sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Uriah Heep - Look At Yourself (1971)







Look At Yourself é o terceiro disco da Uriah Heep e foi lançado apenas alguns meses depois de Salisbury. Embora tenha menores porções progressivas que seu antecessor, neste a banda enfim encontrou sua assinatura musical — o hard rock pesado e por vezes melódico, feito sobre arranjos progressivos. O experimentalismo fica por conta da participação dos membros da banda Osibisa na faixa 1. Look At Yourself é um álbum memorável de uma banda ainda subestimada.




David Byron - vocal
Mick Box - guitarra, violão
Ken Hensley - órgão, piano, violão, guitarra, vocal (1)
Paul Newton - baixo
Iain Clark - bateria
com
Manfred Mann - Moog (3,4)
Teddy Osei - percussão (1)
Mack Tontoh - percussão (1) 
Loughty Amao - percussão (1)




1   Look At Yourself 
2   I Wanna Be Free 
3   July Morning 
4   Tears In My Eyes 
5   Shadows Of Grief 
6   What Should Be Done
7   Love Machine 
8   Look At Yourself (Single version) 
9   What's Within My Heart (Out-Take) 
8   What's Within My Heart ( Look At Yourself Sessions Out-Take) 
9   Why (Look At Yourself Sessions Out-Take)
10 Look At Yourself (Alternative Single Version) 
11 Tears In My Eyes (Extended Version) 
12 What Should Be Done (Out-Take, Original Studio Version) 
13 Look At Yourself (BBC Session #) 
14 What Should Be Done (BBC Session #)

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Ken Hensley - Proud Words On A Dusty Shelf (1973)






O multi-instrumentista Ken Hensley esteve na primeira formação da Uriah Heep e permaneceu na banda até 1980. Ele não foi exatamente um fundador dela, uma vez que Mick Box e David Byron começaram a coisa lá em 1967, como The Stalkers. Contudo, Hensley logo assumiu o papel de principal fonte criativa. Esse é o seu primeiro disco solo e foi gravado aos poucos durante um ano, entre 1971 e 72. Hensley toca quase tudo nesse disco, com uma ajuda dos colegas de UH Thain e Kerslake, mais o baixista Dave Paul. Na verdade, ele está mais ao violão e na guitarra do que no órgão. O som também é bem diferente do da Uriah Heep, mas sua voz está quase idêntica a de Byron. E é um disco muito legal. 




Ken Hensley - guitarra, violão, órgão, piano, teclados, vocal
Gary Thain - baixo
Dave Paul - baixo
Lee Kerslake - bateria, percussão




1   When Evening Comes 
2   From Time to Time 
3   A King Without a Throne 
4   Rain
5   Proud Words 
6   Fortune 
7   Black Hearted Lady
8   Go Down
9   Cold Autumn Sunday 
10 The Last Time

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Be Bop Deluxe - Modern Music (1976)







Bill Nelson formou a Be Bop Deluxe em 1972 e sempre fez o possível para que ela não figurasse completamente num único rótulo. Seu trabalho era comparado ao do David Bowie na época por causa da ficção científica, Ziggy, blá-blá-blá... Então já iam botando ela no rótulo glam. Só que sua música era muito mais complexa que qualquer outra do gênero e Bill Nelson era (é) um guitarrista muito mais sofisticado que Mick Ronson, por exemplo. Pelo fato de ela se equilibrar entre o pop e o prog também a comparam à Roxy Music. Fazer o quê, o homem é o animal comparativo. 
Modern Music é o quarto disco e talvez o melhor.




Bill Nelson - guitarra, vocal, percussão
Andrew Clark - teclados, percussão
Charles Tumahai - baixo, vocal, percussão
Simon Fox - bateria, percussão




1   Orphans Of Babylon
2   Twilight Capers
3   Kiss Of Light
4   The Bird Charmers Destiny
5   The Gold At The End Of My Rainbow
6   Bring Back The Spark
7   Modern Music
8   Dancing In The Moonlight (All Alone)
9   Honeymoon On Mars
10 Lost In The Neon World
11 Dance Of The Uncle Sam Humanoids
12 Modern Music (Reprise)
13 Forbidden Lovers
14 Down On Terminal Street
15 Make The Music Magic
16 Futurist Manifesto
17 Quest For The Harvest Of The Stars
18 Autosexual


segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Bill Nelson - Northern Dream (1971)






Northern Dream é o disco de estréia do líder da banda Be-Bop Deluxe, um ilustre guitarrista, compositor, produtor e pintor, cuja carreira é marcada pelo experimentalismo. Ele foi gravado de modo rudimentar na casa do seu colega de banda Richard Brown, no interior da Inglaterra, e foi financiado por uma loja de discos local. Por obra do destino, o LP caiu nas mãos do célebre John Peel, o DJ da BBC que foi um dos primeiros a dar espaço ao rock psicodélico e ao prog. Northern Dream tem sua base no folk e suas letras são profundas, pois além de grande guitarrista, nelson também é poeta.





