terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Cybernauts - Live & The Further Adventures Of The Cybernauts (2001)








Antes de apresentar esse disco eu vou fazer um bla-bla-bla que ajuda a ilustrar. Trevor Bolder e Mick Woodmancey foram, respectivamente, o baixista e o baterista da lendária Spiders From Mars, a banda que gravou os álbuns mais importantes de David Bowie, aqueles pelos quais ele será sempre lembrado e que tanta influência exerceram. Mick Ronson, o guitarrista, saiu antes do álbum Diamond Dogs e depois desse álbum, Bowie dispensou a banda roqueira para ser um popstar. Meio sem saber o que fazer, os dois, mais Mike Garson, mantiveram o nome da banda e lançaram um disco sem brilho. Aí cada um foi pro seu lado. Bolder, por exemplo, tocou na Uriah Heep. Pois bem. Esses discos de Bowie com a Spiders influenciaram profundamente também os membros da banda Def Leppard, e, depois que Mick Ronson faleceu, sua irmã convidou o guitarrista Phil Collen e o vocalista Joe Elliott para participarem de um concerto em homenagem ao irmão, que incluiria os remanescentes da Spiders, Bolder e Woodmancey. O concerto aconteceu no Olympia Theatre de Dublin em 1997. Na mesma semana essa banda gravou um EP com quatro faixas e depois de excursionarem pelo Japão, mais três faixas gravadas em Toquio foram separadas. São os dois CDs que estão aqui. Todas as músicas são de Bowie com a exceção de três, e todas são dos discos The Man Who Sold the World, Hunky Dory, Ziggy e Alladin Sane. As versões são beeem legais.
Phil Collen disse que Mick Ronson era tão bom que seria o único guitarrista que ele imitaria, como um garoto no seu quarto com uma raquete de tênis. Eu sei como é; também tinha uma raquete no meu.





Joe Elliott - vocal, guitarras Gibson
Phil Collen - guitarra solo Jackson
Dick Decent - teclados Roland, Korg e Kurzweil, vocal
Trevor Bolder - baixos Fender Precision e Vigier Excess, vocal
Mick "Woody" Woodmansey - bateria Premier





CD 1 - Live: 

1  Watch That Man
2  Hang Onto Yourself
3  Changes
4  The Supermen
5  Five Years
6  Cracked Actor
7  Moonage Daydream
8  Angel No. 9 [Craig Fuller]
9  Jean Genie
10 Life On Mars?
11 The Man Who Sold The World
12 Starman
13 The Width Of A Circle
14 Ziggy Stardust
15 White Light/White Heat [Lou Reed]
16 Rock & Roll Suicide
17 Suffragette City
18 All The Young Dudes



CD 2 - The Further Adventures of the Cybernauts

1 Manic Depression [Jimi Hendrix]
2 All The Young Dudes
3 Moonage Daydream
4 The Man Who Sold The World
5 Time
6 Panic In Detroit
7 Lady Grinning Soul
8 Moonage Daydream (Hidden Track)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

David Bowie - The Man Who Sold The World (1970)







Este é o terceiro álbum do Bowie e o mais pesado deles. É o segundo produzido por Tony Visconti e é um dos primeiros discos a utilizar um sintetizador Moog. Mais importante, é o primeiro disco com Mick Ronson na guitarra. 
Bowie era contratado da mesma agência que cuidava da The Who e dos Stones. Um dia, David Platz, o dono, disse ao jovem produtor e músico americano Tony Visconti mais ou menos assim: "Olha eu tenho esse cara que compõe muito bem mas cada música é de um estilo diferente e eu não sei o que fazer com ele. Que tal você?" Visconti, então, tentou que Bowie focasse num estilo só e começou a montar uma banda — do baixo ele mesmo cuidaria. Dessa iniciativa saiu o Space Oddity com um super elenco. Contudo, a coisa ainda não rolou como eles queriam e decidiram reformular. Para a bateria foi convidado John Cambridge e ele sugeriu o nome de Mick Ronson para a guitarra, que havia sido seu companheiro na banda The Rats. Cambridge não permaneceu e outro ex-membro da The Rats foi chamado: Mick "Woody" Woodmancey. Com essa banda sólida e entrosada, The Man Who Sold The World marca a mudança definitiva do Bowie crooner mod para o Bowie roqueiro. O disco foi lançado primeiro nos Estados Unidos e para lá a capa teve que ser diferente (que surpresa!). A opção foi uma cutucada: um cowboy à la John Wayne portando um rifle. 
No ano seguinte Trevor Bolder, um outro membro da The Rats,  assumiria o baixo. Portanto, a The Rats é o embrião da Spiders From Mars.




