quinta-feira, 2 de abril de 2020

Deep Purple - In Rock (1970)






Ok, esse não é nenhuma novidade mas como eu não o tenho visto muito por aí, para alguém bem jovem pode até ser.
In Rock é um marco na história do rock. Quando foi lançado não havia nada parecido, nem mesmo um gênero no qual ele pudesse ser confortavelmente encaixado. E o seu sucesso não reside apenas na capacidade de detonar woofers. Nessa época, tanto a Led Zeppelin como a Free estavam levando o blues-rock aos limites e a Deep Purple decidiu descartar a primeira parte da equação. Os caras voltaram a 1968 quando abriam shows para a Crazy World, banda de Arthur Brown e se inspiraram naquele som com o Hammond pesado, a percussão poderosa, claustrofóbico. 
Contudo, o elemento central do som da Deep Purple era Jon Lord e ele sempre negou a intensão de se fazer uma extensão da Crazy World, atribuindo o disco à somatória de todos os movimentos que a banda vinha fazendo. Ele também sempre atribuiu a escolha do título "In Rock" para diferenciar do álbum anterior, "In Concert". Ritchie Blackmore sempre reclamou daquele álbum, dizendo que a banda deveria fazer música para festas e não para salas de concerto. 
No estúdio todos estavam bastante comprometidos, o que não impediu algumas rusgas entre egos. Gillan reclamava que sua voz quase não era ouvida, ao que Blackmore proferia a famosa frase "who do you think you are".
Ian Gillan foi o primeiro gritador do rock e logo a banda passou a ser reconhecida pelo seu vocal. Durante as gravações, um acetato com um take de Child In Time chegou ao produtor Andrew Lloyd Webber que imediatamente o convidou para estrelar o musical Jesus Cristo Superstar. Tendo compromisso com a Deep Purple, ele aceitou apenas gravar os vocais para o disco, sendo, portanto, o primeiro intérprete de Jesus na produção.
Ao término das gravações ninguém decidia quais músicas seriam lançadas num single. Concordaram que Speed King seria o lado A mas empacaram no lado B. Então, pegaram uma jam de Blackmore, Gillan e Glover escreveram uma letra e em três horas surgiu Black Night. Os produtores estabeleceram que essa seria a música do lado A, ponto final, e lamentaram não poder incluí-la no LP. Black Night chegou ao número dois nas paradas e só foi incluída em coletâneas até se encaixar perfeitamente nessa edição especial de aniversário.
Os membros da banda se dividem quanto a qual seria o melhor álbum: este ou Fireball. Eu adoro o Fireball, mas In Rock exerce um papel muito maior na música.




Jon Lord - órgão Hammond
Ritchie Blackmore - guitarra
Ian Gillan - vocal
Roger Glover - baixo
Ian Paice - bateria




1   Speed King
2   Bloodsucker
3   Child In Time
4   Flight Of The Rat
5   Into The Fire
6   Living Wreck
7   Hard Lovin' Man
8   Black Night (Original Single Version)
9   Studio Chat
10 Speed King (Piano Version)
11 Studio Chat
12 Cry Free (Roger Glover Remix)
13 Studio Chat
14 Jam Stew (Unreleased Instrumental)
15 Studio Chat
16 Flight Of The Rat (Roger Glover Remix)
17 Studio Chat
18 Speed King (Roger Glover Remix)
19 Studio Chat
20 Black Night (Unedited Roger Glover Remix)