Bill Nelson - violão, guitarra, slide, baixo, flauta
Gareth Eilledge - baixo
Richard Brown - bateria
Liam Arthurs - baixo
Richard Brown - Harmonium
Richard Brown - piano




1   Photograph (A Beginning)
2   Everyone's Hero
3   House Of Sand
4   End Of The Seasons
5   Rejoice
6   Loves A Way
7   Northern Dreamer (1957)
8   Bloo Blooz
9   Sad Feelings
10 See It Through
11 Smiles
12 Chymepeace (An Ending)

sábado, 24 de setembro de 2016

Rory Gallagher - Rory Gallagher (1971)







Aos oito anos de idade Rory Gallagher obteve seu primeiro violão e aprendeu a tocar sozinho. Aos doze venceu um concurso de talentos e comprou sua primeira guitarra como dinheiro do prêmio. Em 1971 a Taste parecia ter um futuro promissor: conquistou uma legião de fãs e entre eles estava John Lennon; tocou no festival da ilha de Wight; mas Gallagher decidiu sair e montar sua própria banda. Seus parceiros, Charlie McCracken e John Wilson, formaram a Stud que não prosperou. Esse é o primeiro disco solo, gravado com o engenheiro Eddy Offord, mais conhecido pelo trabalho com o Yes, mas que já tinha trabalhado com a Taste. E o disco não foge muito daquela linha. Suas raízes estão no blues do Delta e, no mais, é a liberdade do Rory. É bem verdade que é um álbum com menos pirotecnia na Stratocaster do que os posteriores, e talvez po isso seja um dos melhores.




Rory Gallagher - guitarra, bandolin, harmônica, sax alto, vocal
Gerry McAvoy (Nine Below Zero) - baixo
Wilgar Campbell - bateria
com
Vincent Crane (Atomic Rooster) - piano




1   Laundromat
2   Just The Smile
3   I Fall Apart
4   Wave Myself Goodbye
5   Hands Up
6   Sinner Boy
7   For The Last Time
8   It's You
9   I'm Not Suprised
10 Can't Believe It's True
11 Gypsy Woman (Muddy Waters)
12 It Takes Time (Otis Rush)

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Taste - Taste (1969)







A Taste não foi a primeira banda de Rory Gallagher mas é como se tivesse sido, pois a anterior, The Impact, foi inexpressiva e não durou. A Taste foi formada em 1966, na Irlanda, por Rory, Eric Kitteringham no baixo e Norman Damery na bateria. Em 1968 entraram McCracken e Wilson. O som deles é um blues-rock cru e feroz, centrado na figura de Gallagher e com certa influência da Cream. No ano seguinte eles assinaram contrato com a Polydor e excursionaram com a Blind Faith, sendo que esse disco de estréia foi lançado em seguida. A maioria das composições são do Gallagher, e esse nunca foi seu forte, muito menos assim, no início. Portanto as letras são meio ingênuas. Mas como o que importa é a guitarra, quem liga? Tem alguém cantado? Nem vi.




Rory Gallagher - guitarra, vocal
Richard "Charlie" McCracken (The Spencer Davis Group) - baixo
John Wilson (Them, Stud) - bateria



1 Blister On The Moon
2 Leaving Blues (Leadbelly)
3 Sugar Mama (Howlin' Wolf)
4 Hail
5 Born On The Wrong Side Of Time
6 Dual Carriageway Pain
7 Same Old Story
8 Catfish
9 I'm Moving On




segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Grobschnitt - Grobschnitt (1972)







A Grobschnitt, como tal, surgiu em abril de 1971 mas sua história começou em 1965 numa banda beat chamada The Universal. Esta evoluiu para uma chamada The Crew, que foi uma das primeiras a tocar rock genuinamente alemão. Ela mudou o nome para The Crew Blues Band, não deu certo e se separou em duas: Charing Cross e Wutpickel. Isso foi em 1969. Em 1970 ambas se reuniram sob o nome Charing Cross e depois virou Grobschnitt. Suas influências são um cruzamento de Pink Floyd e Yes com Zappa e Gong. Aliás, assim como na Gong, os membros da Grobschnitt também adotavam pseudônimos. Por tudo isso, a banda estreou já madura, balanceando o space-rock e o rock clássico em arranjos complexos para a dupla de guitarras e os teclados.




