stewart então, disse que só se apresentou por alí e mais nada. O único cara natural do lugar era Hugh Hopper. O fato é que a Wilde Flowers formou-se ali, chamou a atenção, e a imprensa é que criou o rótulo. Bem, mas voltando à National, ela formou-se da reunião de membros das bandas Hatfield and the North, Gilgamesh e Henry Cow e seu nome foi inspirado num prosaico par de óculos que Dave Stewart recebeu do sistema de saúde nacional britânico. Que inveja, não é mesmo? Aqui no Brasil o sistema nacional de saúde não está dando nem atendimento, ultimamente. Ah...mas o Ministério da Saúde ia gastando alguns milhões na confecção de cartazes em homenagem ao Dia das Prostitutas


Dave Stewart -piano elétrico e acústico,órgão
Phil Miller -guitarra
Neil Murray -baixo
Pip Pyle -bateria e percussão
Alan Gowen -Moog,piano (1,2,3)
Jimmy Hastings -flauta e clarineta
John Mitchell -percussão
Amanda Parsons -vocal


1. Tenemos Roads 
2. Brujo 
3. Borogoves (Excerpt from part two) 
4. Borogoves (Part one)
5. Elephants 


segunda-feira, 3 de junho de 2013

Delivery - Fools Meeting (1970)





A Delivery surgiu lá pelo meio dos anos 60 como uma banda de R&B e tinha como fundadores os irmãos Miller e Pip Pyle, três expoentes da cena Canterbury. Ao passo em que alguns membros saíram e outros entraram, eles foram misturando o rock ao jazz. Roy Babbington, futuro membro da Nucleus e da Soft Machine, teve um papel importante nisso. Em 69 eles fizeram uma parceria com a cantora e poetisa Carol Grimes para lançarem juntos esse álbum aqui. Por razões contratuais ela não pôde figurar como membro da banda, então o disco saiu na época como Carol Grimes & Delivery. Aí a gravadora insistiu que a garota deveria seguir carreira solo, que ela poderia ser a Janis Joplin britânica (tinham falado a mesma merda para Maggie Bell) e ela caiu. Depois do lançamento de Fools Meeting a banda deu um tempo e foi reformulada dois anos depois com a entrada do ex-Caravan Richard Sinclair no baixo. Logo adiante Steve Miller deu lugar a Dave Stewart nos teclados e banda passou a se chamar Hatfield and the North.


Steve Miller -piano 
Phil Miller -guitarra 
Roy Babbington -baixo 
Pip Pyle -bateria
Carol Grimes -vocal,percussão
Lol Coxhill -sax soprano e tenôr
Roddy Skeaping -violino (Miserable Man)
Richard Sinclair -baixo (One for You)

1 Blind To Your Light 
2 Miserable Man
3 Home Made Ruin 
4 Is It Really The Same 
5 We Were Satisfied 
6 The Wrong Time
7 Fighting It Out 
8 Fools Meeting 
9 Harry Lucky
10 Home Made Ruin (alternate take) 
11 Is It Really The Same (live) 
12 Blind To Your Light (live) 
13 One For You