terça-feira, 30 de março de 2021

Frank Zappa, Captain Beefheart & The Mothers - Bongo Fury (1975)







Não faltaria quem dissesse que dois malucos juntos não teria como dar certo. Mas deu. Zappa e Beefheart eram amigos de infância e sempre trocaram figurinhas. Zappa foi o responsável pela carreira musical do amigo e produziu seu grande clássico Trout Mascara Replica. Eles ainda tinham a mesma queda pela anarquia e pelo humor. Mas em 72 Beefheart queixou-se que o amigo tentava vendê-lo como uma esquisitice. Bem, o que pensar de um cara que viajava com tudo o que possuía no mundo em sacolas de loja? E que frequentemente as esquecia?

Em 1975 Captain Beefheart estava sem sua Magic Band por problemas contratuais — tinha o hábito de assinar qualquer papel sem ler. Ele estava pensando em abandonar a música e estava abusando do álcool também. Então Zappa o convidou para a turnê Bongo Fury que originou este álbum gravado ao vivo numa cervejaria de Austin, Texas. 
De cara, percebe-se a intensidade da interpretação que Beefheart dá às letras de Zappa. Consta que ele constantemente reclamava do volume pois não conseguia ouvir a própria voz. Aparentemente ele forçava a musculatura da garganta e do pescoço ao ponto de prejudicar a própria audição.




Frank Zappa - guitarra, vocal
Captain Beefheart (Don Van Vliet) - harmônica, vocal
George Duke - teclados, vocal
Denny Walley - guitarra slide, vocal
Napoleon Murphy Brock - sax, vocal
Bruce Fowler - trombone
Tom Fowler - baixo
Chester Thompson - bateria (5, 6)
Terry Bozzio - bateria




1 Debra Kadabra
2 Carolina Hard-Core Ecstasy
3 Sam With The Showing Scalp Flat Top
4 Poofter's Froth Wyoming Plans Ahead
5 200 Years Old
6 Cucamonga
7 Advance Romance
8 Man With The Woman Head
9 Muffin Man


 

sábado, 27 de março de 2021

Banging Colours – Hallucinogenic Treasures From The Convolution Of An Imaginative Brain (1967 - 1969)







Banging Colours parecia fadada a existir somente na memória do público que frequentava o underground londrino no final dos anos 60 e a viu dividindo o palco com Hendrix, com a Pink Floyd e com a Soft Machine, The Pretty Things e a Tomorrow, entre outras. De fato, os melhores sites especializados e as melhores publicações, como a Tapestry of Delights, simplesmente a desconhecem.

Então, um pesquisador realizou um trabalho meticuloso e encontrou fitas que nunca se transformaram num LP ou mesmo num single. E o mais impressionante é a qualidade dessas fitas; parecem gravações atuais. Elas mostram uma banda fundindo o rock ao jazz principalmente pela levada da bateria. Também mostra uma banda a frente do seu tempo ao incluir um violino na formação — durante seu curto período de existência não há lembrança de outra banda com um violino proeminente. Ela seria, portanto, um embrião do rock progressivo e na medida em que as faixas avançam vão surgindo algumas sons dos primeiros dias da Pink Floyd ou coisas que a Genesis mostraria anos mais tarde.




Manny Wolfe - órgão, piano, Mellotron, vocal
Keith Friedell - violino, bandolim
Young Patel - guitarra, violão, bandolim
Pekka Jokinen - baixo
Bas Ricken - bateria, percussão




CD 1: The Studio Recordings
1   The Love And The Fun Brigade (Full Stereo)
2   Evaporation Of Linearity
3   If God's A Fly
4   Tapestry Puzzle
5   Primrose Hill
6   Ivica
7   Waves
8   The Letter
9   Toward The Great Oneness
10 Magic Theatre
11 The Love And Fun Brigade (Mono Single)


CD 2: Live Jams And Radio Sessions
1   Gustav Metzger Improv I
2   Gustav Metzger Improv II
3   Gustav Metzger Improv III
4   Gustav Metzger Improv IV
5   Gustav Metzger Improv V
6   Radio Session Improv I
7   Radio Session Improv II
8   Radio Session Improv III
9   Fool's Parsley In Pills