David Bowie - vocal, guitarra, stylophone
Mick Ronson - guitarra, vocal
Ralph Mace - sintetizador Moog
Tony Visconti - baixo, piano, guitarra
Mick Woodmansey - bateria, percussão




1 The Width Of A Circle
2 All The Madmen
3 Black Country Rock
4 After All
5 Running Gun Blues
6 Saviour Machine
7 She Shook Me Cold
8 The Man Who Sold The World



sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Aynsley Dunbar - Blue Whale (1970)







Aynsley Dunbar foi o baterista daquela banda do David Bowie que gravou o álbum Pin Ups, a melhor banda que ele já teve, na minha modesta opinião. Não que Woody Woodmansey não fosse ótimo, afinal ele esteve em todos os principais discos de Bowie. Dunbar também está no Diamond Dogs. Ele foi, e ainda é, um dos maiores bateristas, e não só do rock. Começou no blues, acompanhando Champion Jack Dupree, depois tocou com John Mayall, com Jeff Beck, com Zappa, com Ponty, com Lennon, na Whitesnake, ... .A Blue Whale é erroneamente confundida com sua banda anterior, a Retaliation, cujo som era blues-rock. Ou esse disco é incluído na discografia da Retaliation, ou na discografia solo do Dunbar, mas ele é de um projeto que não prosseguiu. As influências aqui são uma mistura de rock psicodélico, prog e jazz-rock, ou seja, Zappa — foi lançado logo depois do Chunga's Revenge e enquanto ele ainda era membro da Mothers of Invention.




Aynsley Dunbar - bateria
Paul Williams (Juicy Lucy) - vocal
Ivan Zagni (Jody Grind) - guitarra
Roger Sutton (Jody Grind, Brian Auger) - guitarra
Tommy Eyre (Alex Harvey, Zzebra) - piano, órgão
Charles Greetham - sax
Edward Reay-Smith - trombone
Peter Friedberg - baixo



1 Willing To Fight
2 Willie The Pimp [Zappa]
3 It's Your Turn
4 Days
5 Going Home

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Mike Garson & Jim Walker - Reflections (1985)







Se o trabalho de Mick Ronson podia ser comparado ao de David Bowie, esse do tecladista Mike Garson nem de longe. Garson tem décadas de colaborações com David Bowie que começaram na turnê Ziggy Stardust. Aliás, quem lhe aplicou o teste para entrar na banda foi o Mick Ronson. Nesse ponto ele já tinha uma sólida formação erudita e também no jazz, tendo aulas com Bill Evans e acompanhado Annette Peacock e o trompetista Thad Jones. Alguém disse que ele era o melhor tecladista do rock porque não tocava rock. E então veio Alladin Sane. Essa música o persegue. Ele e Bowie tentaram várias versões em diferentes estilos e num dado momento Bowie lhe pediu que fizesse no seu próprio estilo — ele nem acha Alladin Sane de todo boa. Ele ficou na banda de Bowie até o álbum Young Americans. Depois Bowie dispensou todos e ele, o baterista Woody Woodmansey e o baixista Trevor Bolder formaram a Spiders from Mars, um fiasco. Então vieram dois discos com Stanley Clake, mais um com Mick Ronson e vários com o próprio David Bowie.
O Jim Walker que está nesse disco com Garson, foi solista da Filarmônica de Los Angeles e aqui ambos expõem suas próprias experiências. Alguns colocam esse disco no catálogo do Walker apenas, mas o fato é que Mike Garson compôs tudo.




