segunda-feira, 29 de junho de 2015

13th Floor Elevators - Easter Everywhere (1967)






Em 1967 a 13th Floor Elevators lançou seu segundo e, praticamente, último álbum. Ela foi formada no ultra-conservador Texas e foi a primeira banda a tocar rock psicodélico como um gênero estabelecido. Nas suas letras e até mesmo nos seus encartes, eles prescreviam o uso do LSD para se atingir um nível mais elevado de consciência. Esse nível mais elevado permitiu que Roky Erickson passasse o resto da vida com problemas mentais. Tommy Hall usava um garrafão de bourbon como instrumento e, segundo uma lenda, fazia a afinação colocando erva lá dentro. Contudo, nesse álbum há um nível mais elevado de música. Eles pesquisaram na cultura oriental, no budismo e no induísmo, e incluíram inclusive conceitos de física quântica. Pouco depois, foi todo mundo em cana. Roky Erickson foi transferido para um hospital/presídio psiquiátrico por esquizofrenia, e só saiu em 1973.



Roky Erickson - vocal, guitarra rítmica, harmônica
Tommy Hall - jug (garrafão, chaleira)
Stacy Sutherland - guitarra
Dan Galindo - baixo
Danny Thomas - bateria
John Ike Walton - bateria (3, 8)
Ronnie Leatherman - baixo (3, 8)
Clementine Hall - backing vocal (9)



1   Slip Inside This House
2   Slide Machine
3   She Lives (In A Time Of Her Own)
4   Nobody To Love
5   Baby Blue
6   Earthquake
7   Dust
8   Levitation
9   I Had To Tell You
10 Postures (Leave Your Body Behind)
11 Splash 1
12 Kingdom Of Heaven
13 You're Gonna Miss Me
14 Reverberation (Doubt)
15 You Don't Know
16 Fire Engine
17 Monkey Island
18 Roller Coaster
19 Levitation (Instrumental)
20 I Don't Ever Want To Come Down (Previously Unreleased)

quinta-feira, 25 de junho de 2015

The Mothers Of Invention - Absolutely Free (1967)





Em maio de 1967 Frank Zappa lançou seu segundo álbum, creditado a sua banda. Na verdade, ele foi gravado sete meses antes mas o selo Verve atrasou o lançamento pois queria censurar as letras. As partes, enfim, fizeram um acordo e o álbum saiu sem o livreto, que podia ser pedido pelo correio. Como se deduz disso, Absolutely Free é isso mesmo, e cheio de sátira social e política. De certa forma ele fica datado; seria melhor compreendido naquele momento. Contudo, visto do alto, percebe-se logo que ele continua atual e que suas sátiras tornaram-se até amenas. O som pula do garage-rock para o jazz de vanguarda em poucas linhas, naquela sua peculiar insanidade. Esquisitices inclusas, as harmonias e as mudanças de tempo bem que podem ter influenciado Jethro Tull e Yes.


Frank Zappa - guitarra, vocal, regência
Jim Fielder - guitarra, piano
Don Preston - teclados
Bunk Gardner - sopros
Roy Estrada - baixo, vocal
Jimmy Carl Black - bateria, vocal
Billy Mundi - bateria, percussão
Ray Collins - percussão, vocal
com
Marshall Sosson - violino
Jimmy Getzoff - violino
Alvin Dinkin - viola
Armond Kaproff - cello
Don Ellis - trompete
John Rotella - clarineta contrabaixo
Terry Gilliam (Monty Python) - voz
Herb Cohen - efeitos
Lisa Cohen - vocal


Absoutely Free (1st In A Series Of Underground Oratorios)
1  Plastic People
2  The Duke Of Prunes
3  Amnesia Vivace
4  The Duke Regains His Chops
5  Call Any Vegetable
6  Invocation & Ritual Dance Of The Young Pumpkin
7  Soft-Sell Conclusion
8  Big Leg Emma
9  Why Don'tcha Do Me Right?

The M.O.I. American Pageant (2nd In A Series Of Underground Oratorios)
10 America Drinks
11 Status Back Baby
12 Uncle Bernie's Farm
13 Son Of Suzy Creamcheese
14 Brown Shoes Don't Make It
15 America Drinks & Goes Home

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Captain Beefheart And His Magic Band - Safe as Milk (1967)





1967 foi bastante prolífico para a música. Além da Pink Floyd, o mundo viu a estréia em disco de outra figura revolucionária: Captain Beefheart. Esse nome foi dado a Don Van Vliet por Frank Zappa e seria um personagem de um filme que nunca foi realizado. Van Vliet sempre mereceu comparações superlativas: mais importante que os Beatles, tão inovador para o rock quanto Charlie Parker foi para o jazz ou Leadbelly foi para o blues, e por aí vai. Ele usou o blues do Delta como base e foi acrescentando free-jazz, música de vanguarda, rock clássico, psicodélico e pop. Estruturalmente, ele quis romper dogmas inspirado por movimentos semelhantes nas artes plásticas, daí sua importância. Contudo, não é um disco recomendado para se ouvir num primeiro encontro, nem no segundo — e nem depois do casamento, sem fones. 