 

quarta-feira, 24 de março de 2021

Gamma - Darts (1974)







Essa banda Gamma é holandesa e foi formada por Paul Poulissen. Este é o segundo dos dois discos que lançou e foi um avanço em relação ao primeiro. Ele trouxe uma nova formação sem um vocalista e direcionou o som mais ao jazz-rock, abrangendo influências da cena Canterbury até ao jazz latino. O clima de relaxamento só é quebrado quando a guitarra de Lex Bolderdijck entra — aí, acaba lembrando a Focus.




Paul Poulissen - piano Fender Rhodes, órgão Hammond, Mellotron, sintetizador ARP, metais, espineta
Wouter Hasebos - guitarra rítmica e solo
Lex Bolderdijck - guitarra (2, 5, 6)
Rob Goubitz - baixo
Hans Van Der Schaft - bateria, percussão
Bob Martens - percussão




1 Wishing Like Children (part one)
2 Wishing Like Children (part two)
3 Exposal
4 Endless
5 Goodbye Holiday
6 Darts
7 Anna's Mood
8 Heart Rythm
9 Your Face



 

sexta-feira, 19 de março de 2021

Secret Oyster - Secret Oyster (1973)







Secret Oyster foi, de fato, uma continuação da também dinamarquesa Burnin' Red Ivanhoe, que havia se separado em 1972 em meio à disputas entre Karsten Vogel e os outros membros acerca de qual direção a banda seguiria. E, se o rock dinamarquês começou com a Burnin' Red Ivanhoe, a Secret Oyster foi sua primeira super-banda. Com músicos excelentes, Vogel tinha o veículo perfeito para explorar o jazz-rock inspirado em parte pela Weather Report, mesmo porque ela não tinha um guitarrista como Claus Bøhling.
Este é o primeiro dos quatro discos que lançou numa carreira de certo modo esquizofrênica. Acontece que depois do lançamento deste disco, Vogel viu que tinha composto várias músicas de rock que fugiam do escopo da Secret Oyster e eram bem do estilo da Burnin' Red Ivanhoe. Então ele ressuscitou a BRI com essa mesma formação e o nome da banda era apenas uma formalidade.
Secret Oyster foi um sucesso de crítica e de vendas em toda Europa.




Karsten Vogel - sax alto, sax soprano, órgão
Claus Bøhling (Hurdy Gurdy) - guitarra
Kenneth Knudsen (Coronarias Dans) - piano elétrico
Mats Vinding - baixo
Bo Thrige Andersen - bateria
com:
Bo Stief - baixo (8)
Ole Streenberg - bateria (9)




1 Dampexpressen
2 Fire & Water 
3 Vive la quelle? 
4 Blazing Lace 
5 Public Oyster 
6 Mis(s) Fortune 
7 Ova-X 
8 Dampexpressen (live)
9 Orlavær 


 

quinta-feira, 18 de março de 2021

quarta-feira, 17 de março de 2021

Daydé - Daydé (1971)







Joël Daydé foi o vocalista da banda Zoo. Pouco mais de um ano após o lançamento do primeiro álbum da Zoo ele saiu. Estreou sua carreira solo com este álbum e deixou para trás o som influenciado pelo jazz e pelo funk. 
Daydé é um bom álbum de blues-rock psicodélico com climas variados. Ruim é não trazer créditos decentes em nenhuma edição. O único que recebe uma justa menção é o excelente guitarrista Claude Engel, talvez por obrigação com a gravadora.
No mesmo ano Joël lançou um sigle com a música "Mamy Blue" que fez um enorme sucesso nas rádios do mundo todo.




Joël Daydé - vocal, harmônica, guitarra, ?
Claude Engel (Magma) - guitarra
Dudu - ?
Paco - ?