Mike Garson - piano
Jim Walker - flauta




1  Portrait Of A Friend
2  Love
3  First Song
4  Waltz Of The Arts
5  Ethereal
6  Yearnings
7  Syrinx
8  Pied Piper
9  The Park
10 Magic Spell
11 You're One Of A Kind
12 Homecoming
13 Reflections
14 Reason
15 Admiration

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Mick Ronson - Slaughter On 10th Avenue (1974)







É impossível não comparar o primeiro disco solo do grande guitarrista de David Bowie com... David Bowie. Bowie assina três faixas e a banda aqui é exatamente a mesma que gravou o insano Pin Ups alguns meses antes. Slaughter On 10th Avenue foi inspirado num filme clássico com o mesmo nome e teve um tratamento vip para o lançamento. Mas um grande erro foi cometido: convencer Ronson que ele podia cantar e ser o "frontman". O próprio Ronson reconheceu isso mais tarde. Erro da gravadora, claro. Por causa disso, talvez o disco não tenha sido tudo o que poderia ser, mas não importa. Ronson foi um grande instrumentista e compositor e todos aqui são geniais — o jazzista erudito Garson, o Uriah Heep Bolder e o Retaliation Mr. Dunbar. A Margaret ali devia ser a patroa, sei lá. 




Mick Ronson - guitarra, piano, vocal
Mike Garson - piano, piano elétrico, órgão
Trevor Bolder - baixo, trompete, trombone
Aynsley Dunbar - bateria, percussão
Margaret Ronson - backing vocal




1   Love Me Tender (Pelvis)
2   Growing Up And I'm Fine (David Bowie / Mick Ronson)
3   Only After Dark 
4   Music Is Lethal (David Bowie)
5   I'm The One
6   Pleasure Man / Hey Ma Get Papa (David Bowie / Mick Ronson)
7   Slaughter On 10th Avenue 
8   Solo On 10th Avenue - Solo Guitar Sections (Live)
9   Leave My Heart Alone (Live) 
10 Love Me Tender (Live)
11 Slaughter On 10th Avenue (Live) 

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Steve Hunter - Swept Away (1977)







Steve Hunter é um grande guitarrista que acompanhou Lou Reed a partir do seu terceiro álbum. Ele também acompanhou Peter Gabriel, Jack Bruce, Aerosmith e Alice Cooper. Com Alice Cooper, bem, eventualmente ele conheceu o produtor Bob Ezrin que trabalhava com Cooper e foi convidado por ele a participar do disco Billion Dollar Babies. Ezrin e Hunter, então, iniciaram uma longa parceria. Quando Ezrin foi produzir o álbum Berlin do Lou Reed, chamou Hunter. No disco Welcome to My Nightmare do Alice Cooper foi o mesmo. Em 1976, quando Ezrin produziu o primeiro disco solo do Peter Gabriel, também o convocou. Aí, no ano seguinte, Ezrin produziu e tocou nesse álbum solo do Hunter. Ele é predominantemente instrumental e um show de guitarra. Hunter tocaria em mais álbuns de Lou Reed, Peter Gabriel e Alice Cooper, e muito mais gente, bem como levaria adiante sua carreira solo. Em 1989 ele esteve no Brasil junto com Leslie West, Steve Howe, Randy California & Cia. no projeto Night of the Guitar. 