Don Van Vliet, aka Captain Beefheart - vocal, harmônica, marimba
Alex Snouffer, aka Alex St. Clair - guitarra
Jerry Handley - baixo
John French, aka Drumbo - bateria, percussão
Ry Cooder - guitarra, slide, baixo (8, 11)
com
Jeff Cotton - guitarra (13 à 19)
Taj Mahal - percussão
Russ Titelman - guitarra
Milt Holland - bateria, percussão
Dr. Samuel J. Hoffman aka Sam Hoffman - Theremin



1   Sure 'Nuff 'N Yes I Do
2   Zig Zag Wanderer
3   Call On Me
4   Dropout Boogie
5   I'm Glad
6   Electricity
7   Yellow Brick Road
8   Abba Zaba
9   Plastic Factory
10 Where There's Woman
11 Grown So Ugly
12 Autumn's Child
13 Safe As Milk (Take 5)
14 On Tomorrow
15 Big Black Baby Shoes
16 Flower Pot
17 Dirty Blue Gene
18 Trust Us (Take 9)
19 Korn Ring Finger

terça-feira, 23 de junho de 2015

Pink Floyd - The Piper At The Gates Of Dawn (1967)






Recentemente o senhor George Roger Waters veio dizer que eles eram muito ruins no início. Tudo bem, se ele disse está dito. O que eu posso dizer é que gostaria que meu carro fosse ruim assim. 
Da PF eu também não vou falar nada porque todo mundo conhece, todo mundo sabe, tá cheio de info por aí. Seus discos podiam ser encontrados nas prateleiras do Bruno Blois e do Pão de Açúcar. Hoje em dia nem tanto, principalmente quanto aos primeiros. Esse é o álbum de estréia, ruim como whisky Jura de 30 anos. A PF entrou no mesmo estúdio e ao mesmo tempo em que os Beatles gravavam o seu Sgt. Pepper's, e enquanto George Martin fazia suas invenções de estúdio, Syd Barrett inventava música. Ele experimentou com pedais, com câmaras de eco, botou fluido dentro de sonofletor, mexeu no seu Selmer Truvoice, introduziu o Selmer Buzz-Tone ... e produziu um estilo atonal muito raro no rock, talvez só igualado a Frank Zappa na época. Também, as progressões harmônicas do Rick Wright davam-lhe muita liberdade para improvisar. Acrescente aí as letras filosóficas, a melancolia e aquele combustível que os levava ao espaço, e terá um dos mais incríveis discos de estréia já lançados — ruim como um Aston.



Syd Barrett - guitarra, vocal
Rick Wright - órgão, piano
Roger Waters - baixo, vocal
Nicky Mason - bateria, percussão


1   Astronomy Domine
2   Lucifer Sam
3   Matilda Mother
4   Flaming
5   Pow R. Toc H.
6   Take Up Thy Stethoscope And Walk
7   Interstellar Overdrive
8   The Gnome
9   Chapter 24
10 Scarecrow
11 Bike







sexta-feira, 19 de junho de 2015

The Boneshakers - Book Of Spells (1997)






Esse é um outro caso de excelentes músicos fazendo excelente música numa época em que o mercado estava todo canalizado (e à céu aberto também) para o esgoto. Por isso a banda não prosperou. Na verdade, a The Boneshakers eram dois carinhas: Randy Jacobs, um ótimo guitarrista na linha de Hendrix, e o Sweet Pea Atkinson, um vocalista e multi-instrumentista. Cada um na sua, tocaram com um monte de gente — de Elton John à Bonnie Rait, de Seal e Paula Abdul à Keb Mo e B.B. King. Eles fizeram uma combinação muito legal de soul, R&B e funk que faz jus ao nome com o qual foram batizados — por Bonnie Rait. Imagine James Brown acompanhado por Jimi Hendrix; é um exagero mas nem tanto.