1   I'm Very Well (Part One)
2   Can I Live My Life
3   Confusion
4   See Here [Rory Gallagher]
5   Cocaine
6   Main Line
7   The Great Love
8   You Got Freedom
9   You Honey
10 I'm Very Well (Part Two)



 

terça-feira, 16 de março de 2021

Zoo - Zoo (1969)







Interessante banda francesa formada em 1968 por Joël Dayde, Daniel Carlet e Michel Hervé. Seu som ficou entre o pessoal da cena Canterbury e a atonalidade de Frank Zappa. É um jazz-rock com pequenas tendências progressivas que esteve à frente do seu tempo ao incluir o funk no seu caldeirão. Durou pouco mais de três anos, gravou três discos e gravou seu nome na história do rock francês.




Joël Dayde - vocal
Pierre Fanen - guitarra
Michel Bonnecarrere - guitarra rítmica
Andre Hervé - órgão Hammond
Tony Canal - trompete
Daniel Carlet - sax tenor, violino
Michel Ripoche - sax tenor, violino
Michel Hervé - baixo
Christian Devaux - bateria




1 If You Lose Your Woman
2 Ramses
3 Bluezoo
4 Rhythm And Boss
5 Memphis Train
6 Samedi Soir A Carnouet
7 You Sure Drive A Hard Bargain
8 Mammouth

 

segunda-feira, 8 de março de 2021

Zarathustra - Zarathustra (1971)







Zarathustra foi uma obscura banda de Hamburgo que apesar de ter tirado seu nome da filosofia alemã, inspirou sua música nas bandas britânicas do final dos anos 60. Pela forte presença do órgão, a primeira que vem à mente é a Atomic Rooster. Mas a gente também se lembra da Vanilla Fudge e das conterrâneas Frumpy e Tomorrow's Gift. Ela pegou o Hard Rock e colocou as tendências progressivas da época com bastante competência nos arranjos e na execução instrumental. O que faltou foi originalidade. Mas mesmo assim, naquilo a que se propôs fazer, fez bem.
Ela tinha contrato com o selo Metronome que lançou a Amon Düül e a Birth Control, entre tantas grandes bandas. Contudo, a Zarathustra só lançou esse disco.




Ernst Zerzner - vocal
Wolfgang Reimer - guitarra, vocal, percussão
Klaus Werner - órgão
Michael Just - baixo, vocal
Wolfgang Behrmann - bateria, percussão




1 Eternal Light 
2 Mr. Joker 
3 Past Time 
4 Nightmare
5 Sad Woman 
6 Ormuzd


 

domingo, 7 de março de 2021

East Of Eden - Mercator Projected (1969)







East Of Eden foi uma banda prog que incorporou elementos musicais do oriente e do jazz também. Ela foi formada em Bristol, em 1967, pelo multi-instrumentista Dave Arbus. 
Arbus tinha estudado violino mas só depois de ver Jean-Luc Ponty e seu violino elétrico é que ele percebeu o quanto poderia expandir seu trabalho com um instrumento igual. 
Em 1968 a banda mudou-se para Londres e atraiu seguidores tocando nos clubes da cena underground. Eles conseguiram um contrato com a gravadora Decca, que apesar da importância e tamanho, não valorizava os artistas progressivos, exceção feita a The Moody Blues. Então, uma banda que estava sendo aclamada pela originalidade e pelo nascente jazz-rock na sua receita, que poderia ter alcançado o mesmo patamar de sucesso da Mahavishnu Onchestra, não passou de uma atração cult local. 
Mercator Projected é o disco de estréia dela. O segundo álbum ainda estava sob contrato com a Decca e nele a banda foi mais fundo no jazz-rock, obtendo um maior sucesso comercial. Mas aí o Nicholson, o Dufont e o York saíram e o som mudou drasticamente. York foi para a Manfred Mann's Chapter 3.