Steve Hunter - guitarras, vocal
Bob Ezrin - teclados, vocal, percussão
Jozef Chirowski - piano Fender Rhodes
Carol Pope, Joanne Brooks, Tony D'Amico - backing vocal
Prakash John (Parliament) - baixo
Jim Gordon (Derek & The Dominos) - bateria
Jim Maelen - percussão



1   Eight Miles High [Byrds]
2   Eldorado Street
3   Goin' Down [traditional]
4   Rubber Man
5   Of All Times To Leave
6   Jasper St. Viaduct Gitar Rag
7   Sail On Sailor
8   Swept Away
9   Sea Sonata
10 Deep Blue






segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Lou Reed - Transformer (1972)






Bem, Bowie é onipresente agora. Vai ser assim por algum tempo. Então, por que não?
Quando David era Ziggy, ele e sua aranha mais perspicaz chamada Mick produziram, arranjaram, tocaram e gravaram o segundo disco solo do Lou Reed, ex-Velvet Underground. A Velvet virou cult, influenciou o punk, a vanguarda e tal e coisa, que esperava-se o mesmo do primeiro disco solo do seu líder. Não rolou. Nem com Rick Wakeman e Steve Howe. Aí entraram as mãos dos padeiros. Com uma banda afiada e experiente, mas sem estrelismos, Bowie e Ronson emolduraram as canções do Reed, as quais tem algumas linhas até bem bocós. Por exemplo: ♪Vicious, you hit me with a flower♫. Walk On The Wild Side tinha tudo pra ser chata, modorrenta, e, no entanto, usando o baixo acústico do Herbie Flowers com o sax do Ronnie Ross ela virou clássica e tocava nas rádios entre AC/DC e Black Sabbath numa boa. 
Mick Ronson, Ziggy Stardust, Major Tom... E o mundinho vai ficando sem talento. 




Lou Reed - vocal, guitarra, violão
David Bowie - backing vocal, arranjos
Mick Ronson - guitarra, piano, backing vocal, arranjos
Ronnie Ross - sax barítono
Klaus Voorman (Manfred Mann) - baixo
Herbie Flowers (T. Rex) - baixo, baixo acústico, tuba
Barry Desouza (Ablution) - bateria
John Halzey (Patto) - bateria
Ritchie Dharma (Mick Abrahams) -bateria
The Thunder Thighs: Casey Synge, Dari Lalou, Karen Friedman - backing vocal




1   Vicious
2   Andy's Chest
3   Perfect Day
4   Hangin' Round
5   Walk On The Wild Side 
6   Make Up
7   Satellite Of Love
8   Wagon Wheel
9   New York Telephone Conversation
10 I'm So Free
11 Goodnight Ladies

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Édition Spéciale - Aliquante (1977)






Édition Spéciale foi uma das melhores bandas da França, e não só no seu gênero fusion/prog. O primeiro disco dela é meio aborrecido mas foi suficiente para atrair o interesse da RCA na produção deste aqui. O som mudou quase por completo, foi dado maior destaque ao instrumental e as composições tornaram-se mais complexas. Há influências de bandas da cena Canterbury como a Caravan e a National Health mas a Édition Spéciale encontrou seu próprio estilo. São todos excelentes músicos mas o baterista impressiona.




Ann Ballester - pianos elétrico e acústico, ARP Odyssey, ARP Omni, Oberheim polyphonic, vocal
Marius "Mimi" Lorenzini - guitarra, violão, vocal
Josquin Turenne des Prés - baixo, vocal 
Alain Gouillard - bateria
com
Mireille Bauer - vibrafone, marimba, percussão (8, 9)
Francois Grillot - baixo (8, 9)




1 Vedra 
2 A La Source Du Rêve 
3 So Deep Inside 
4 Le Temps D'Un Solo 
5 La Ville En Béton
6 La Fille Du Ruisseau 
7 Alone, Completely Unknown
8 Camara 
9 Aurore

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Ain Soph - A Story Of Mysterious Forest (1980)






Ain Soph é um quarteto que faz um virtuoso fusion através do diálogo entre a guitarra e algumas pilhas de teclados. O som deles é muito influenciado pela cena Canterbury, notadamente pela National Health, pela Hatfield and the North e pela Camel. Tanto é, que o disco que saiu depois desse chama-se Hat And Field, e um outro, ao vivo, chama-se Ride On A Camel. Há boa influência da Mahavishnu também. 



