sábado, 27 de fevereiro de 2021

Return To Forever - Live - The Complete Concert (1977)








No último dia 9 a música perdeu Chick Corea para um câncer raro, descoberto quando já era tarde demais. Acho desnecessário falar sobre a importância dele para toda a música, e não só para o jazz, bem como comentar a magnitude da sua obra.
A Return To Forever é apenas uma faceta de Corea. Depois de tocar com Miles Davis ele formou um combo de vanguarda chamado Circle que atingia um público muito restrito. Então veio a RTF com Airto Moreira, Flora Purim, Farrell e Clarke com um som experimental bem ao estilo do selo ECM.
A banda teve constantes mudanças na formação e o companheiro mais constante de Corea foi Clarke. O som também moveu-se mais ao jazz-rock a cada álbum e incorporou a guitarra e um arsenal de teclados.
O último disco chamou-se Musicmagic e foi quase um retorno ao som do primeiro disco, não tão etéreo, abandonando a guitarra em favor de uma sessão de metais poderosa, e tendo a esposa de Corea, Gayle, no vocal.
Esse álbum ao vivo foi gravado durante a turnê de Musicmagic em Nova Iorque. 




Chick Corea - Steinway grand piano, Piano elétrico Fender Rhodes, Hohner clavinet, órgão Yamaha, sintetizadores ARP Odyssey, Minimoog, Moog 15 modular, Oberheim 8-voice, MXR Digital Delay, vocal
Gayle Moran - Hammond B3, piano elétrico Yamaha, Mellotron, Minimoog, vocal
Joe Farrell - flauta piccolo, flauta, sax soprano, sax tenor
James Tinsley - trompete piccolo, trompete, flugelhorn
John Thomas - trompete piccolo, trompete, flugelhorn
Jim Pugh - trombone tenor, trompa
Ron Moss - trombone tenor
Harold Garret - trombone baixo, trompa, tuba
Stanley Clarke - baixo Alembic, baixo acústico, vocal
Gerry Brown - bateria




CD 1
1 Opening '77
2 The Endless Night
3 Chick Corea-Spoken Intro of The Musicians
4 The Musician

CD 2 
1 Stanley Clarke Spoken Intro To Hello Again So Long Mickey Mouse
2 Hello Again
3 So Long Mickey Mouse
4 Musicmagic

CD 3
1 Come Rain Or Come Shine; Fine And Dandy
2 Stanley Clarke Spoken Intro To Serenade
3 Serenade
4 Chick Corea Spoken Intro To The Moorish Warrior And Spanish Princess
5 The Moorish Warrior And Spanish Princess
6 Stanley Clarke Spoken Intro To Chick Corea's Piano Solo
7 Chick's Piano Solo
8 Spanish Fantasy
9 On Green Dolphin Street

 

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

The Wrong Object - After The Exhibition (2013)







The Wrong Object é uma banda belga fundada por Michel Delville e Laurent Delchambre como um tributo a Frank Zappa, em 2002. Com o tempo e algumas mudanças no line-up ela adquiriu muito mais que uma personalidade própria. Um disco após o outro ela fez uma nova amálgama do jazz com o rock progressivo de maneira inteligente e e interessante.
Este é o oitavo álbum, traz uma nova formação e foi gravado ao vivo no estúdio. Em algumas melodias — as meio estranhas — está o DNA de Zappa mas as influências incluem Soft Machine, Nucleus, Bartok, Gong e Charles Mingus.




Michel Delville - guitarra, sintetizador para guitarra Roland Roland GR-09
Antoine Guenet - teclados, vocal
Marti Melia - sax baixo, sax tenor, clarinete
François Lourtie - sax alto, tenor & soprano, voz
Pierre Mottet - baixo
Laurent Delchambre - bateria, percussão, samples
com
Benoit Moerlen (Gong) - marimba e vibrafone eletrônico (2, 3, 5, 6, 7, 11)
Susan Clynes - vocal (8)




1 Detox Gruel
2 Spanish Fly 
3 Yantra
4 Frank Nuts 
5 Jungle Cow Part I 
6 Jungle Cow Part II
7 Jungle Cow Part III 
8 Glass Cubes 
9 Wrong But Not False 
10 Flashlight Into Black Hole 
11 Stammtisch


 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Rhésus O - Rhésus O (1971)







Rhésus O nasceu na França pelas mãos de Jean-Pol Asseline, futuro membro da Magma, mas seu tipo sanguíneo ficou entre a Moving Gelatine Plates e a Soft Machine: um jazz-rock-fusion bem estruturado que vai se soltando no meio das músicas. Francis Moze, um outro membro da Magma, foi incorporado quando Serge Lenoir teve que servir ao exército — quando retornou, a banda permaneceu com baixistas, mais Guy Pederson no baixo acústico, um cara mais chegado ao funk.
Este é o único álbum da banda e teve uma produção caprichada, com direito a gravar no Chateau d'Herouville, misto de mansão e estúdio que recebeu Elton John, David Bowie, T. Rex, Cat Stevens, Pink Floyd, Richie Blackmore, Iggy Pop, etc., etc.
O serviço militar atrapalhou mais alguns membros da Rhésus O e o contrato com a CBS foi encerrado quando preparavam um segundo disco, forçando a banda a se separar.