Randy Jacobs - guitarra, baixo, teclados
Sweet Pea Atkinson - vocal
John Gilutin - teclados
Jamie Muhoberac - teclados
Scott Spock - teclados
Ted Andreadis - harmônica, teclados, vocal
Bill Bergman - sax
Lance Morrison - baixo
Nathan Brown - baixo
Trent Stroh - baixo, bateria
Curt Bisquera - bateria
Denny Weston, Jr. - bateria
Lenny Castro - percussão
Myrna Smith - vocal
Portia Griffith - vocal
Sir Harry Bowens - vocal



1   Cold Sweat
2   Break Down The Walls
3   I Blew Up The United States
4   Part Time Man
5   I'm Living All Of My Days For You
6   Welcome To My Life
7   Why Don't You Want Me
8   Queenie's Groove
9   Let's Straighten It Out
10 The One You Run To
11 Don't Tear My Heart Apart
12 Long Way Down
13 Fudge Brownie

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Izzy Stradlin and the Ju Ju Hounds - Izzy Stradlin and the Ju Ju Hounds (1992)






Izzy Stradlin foi o guitarrista rítmico e o principal compositor da Guns 'n' Roses. Ele saiu da banda quando ela estava no auge. Em tempo, eu sempre achei a Guns 'n' Roses uma bosta, mas o Izzy merece respeito. Ele havia largado as drogas e não podia mais conviver num ambiente onde cheirar e injetar eram mais frequentes que escovar os dentes. Daí ele montou essa banda e foi fazer a música que queria, do jeito que 
queria. Nesse disco ele expõe suas raízes, a influência de Keith Richards e dos Stones, e o prazer de tocar. 



Izzy Stradlin - guitarra, harmônica, vocal, percussão
Rick Richards (Georgia Satellites) - guitarra, percussão
Jimmy Ashhurst (Buckcherry, Cult) - baixo, vocal
Charlie "Chalo" Quintana (Social Distortion) - bateria
com
Marc Ford (Black Crowes) - guitarra slide (não creditado)
Ronnie Wood (Faces, Stones) - guitarra, vocal (9)
Nicky Hopkins (Climax B. B., Jeff Beck Group, Quicksilver M. S.) - piano (10)
Ian McLagan (Faces, Small Faces) - Hammond B-3, piano
Craig Ross - guitarra (1, 5)
Eddie Ashworth - bandolim (3, 7, 10)
Oyster Boys - palmas (3)
Doni Gray - bateria, vocal (10)
Maxine Waters, Julia Waters, Terri Wood - backing vocal (10)
Mikey Dread - backing vocal (2)


1   Somebody Knockin'
2   Pressure Drop
3   Time Gone By
4   Shuffle It All
5   Bucket O' Trouble
6   Train Tracks
7   How Will It Go
8   Cuttin' The Rug
9   Take A Look At The Guy
10 Come On Now Inside

terça-feira, 16 de junho de 2015

Georgia Satellites - Georgia Satellites (1986)





Formada na mesma Atlanta um pouco antes da The Black Crowes, a Georgia Satellites tinha outra coisa em comum com ela: escavar as raízes do rock numa época em que as gravadoras não davam espaço para esse tipo de música. Pode-se dizer que as duas bandas também compartilharam algumas influências como a Rolling Stones e a Faces, mas o som da Georgia Satellites não se misturou tanto quanto o da outra, mantendo-se básico e enfezado. Ainda comparando, esse primeiro disco também estourou, puxado pela faixa "Keep Your Hands To Yourself", um clássico do rhythm & blues. A banda lançou mais dois discos mas como disputar espaço com Bon Jovi, Cyndi Lauper & Cia. estava difícil, separou-se em 1989.


Dan Baird - guitarra, vocal
Rick Richards - guitarra
Rick Price - baixo
Mauro Magellan - bateria


1   Keep Your Hands To Yourself
2   Railroad Steel
3   Battleship Chains
4   Red Light
5   The Myth Of Love
6   Can't Stand The Pain
7   Golden Light
8   Over And Over
9   Nights Of Mystery
10 Every Picture Tells A Story

segunda-feira, 15 de junho de 2015

The Black Crowes - The Southern Harmony And Musical Companion (1992)





Mesmo com seus altos e baixos, idas e vindas, a The Black Crowes é uma banda com muitas qualidades. Uma dessas qualidades foi a de fazer sua música sem consultoria de mercado. Com uma mistura muito legal de blues e soul com rock sulista e boa influência dos Stones, o tipo de música que eles fizeram não era o que estava sendo consumido aí pelo final dos anos 80. Houve até quem lhes acusasse de imitar bandas como a Stones ou a Faces por conta das guitarras e da voz à la Rod Stewart, como se ter influências fosse um pecado. Ainda assim, o primeiro disco estourou e mostrou que ser honesto consigo mesmo é uma virtude afinal. Com esse segundo álbum a banda amadureceu. The Southern Harmony And Musical Companion marcou a estréia do guitarrista Marc Ford, contratado pouco antes do início das gravações. Os irmãos Robinson lhe deram trinta músicas para aprender e quando ele chegou no estúdio, eles já tinha reescrito tudo. Ao final tem-se um grande álbum que trata de coisas da vida, de desilusões, de perdas e fracassos e de como para tudo há remedy ou salvação.