Masey Hattori - Grand piano, piano Yamaha CP-70, Fender Rhodes, espineta, celeste, órgão Hammond, Hohner clavinet, MiniMoog, PolyMoog, Solina, Korg, Roland, Oberheim, vocoder, Mellotron
Yozox Yamamoto - guitarras, violão
Masahiro Torigaki - baixo, efeitos
Hiroshi Natori - bateria, percussão



1 Crossfire 
2 Interlude I 
3 Natural Selection 
4 Variations On A Theme By Brian Smith 
5 A Story Of Mysterious Forest
6 Interlude II 

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Gamalon - Gamalon (1987)





A Gamalon evoluiu de uma banda prog da cidade americana de Buffalo na medida em que seus membros foram envolvendo-se com o jazz-fusion. Como tal, ela foi fundada pelos irmãos Reinhardt e por Tom Brucato. Ted Reinhardt era um baterista versado em vários gêneros que gostava de música complexa e que havia tocado na conterrânea Spyro Gyra no melhor momento dela, o álbum Morning dance. Eles, então, incluíram mais um guitarrista e convidaram outro membro da Spyro Gyra, o Tom Schuman que está nela até hoje. O som da Gamalon foi um prog/fusion dominado pela dupla de guitarristas, seguros pelas linhas funky do baixo. Por baixo de tudo está o talento de Ted Reinhardt. Ele teve a audição muito prejudicada por um vírus e apresentava-se com protetores para que o volume no palco não piorasse sua lesão ainda mais. Infelizmente ele faleceu num desastre aéreo no ano passado. A capa desse primeiro disco da Gamalon até se parece com as capas dos primeiros discos da Spyro Gyra mas o som não.



Bruce Brucato - guitarra
George Puleo - guitarra
Tom Reinhardt - baixo
Ted Reinhardt - bateria e todos os instrumentos na faixa 7 
Tom Schuman (Spyro Gyra) - piano (3, 6)



1 Billy's Saloon 
2 Ooh...Babe 
3 The King 
4 Black Licorice 
5 Cabin #14
6 Souvenirs
7 Jungle Fever 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Mathematicians - Irrational Numbers (1994)






No final dos anos 80 e início dos 90 houve um movimento de resgate do jazz rock instrumental feito para guitarras, aquilo que começou a ser feito lá nos anos 70 por caras como o Jeff Beck. O selo IRS, por exemplo, lançou uma série chamada No Speak com grandes guitarristas como Jan Akerman, que não  encontravam muito espaço comercial — pena que fechou em 96. A Mathematicians é fruto desse movimento, que se contrapunha ao lançamento em massa daqueles fritadores de guitarra sem noção. Ela é de Indiana e não é uma "guitar band", nem tem um "guitar hero" a frente, muito embora os teclados só sirvam de base para a guitarra. Contudo,  Larry McCullough é um excelente guitarrista. Ao que se sabe, a banda restringiu seu trabalho ao estúdio e pouco se apresentou em público. Gravou dois discos e não se ouviu mais falar dela. Depois é que surgiriam outros seguidores como a Gordian Knot, a Helmet of Gnats e a Ozone Quartet.