Hermann Quetting (Quecksilber) - órgão, piano, espineta, percussão
Gerd-Otto Kühn (Lupo) - guitarra
Stefan Danielak (Wildschwein) - guitarra rítmica, vocal
Bernhard Uhlemann (Bär) - baixo, flauta, percussão
Joachim Ehrig (Eroc) - bateria, percussão, efeitos eletrônicos
Axel Harlos (Felix) - bateria, percussão




1 Symphony
   a) Introduction 
   b) Modulation 
   c) Variation 
   d) Finale 
2 Travelling 
3 Wonderful music 
4 Sun trip
   a) Am Ölberg (Mount of Olives) 
   b) On the way 
   c) Battlefield 
   d) New era 
5 Die Sinfonie (Live)

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Vespero - Surpassing All Kings (2009)







Vespero é uma excelente banda russa formada por instrumentistas e compositores realmente especiais. Sua música é um space-rock psicodélico instrumental bastante complexo e cheio de mudanças no tempo, executadas com tanta precisão que faz parecer que cada faixa jamais terminará. Acima de tudo, esse pessoal faz música com muito bom gosto, e aí eu ressalto as vocalizações da Natalya Tujrina e a levada jazzy do baterista Ivan Fedotov.




Alexander Kuzovlev - guitarra, eletrônicos
Alexei Klabukov - teclados, 
acordeon (7)
Natalya Tujrina - voz
Arkady Fedotov - baixo, sintetizador, voz(4, 5)
Ivan Fedotov - bateria, percussão




1 Glass Rainbow (A Sign) 2 Salma Simiere (Cross And Crown)
3 The Tower (XVI)
4 Lino (Similar They Speak) 5 Serata (i.n.s.i.e.m.e.) 6 Glide (Like A Swan) 7 Sever (Surpassing All Kings)



terça-feira, 13 de setembro de 2016

The Spacious Mind - The Mind of a Brother (1999)







Esse pessoal que está renovando o space-rock também está levando adiante a ideia das jam bands. Aliás, levando para o estúdio também, especialmente as bandas da Escandinávia como a sueca Spacious Mind. A base do som dela é o rock psicodélico, bem ao estilo dos primeiros discos da Pink Floyd. Esse disco, em particular é bem mais agressivo que os demais e talvez seja o melhor que lançaram, porque não conheço todos. Um comentário sobre ele que li e gostei muito dizia que é como estar em 1969, só que com melhor tecnologia e com piores drogas. Boa viagem.





Jens Unosson - sintetizadores, órgão Hammond, eletrônicos
Henrik Oja - guitarra, e-bow, violão, vocal, percussão
Thomas Brännström - guitarra, e-bow, violão, vocal, glockenspiel, flauta
Mårten Lundmark - baixo, violão, guitarra, vocal
David Johansson - bateria, percussão




1 The Prophet I Am
2 House In The Country
3 Interplanetarian Lovemachine Pt.III - The Final Solution
4 The Closer You Get To The Sun
5 Outlaw Mutation Boogie
   a. Compost Modern People
   b. Cornbread Jam
   c. Star Harvest
   d. Walk on Down the Road
   e. I Want You to Be Free

sábado, 10 de setembro de 2016

Widespread Panic - Don't Tell The Band (2001)







Não há banda semelhante à Widespread Panic e muito poucas cobrem tanto terreno quanto ela, tanto musical quanto geograficamente falando. E essa vastidão às vezes está numa única música. Ela é um fenômeno no seu país pois mesmo sem ter um contrato com uma major e mesmo sem aparecer na mídia, ela lota seus concertos e arrasta uma legião de fãs onde quer que vá. Unanimemente diz-se por lá que ela é uma banda que tem que ser curtida ao vivo — imagine que há uma versão da faixa 1 desse disco com 30 minutos de improvisações. Os dois primeiros discos de estúdio da WP foram primorosos. Para os seguintes ela incorporou mais membros e a coisa meio que entrou numa fôrma; muito legal, mas sempre mais do mesmo. Don't Tell The Band é o sétimo disco de estúdio e é diferente. Michael Houser vinha lutando contra um câncer no pâncreas e todos sabiam que ele não conseguiria. Então eles aproveitaram que estavam num selo novo, o Sanctuary, e deixaram a coisa rolar. O resultado é que não há uma faixa fraca aqui, e aí eu sugiro que se deixe a faixa 1 para o fim porque Little Lilly é que é muito legal. Houser de fato faleceu no ano seguinte e sua família pediu que a banda continuasse.