Chris Robinson - vocal, harmônica, percussão
Rich Robinson - guitarra
Marc Ford - guitarra
Ed Hawrysch - piano elétrico Wurlitzer, Hammond B3, piano
Johnny Colt - baixo
Steve Gorman - bateria
Chris Trujillo - percussão
Barbara Mitchell - vocal
Joy - vocal


1   Sting Me    
2   Remedy  
3   Thorn in My Pride     
4   Bad Luck Blue Eyes Goodbye     
5   Sometimes Salvation    
6   Hotel Illness   
7   Black Moon Creeping   
8   No Speak No Slave     
9   My Morning Song     
10 Time Will Tell 

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Elements - Forward Motion (1984)





Depois de tocar com Miles Davis, o saxofonista Bill Evans participou de um projeto de Mark Egan e Danny Gottlieb, ambos membros da banda de Pat Metheny. O disco chamou-se Elements e os quatro músicos continuaram como uma banda. O som é aquele fusion clássico dos anos 80 que vale a pena quando executado por músicos tão bons. Bill Evans é quem mais se aventura em improvisos.



Mark Egan - baixo sem trastes de 4 e 8 cordas
Danny Gottlieb - bateria e percussão
Bill Evans - sax tenôr e soprano
Clifford Carter - teclados


1 Romper Room
2 Spiral
3 Forward Motion
4 Baby Bossa
5 Heartlake
6 3-Way Mirror

terça-feira, 9 de junho de 2015

Miles Davis - We Want Miles (1982)






Esse foi o segundo álbum de Miles Davis em que Mike Stern atuou e é o primeiro ao vivo que Miles gravou após seu afastamento de 6 anos, para cuidar da saúde. Ele alterna entre o fusion e o jazz-rock, e é mais rock justamente quando Stern toma a frente. Inicialmente, o álbum teve seu lançamento restrito ao Japão, onde foi gravado na sua maior parte — outras sessões são de Nova York e Boston. Ele também marca a estréia do saxofonista Bill Evans, que adiante seria membro chave da nova encarnação da Mahavishnu Orchestra. 



Miles Davis - trompete, piano elétrico
Mike Stern - guitarra
Bill Evans - sax tenôr e soprano
Marcus Miller - baixo
Al Foster - bateria
Mino Cinelu - percussão


CD 1
1 Jean Pierre
2 Back Seat Betty
3 Fast Track
4 Jean Pierre (alt.)
5 Ursula
6 Aida

CD 2
1 My Man's Gone Now
2 Kix
3 Fat Time

domingo, 7 de junho de 2015

Mike Stern - Play (1999)





Quem esteve se apresentando por aqui foi o Mike Stern; ele tocou em São Paulo e no festival de Paraty. 
"Play" é o nono disco solo dele e contém apenas composições próprias. O álbum é considerado como seu melhor trabalho até aqui e o é, certamente, pelos músicos que participam dele. Não é diminuir o talento do rapaz, não. Afinal, quem foi aluno de Pat Metheny e tocou com Miles Davis nem precisa de elogios. Acontece que com Bill Frisell, Scofield e Cia., esse tinha que ser a cereja do bolo, até aqui. Mas como elogio é sempre bom, falemos do respeito dele para com os demais e do espaço que ele dá a eles. Por fim, curto muito o Stern, mas Frisell é o cara.


Mike Stern - guitarra 
Bill Frisell - guitarra (4, 6, 7, 10)
John Scofield - guitarra (1, 2, 3)
Jim Beard - teclados (1, 2, 3, 5, 6, 8, 9)
Bob Malach - sax tenôr (3, 5, 6, 8, 9)
Lincoln Goines - baixo
Dennis Chambers - bateria, percussão (5, 8, 9)
Ben Perowsky - bateria, percussão (1, 2, 3, 4, 6, 7, 10)


1   Play
2   Small World
3   Outta Town
4   Blue Tone
5   Tipatina's
6   All Heart
7   Frizz
8   Link
9   Goin' Under
10 Big Kids