Larry McCullough - guitarra, guitarra midi, Roland D20
Andy Ballard - teclados, piano, Emax, Roland D50, Roland JX
Yun Hui - piano
Bob Fields - Ensoniq EPS, Yamaha DX7
Jim Larner - flauta
Eddy Humphrey - baixos com e sem trastes, Chapman stick, baixo acústico
Kevin Kouts  - bateria, percussão
Kevin Kaiser - percussão



1 Spanish Main
2 Dance of the Nile
3 Orlando Furioso
4 Quadari
5 Frontiers
6 Rain
7 Shellshock

domingo, 10 de janeiro de 2016

Alien Cowboys - Zero Gravity (2005)






Essa é uma ótima banda de rock instrumental formada em São Francisco que já tem uns quatro discos. É uma "guitar band" que, pelo som muito legal que fazem, deveria ser mais conhecida. E, ao invés de "guitar band", a gente até poderia chamar de "PRS guitar band", uma vez que os dois guitarristas endossam essa marca e o próprio criador dela dá uma canja na faixa 3. Um disco muito legal.



Bruce Stevenson - guitarra rítmica
Ralph Perucci  - guitarra
Greg Jones - baixo
Ian Thomson - bateria
com
Orianthi (Alice Cooper) - guitarra (2)
Paul Reed Smith - guitarra (3)
Mike Berman - guitarra (1)
Johnny Hiland - guitarra (11)
Gil Watkins - harmônica (10)
Steve Yelick - Hammond B3 (10)



1   A Celtic Heart
2   Zero Gravity
3   Jenna's Eyes
4   Valley of the Moon
5   Chaos
6   Liquid Haze
7   A Lullaby For Our Daughters
8   King Of Kingston
9   Fab Fourmula
10 The Blue Shift
11 Lead Foot Rumble
12 Waltz of the Iguana
13 The Gift 


sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Hawkwind - Space Ritual (1973)







Muita gente diz que o space rock começou com a Hawkwind; eu acho injusto com a Pink Floyd. Muita gente compara a Hawkwind com a Pink Floyd; aí acho injusto com a Hawkwind. No primeiro disco, talvez, com benevolência. Acontece que o propósito das duas era diferente e o resultado acabou por sê-lo também. A Hawkwind usou da psicodelia mas nunca foi daquela paz e amor e flores e cores, nem se preocupou com progressão harmônica. Ela pegou o hard-rock pesado, pesadão mesmo, e botou um monte de sintetizadores em cima. A poesia das letras de Robert Calvert e dos textos de Robert Moorcock versava sobre a humanidade e da sua reação ante o infinito do universo. Talvez a banda, no seu início, fosse tão associada ao rock psicodélico e ao movimento hippie pelo fato de tocarem muito, em qualquer lugar e até de graça. As associações com prog vem depois desse disco aqui, com a entrada do violinista Simon House e a saída do Bob Calvert. Space Ritual é um álbum ao vivo que apresenta músicas do anterior Doremi Fasol Latido, na maioria, e esta turnê foi concebida para ser uma ópera rock espacial. Há uma música e então a declamação de uma poesia, outra música e a leitura de texto de Moorcock, outra música e efeitos sonoros, tudo sem intervalos. É a banda no seu pico — de volume também.




Dave Brock - guitarra, vocal
Nik Turner - sax, flauta, vocal
Del Dettmar - sintetizadores
Dik Mik - eletrônicos
Robert Calvert - vocal, poesias
Lemmy Killmister - baixo Rickenbacker, vocal
Simon King - bateria



CD 1
1 Earth Calling / Born To Go
2 Down Through The Night
3 The Awakening
4 Lord Of Light
5 Black Corridor
6 Space Is Deep
7 Electronic No. 1


CD 2
1 Orgone Accumulator
2 Upside Down
3 10 Seconds To Forever
4 Brainstorm
5 Seven By Seven
6 Sonic Attack
7 Time We Left This World Today
8 Master Of The Universe
9 Welcome To The Future

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Sam Gopal - Escalator (1969)






Essa semana esteve em todos o jornais a morte do Lemmy Kilmister. Como sou um puta chato e careta, eu nunca curti a Motörhead mas gosto pra caramba da Hawkwind, principalmente dos discos em que Lemmy tocou e colaborou nas composições. Essa banda, formada em torno do percussionista Sam Gopal, foi uma das primeiras de Lemmy, ou a primeira com a qual gravou um LP. Gopal pode até ter formado a banda e posto seu nome nela, mas Lemmy assina a maioria das músicas. E aqui ele não toca baixo, não. Fica com a guitarra rítmica e um ou outro solo. Curiosamente, as linhas do baixo são ótimas. O som é rock psicodélico, do tipo que pegou a estrada numa van enfumaçada, curtiu muito e chegou atrasado pra festa. 



