quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Egberto Gismonti - Circense (1980)








Segundo um estudo da empresa BrandAnalytics, uma das maiores do mundo no segmento de pesquisas, 50% dos brasileiros acreditam que nosso país é essencialmente desonesto e apenas 18% pensam que aqui é um lugar ideal para se viver. E, vejam só, 90% creem que devem se defender dos próprios governantes. Não estamos numa ditadura mas continuamos com o sentimento de opressão. Afastamos uma governante corrupta e inepta mas um juiz de churrascaria não lhe impôs a pena que a constituição determina. Não há vermífugo que chegue.
Então, para melhorar do fígado o remédio é ouvir um gênio como Gismonti. Um instrumentista superdotado capaz de nos lembrar que há coisas boas por aqui sim, mesmo que o noticiário seja tão eloquente no contrário. O filho de um libanês com uma italiana é um dos mais brasileiros que há. Nada de barquinho, nada de prainha, nada de "meu viver", muito menos "din-dén-dón" e "bim bom bim bim bom bom". 
Circense é o décimo-terceiro disco do cara e, digamos, a sua décima segunda obra-prima, à qual põe um leve tempero indiano. Segundo a Rolling Stone, é o centésimo melhor álbum da história. 
Prá mim, até o título é adequado para o momento. 
Em tempo, regendo a orquestra está o maestro Benito Juarez que por mais de trinta anos esteve a frente da Orquestra Sinfônica de Campinas e a transformou na melhor do país. Ele também criou o Departamento de música da Unicamp. 




Egberto Gismonti - violões, viola de 10 cordas, piano, flauta, vocal
Silvio Mehry - piano
Pery Reis - violão
Mauro Senise - sax, flauta
Aleuda Malu - vocal e percussão
Dulce Bressane - vocal
Pepê Castro-Neves - vocal
Luiz Alves - baixo
Robertinho Silva - bateria, percussão
Doutor, Eliseu, Luna, Nilton Marçal - percussão
com
Lakshminarayana Shankar - violino (2)
Benito Juarez - regência da orquestra





1 Karatê
2 Cego Aderaldo 
3 Mágico 
4 Palhaço 
5 Tá Boa Santa 
6 Equilibrista
7 Ciranda 
8 Mais Que a Paixão