Dave Arbus - violino elétrico, flauta, gaita de fole, gravador, sax  (2 at once)
Geoff Nicholson - guitarra, vocal
Ron Caines - sax alto, sax soprano (acústicos e amplificados), órgão, vocal (4)
Steve York - baixo, harmônica, kalimba
Dave Dufont - bateria, percussão




1 Northern Hemisphere 
2 Isadora 
3 Waterways
4 Centaur Woman
5 Bathers
6 Communion 
7 Moth 
8 In The Stable Of The Sphinx 
9 Waterways (Demo July 1968)
10 In The Stable Of The Sphinx (Demo July 1968)
11 Eight Miles High 


 

sábado, 6 de março de 2021

Forgas - Cocktail (1977)







Patrick Forgas é um multi-instrumentista francês, mais dedicado à bateria, na qual aperfeiçoou sua técnica obsessivamente. Ele é um fã declarado da Soft Machine e de Robert Wyatt mas passou um bom tempo tocando outros gêneros antes de encontrar o pessoal certo para trabalhar no estilo Canterbury da coisa.
Forgas misturou um pouco de Zeuhl e Funk, especialmente no baixo, e criou um jazz-rock muito legal nesse disco de estréia. A banda é ultra afiada.
Depois desse álbum Forgas sumiu, voltando nos anos 90 com a Forgas Band Phenomena.




Patrick Forgas - bateria, vocal, guitarra, baixo, sintetizador, percussão
Jean-Pierre Fouquey - teclados
Dominique Godin - teclados, sax (11)
Gérard Prévost (Zao) - baixo
Didier Thibault - baixo (11)
Laurent Roubach - guitarras
Patrick Tilleman - violino
Patrick Lemercier - violino
Francois Debricon - sax, flauta
Bruce Grant - sax




1 Automne 69
2 Monks (La danse des moines)
3 Reflet d'ail
4 Coeur violon
5 Orgueil
6 Vol d'hirondelles
7 Cocktail
8 Rituel
9 Rhume des foins
10 My Trip
11 My Trip (Demo 1975)
12 Cocktail (Middle Section)
13 Cocktail (Main Theme)
14 Plein Les Poches
15 Paris-Londres
16 Nos Chevaux Emmêlés
17 Magie Major
18 Comme Un Hibou
19 Poursuite
20 Elle Qui Attend
21 Arrête-Toi
22 Espoir
23 Descendez Pour Vous Rhabiller


 

quarta-feira, 3 de março de 2021

Energúmeno




Energumĕnos, do latim, ou energoúmenos, do grego: pessoa possuída pelo demônio; pessoa que se faz acompanhar pelo demônio ou que é guiada por ele.

 

Return To Forever - Returns (2008)







Trinta e dois anos depois do último disco de estúdio da RTF, ela voltou. Nos anos oitenta houve uma breve reunião mas nada foi gravado.
Essa é conhecida como a formação clássica por causa do álbum Romantic Warrior, por si um grande clássico, muito embora Al Di Meola tivesse sido recrutado para substituir Bill Connors, aos 19 anos de idade.
Consta que os próprios caras se surpreenderam com a química ainda existente entre eles e depois com a energia no palco.
No início a Return to Forever encontrou certa resistência por ser considerada uma aventura comercial, o que é verdade. Só que ela ajudou a mudar a música, não só o jazz e o rock. Chick Corea, quando compôs a música Theme to the Mothership para o terceiro disco, acreditava que a RTF era mesmo a nave-mãe que romperia fronteiras.
Em 2011 houve uma nova reunião, desta vez sem Meola, mas com Jean-Luc Ponty e Frank Gambale. 




Chick Corea - Yamaha grand piano C3MP, piano Fender Rhodes Midi Mark V, Minimoog Voyager, Prophet-5, Yamaha Motif, sequenciadores
Al Di Meola - guitarra, violão
Stanley Clarke - baixo elétrico, baixo acústico
Lenny White - bateria




CD 1
1 Opening Prayer
2 Hymn Of The Seventh Galaxy
3 Vulcan Worlds
4 Sorceress
5 Song To The Pharaoh Kings
6 Al`s Solos
7 No Mystery

CD 2
1 Friendship - Chick's Solo
2 Romantic Warrior
3 El Bayo De Negro - Stanley's Solo
4 Lineage - Lenny's Solo
5 Romantic Warrior
6 Duel Of The Jester And The Tyrant
7 500 Miles High
8 BBC Lifetime Achievement