John Bell - vocal, guitarra
Michael Houser - guitarra, vocal
John Hermann - teclados, vocal
David Schools - baixo, vocal
Todd Nance - bateria, vocal
Domingo S. Ortiz - percussão
com
Randall Bramblett - sax tenor (5)
John Keane - pedal steel (4), ruídos na guitarra (9)




1   Little Lilly
2   Give
3   Imitation Leather Shoes
4   This Part Of Town
5   Sometimes
6   Thought Sausage
7   Down
8   Big Wooly Mammoth / Tears Of A Woman
9   Casa Del Grillo
10 Old Joe
11 Action Man
12 Don't Tell The Band

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

JPT Scare Band - Sleeping Sickness (2000)







Essa foi uma jam band na melhor definição da expressão. São faixas de 12, 13 e até 15 minutos de demência quase toda instrumental cometida por um power trio que sobreviveu à uma colisão entre as vans do Cream e de Jimi Hendrix. Essas e outras faixas foram gravadas entre 1974 e 1976, em Kansas City, algumas delas em um gravador de carretel num porão, e não foram lançadas na época. Em 1994 foram reunidas em dois LPs chamados "Acid Acetate Excursion" e "Rape Of The Titan's Sirens" e o  trio só autorizou que elas fossem lançadas em vinil — sim, os caras ainda estão tocando juntos. Esse CD, o primeiro oficial, contém a mistura dos dois. O selo Kung Bomar foi criado pelo trio justamente para lançar as insanidades que deixaram gravadas, bem como o material novo.




Terry Swope - guitarra, vocal
Paul Grigsby - baixo, vocal
Jeff Littrell - bateria, vocal




1 Sleeping Sickness
2 Slow Sick Shuffle
3 King Rat
4 It's Too Late
5 Acid Acetate Excursion
6 I've Been Waiting
7 Time To Cry

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Moby Grape - Moby Grape (1967)







A Moby Grape surgiu em 1966 e um dos seus fundadores foi Alexander "Skip" Spence que havia estado no embrião da Quicksilver Messenger Service — depois ele participou como baterista do disco de estréia da Jefferson Airplane. Esses caras tinham muito talento mas a banda foi atrapalhada pela ganância e incompetência do produtor e da gravadora. Ambos organizaram festas absurdamente idiotas para o lançamento disco. Ao invés de popularizar a banda, isso atraiu a antipatia dos críticos. Além disso, perceba que o baterista estica o dedo do meio ali na foto da capa, coisa que não pegou nada bem na super progressista sociedade norte-americana da época e até obrigou a fazerem retoques na gráfica.
O som da Moby Grape vai muito na linha das primeiras jam bands, com músicas curtas e excitantes, num paralelo com o que a Grateful Dead estava fazendo, e num outro com o pop dos Beatles. A Led Zeppelin excursionou com ela e tocava suas músicas nos concertos. E Eric Clapton certa vez declarou que Jerry Miller era o melhor guitarrista do mundo.
É bem verdade que a banda não nasceu da amizade entre seus membros, dos ensaios na garagem e tal. Ela foi reunida pelo produtor. Os caras praticaram muito, ensaiaram muito, todos compunham, todos cantavam, e tornaram-se amigos no processo. Mas as tensões surgiram, as drogas entraram, Skip Spence começou a pirar e, aí, já sabe.




