sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Twelfth Night - Fact And Fiction (1982)








Quando o Rock Progressivo surgiu, e antes de assim ser chamado, algumas publicações se referiam ao gênero como "rock clássico influenciado pelo jazz". As bandas eram encaradas como curiosidades — alguém disse que o nome "Emerson, Lake & Palmer" poderia ser o de um escritório de advogados — mas rapidamente se transformaram em astros. Elas provaram que o rock não precisava ser necessariamente simples e bobo, que poderia ser complicado e bobo. O sucesso deu permissão para todo tipo de extravagância: álbuns conceituais não consensuais, instrumentos estranhos e pilhas deles, exibicionismo instrumental e exibicionismo no palco. Peter Gabriel tinha seus trajes, Rick Wakeman tinha sua capa de lantejoulas e Keith Emerson brigava com seu Hammond até o dia em que o órgão caiu em cima dele e foi preciso ajuda para libertá-lo do ippon. 




Todos levaram muito a sério o termo "progressivo", e isso não é uma crítica. Mas a auto-indulgência produziu seus males. Jon Anderson disse que era a forma mais elevada de arte e Robert Fripp declarou que queria fazer álbuns que durassem. Isso ele conseguiu. 
No final da década de setenta o boom do prog já tinha ido e a reação ao prog repudiou tudo o que ele estabeleceu, principalmente a inteligência. De uma patada só vieram o punk e a disco music. Depois veio o pior: a punk-disco ou disco-punk, ou "new wave". A new wave esfregou na cara dos punks o ditado que nada é tão ruim que não possa piorar. Mas passou, tudo passa (menos a KC).

Com nome tirado de uma peça de Shakespeare, a Twelfth Night é considerada a fundadora do Neo-Prog. Ela fez a ponte entre o prog e a new wave, mas não torça o nariz sem ouvir. Sim, ela é melódica e meio melosa mas as melodias são bonitas. São tristes também. Sim, a banda faz concessões comerciais, mas como resgatar um gênero sem fazê-lo? Sua principal influência vem da Genesis, sobretudo no vocal, e esse estilo vocal e melódico marcou todo o Neo-Prog. Seu legado está na Marillion, na IQ, Pallas...
Esse foi o primeiro álbum dela que teve um lançamento propriamente dito — há outras gravações anteriores que só saíram em cassete ou LP quase caseiro. O primeiro disco mesmo foi todo instrumental e gravado ao vivo, um verdadeiro ato de bravura naqueles dias.





Geoff Mann - vocal, efeitos
Clive Mitten - teclados, baixo, violão clássico
Andy Revell - guitarra, violão
Brian Devoil - bateria, percussão
Jane Mann - backing vocal





1 We Are Sane
2 Human Being
3 This City
4 World Without End
5 Fact And Fiction
6 The Poet Sniffs A Flower
7 Creepshow
8 Lovesong