Roger D'Elia - guitarra, violão, vocal
Ian (Lemmy) Willis - vocal, guitarra
Phil Duke - baixo
Sam Gopal - percussão



1   Cold Embrace
2   The Dark Lord
3   The Sky Is Burning
4   You're Alone Now
5   Grass
6   It's Only Love
7   Escalator
8   Angry Faces
9   Midsummer Night's Dream
10 Season Of The Witch [Donovan]
11 Yesterlove
12 Horse
13 Back Door Man [Willie Dixon]

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

King Crimson - The Power to Believe (2003)







The Power to Believe é o último disco de estúdio da maior banda da Terra. Ele segue a mesma equação desenvolvida no álbum Discipline: o diálogo matematicamente intrincado entre as duas guitarras e o stick, nesse caso, a Warr. Numa primeira ouvida, tudo pode parecer meio repetitivo, contudo, com mais atenção logo percebem-se as texturas e a sofisticação. Depois daquela trilogia dos anos 80 a KC (que deveria ter passado a se chamar Discipline) adormeceu por dez anos, ressurgindo com o álbum Thrak. Depois dele a banda aventurou-se nos diversos ProjeKcts, como se fossem laboratórios para o próximo passo. The Construkction of Light veio em 2000 mas não foi muito bem recebido, talvez por ser meio frio e chatinho. Com The Power to Believe é diferente, embora tenha mesmo aquela reciclagem, quase uma marca registrada. Elektrik, por exemplo, remete claramente à The ConstruKction of Light do álbum anterior, composta sob o impacto do 11 de setembro e da invasão do Iraque, que é meio paranóica.




Robert Fripp - guitarras
Adrian Belew - guitarra, vocal
Trey Gunn - Warr guitar com e sem trastes
Pat Mastelotto - bateria, percussão digital




1   The Power To Believe Part 1 (a cappella) 
2   Level Five 
3   Eyes Wide Open 
4   Elektrik 
5   Facts Of Life (Intro)
6   Facts Of Life 
7   The Power To Believe Part 2
8   Dangerous Curves 
9   Happy With What You Have To Be Happy With 
10 The Power To Believe Part 3 
11 The Power To Believe Part 4 (Coda)




Pelo seu título e pela ideia também, eu achei que seria um bom álbum para se começar o ano. Na verdade, começar coisa nenhuma, já que o tempo é linear. Contudo, há três títulos aí para nós brasileiros refletirmos; dois deles, inversamente. Não basta acreditar, tem que ir para a rua, tem que protestar, tem que assinar petição, tem que mandar e-mail pra congressista, tem que constranger político em qualquer lugar. Lembro que no IMPEACHMENT anterior, o do collor, os governistas asseguravam que não haveria mais do que 160 votos a favor, insuficientes portanto. Mas como povo foi pra rua, foram 441 votos favoráveis a chutar o cara de lá. Agora não não é mais o caso de dar um pé na bunda de um ou dois, mas de vermifugar tudo. O brasileiro também tem essa de ser feliz com o que tem para ser feliz e acaba por convencer a si próprio de que é feliz numa favela sem esgoto, feliz trabalhando para pagar os três ônibus que pega para ir ao trabalho e por aí vai. É a mansidão bovina, tão bem sintetizada por Augusto Nunes. Por último, olhos bem abertos! Quem roubou 100 bi, rouba 200.