Peter Lewis - guitarra rítmica, vocal
Jerry Miller - guitarra, vocal
Skip Spence - guitarra rítmica, vocal
Bob Mosley - baixo, vocal
Don Stevenson - bateria, vocal




1   Hey Grandma
2   Mr. Blues
3   Fall On You
4   8:05
5   Come In The Morning
6   Omaha
7   Naked If I Want To
8   Someday
9   Ain't No Use
10 Sitting By The Window
11 Changes
12 Lazy Me
13 Indifference
     Studio Recordings, 1967:
14 Rounder (Instrumental)
15 Looper (Audition Rec.)
16 Indifference (Audition Rec.)
17 Bitter Wind
18 Sweet Ride (Never Again)

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Quicksilver Messenger Service - Happy Trails (1969)







Embora menos conhecida, a Quicksilver foi uma das estrelas do acid-rock ao lado da Big Brother and the Holding Company, da Grateful Dead e da Jefferson Airplane. Ela surgiu em São Francisco e na sua primeira formação contava com o vocalista e guitarrista Dino Valente e o também guitarrista Skip Spence, da Moby Grape. Valente foi preso por uso de drogas e Spence foi para a Jefferson Airplane. John Cipollina e David Freiberg convidaram Gary Duncan e Greg Ellmore que eram de uma banda chamada The Brogues e, pronto, estava formada uma das melhores jam bands. A Quicksilver ganhou fama pelas apresentações ao vivo e, especialmente, pelas performances de Cipollina e Freiberg. Happy Trails é o segundo disco dela e foi gravado justamente ao vivo, nos festivais Fillmore East e West. Não se sabe exatamente o que foi gravado em qual, porém parece um disco "ao vivo no estúdio" por conta dos overdubs que recebeu. O disco é centrado em duas músicas de Bo Diddley e a faixa título, imaginem só, é um sucesso do cowboy Roy Rogers totalmente repaginado e lisergicamente executado. É uma viagem ácida. O cowboy partindo, deixando tudo que ama para trás... Parece a história do engenheiro brasileiro que se sente como um filho de bêbado em relação ao seu país: O ama mas não suporta vê-lo assim, e parte. Torço muito por caminhos melhores para todos nós. Ao menos a Bolsa subiu.




Gary Duncan - guitarra, vocal
John Cipollina - guitarra, vocal
David Freiberg - baixo, vocal
Greg Ellmore - bateria




1   Who Do You Love, part 1 (Bo Diddley)
2   When You Love
3   Where You Love
4   How You Love
5   Which Do You Love
6   Who Do You Love, part 2
7   Mona (Bo Diddley)
8   Maiden Of The Cancer Moon
9   Calvary
10 Happy Trails

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Egberto Gismonti - Circense (1980)








Segundo um estudo da empresa BrandAnalytics, uma das maiores do mundo no segmento de pesquisas, 50% dos brasileiros acreditam que nosso país é essencialmente desonesto e apenas 18% pensam que aqui é um lugar ideal para se viver. E, vejam só, 90% creem que devem se defender dos próprios governantes. Não estamos numa ditadura mas continuamos com o sentimento de opressão. Afastamos uma governante corrupta e inepta mas um juiz de churrascaria não lhe impôs a pena que a constituição determina. Não há vermífugo que chegue.
Então, para melhorar do fígado o remédio é ouvir um gênio como Gismonti. Um instrumentista superdotado capaz de nos lembrar que há coisas boas por aqui sim, mesmo que o noticiário seja tão eloquente no contrário. O filho de um libanês com uma italiana é um dos mais brasileiros que há. Nada de barquinho, nada de prainha, nada de "meu viver", muito menos "din-dén-dón" e "bim bom bim bim bom bom". 
Circense é o décimo-terceiro disco do cara e, digamos, a sua décima segunda obra-prima, à qual põe um leve tempero indiano. Segundo a Rolling Stone, é o centésimo melhor álbum da história. 
Prá mim, até o título é adequado para o momento. 
Em tempo, regendo a orquestra está o maestro Benito Juarez que por mais de trinta anos esteve a frente da Orquestra Sinfônica de Campinas e a transformou na melhor do país. Ele também criou o Departamento de música da Unicamp. 




Egberto Gismonti - violões, viola de 10 cordas, piano, flauta, vocal
Silvio Mehry - piano
Pery Reis - violão
Mauro Senise - sax, flauta
Aleuda Malu - vocal e percussão
Dulce Bressane - vocal
Pepê Castro-Neves - vocal
Luiz Alves - baixo
Robertinho Silva - bateria, percussão
Doutor, Eliseu, Luna, Nilton Marçal - percussão
com
Lakshminarayana Shankar - violino (2)
Benito Juarez - regência da orquestra





1 Karatê
2 Cego Aderaldo 
3 Mágico 
4 Palhaço 
5 Tá Boa Santa 
6 Equilibrista
7 Ciranda 
8 Mais Que a Paixão