Jean-Pol Asseline - piano elétrico, harpsichord
Alain Hatot - sax soprano, sax tenor, sax barítono, flauta
Alain Monier - órgão, percussão
Francis Moze - baixo, violão, xilofone
Serge Lenoir - baixo
Guy Pederson - baixo acústico, baixo elétrico
Thierry Blanchard - bateria, percussão
Jean Stout - regente do coral




1 Cigüe 
2 Maldonne 
3 Crier Pour Donner 
4 Le Prophète Egaré 
5 Préambule 
6 Eveil 
7 Outre-Tombe 
8 Parcours 
9 Nos Baignoires Sont Enchantées



 

sábado, 20 de fevereiro de 2021

George Russell - Stratusphunk + The Stratus Seekers (1961 - 1962)







George Russell é um cara extremamente importante para o jazz e para qualquer outro gênero musical também. Ele desenvolveu um conceito musical cromático que batizou de Lídio e que organiza os sons em blocos harmônicos. Foi a primeira teoria musical emanada do jazz, em 1953, combinando a profundidade erudita com o blues e o swing, e abrindo o caminho para Miles Davis e John Coltrane, por exemplo. 
Russell tocava bateria antes do piano e contraiu tuberculose muito jovem, passando por diversas e longas internações hospitalares. Chegou a tocar com Charlie Parker mas a saúde o atrapalhou. Entre os períodos de convalescença ele se dedicou a aprimorar-se em arranjos, ao piano e a desenvolver sua teoria.
Esse CD reúne dois álbuns que mostram com clareza todo esse trabalho, que é estranho em alguns momentos e sempre cativante. "Stratusphunk" ele gravou com cinco estudantes de música. Já "The Stratus Seekers" conta com a nata do jazz.




Stratusphunk, 1961

George Russell - piano
Dave Young - sax tenor
Dave Baker - trombone
Al Kiger - trompete
Chuck Israel - baixo
Joe Hunt - bateria
1   Stratusphunk
2   New Donna
3   Bent Eagle
4   Kentucky Oysters
5   Lambskins
6   Things New


The Stratus Seekers, 1962

George Russell - piano
Don Ellis - trompete
Paul Plummer - sax tenor
Dave Baker - trombone
John Pierce - sax alto
Steve Swallow - baixo
Joe Hunt - bateria

7   Pan-Daddy
8   The Stratus Seekers
9   Kige's Tune
10 Blues In Orbit
11 A Lonely Place
12 Stereophrenic


 

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Foghat - Energized (1974)







Enquanto o nome da banda não tem significado, o título desse álbum diz tudo sobre ele. O terceiro álbum da Foghat só dá um tempo para respirar na faixa 4.
Energized foi o disco que a projetou definitivamente. Eles elevaram seu boogie-blues-rock a um outro nível de intensidade mas o mantiveram básico.
A faixa de abertura foi misturada a um clássico jump-blues americano chamado "Train Kept A-Rollin' ", música que foi popularizada pela Yardbirds em 1965. Dois meses depois que Energized foi lançado, a Aerosmith lançou uma versão muito parecida que se tornou um dos seus grandes sucessos.




"Lonesome" Dave Peverett - vocal, guitarra
Rod Price - guitarra, slide
Tony Stevens - baixo
Roger Earl - bateria, percussão

com
Bernard “Pretty” Purdie - bateria adicional (5)




1 Honey Hush ["Big Joe" Turner]
2 Step Outside
3 Golden Arrow
4 Home In My Hand
5 Wild Cherry
6 That'll Be The Day [Buddy Holly]
7 Fly By Night
8 Nothin' I Won't Do


 

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Sassafras - Expecting Company (1973)







A Sassafras, mesmo finada, ainda detém o recorde de concertos realizados num único ano no Reino Unido. Ela foi formada em 1970 como um trio de baixo, guitarra e bateria no País de Gales e fez audições para mais um guitarrista e o vocalista. O baterista original foi substituído pelo ex-Love Sculpture, Congo Jones. Com apenas algumas demos gravadas eles foram incluídos no cast da empresa de Sir George Martin, o produtor dos Beatles, e contratados pela Polydor.
Esse é o álbum de estréia e traz basicamente o boogie-rock misturado a outros estilos, como o folk. As duas guitarras fazem um ótimo trabalho e a banda como um todo é bastante competente. A falta de foco é que os atrapalhou, não dando muita chance de subirem ao nível de uma Wishbone Ash, por exemplo. 
O jeito foi tocar sem parar e criar uma legião de seguidores. Fizeram sucesso em festivais, abriram shows para bandas famosas mas não fizeram sucesso no mercado. Tanto que este álbum, que é muito bom, só mereceu uma edição em LP e recentemente outra em CD. 
A Sassafras gravou mais dois discos de estúdio, separou-se e reuniu-se em 2001 para gravar um ao vivo.




Terry Bennett - vocal, percussão
Dai Shell - guitarra
Ralph Evans - guitarra
Ricky John Holt - baixo
Bob "Congo" Jones - bateria




1   Electric Chair
2   Busted Country Blues
3   Beans And Things
4   Across The Seas Of Stars
5   School Days
6   The Way Of Me
7   The Goose That Laid The Golden Egg
8   Expecting Company / Meanwhile Back In Merthyr
9   Oh Don't It Make You Want To Cry (A-Side Of Single)
10 Kansas City Wine (B-Side Of Singles)


 

sábado, 13 de fevereiro de 2021

Sid Rumpo - First Offense (1974)







Sid Rumpo surgiu em Perth na Austrália, em 1971, e logo mudou-se para Melbourne. Seu som foi um blues-rock muito competente que tem algumas influências da Allman Brothers. O trabalho das guitarras é excelente e o vocal áspero cai como uma luva na música. Ela fez muito sucesso em festivais, especialmente no Sunbury, e esse seu único disco ocupou as paradas por 11 semanas.
Inexplicavelmente ela se separou logo depois e seus membros desapareceram.




Robert Searls - vocal, guitarra
Mick Elliot - guitarra, vocal
Ken Wallace - piano elétrico e acústico
Owen Hughes - baixo
Noel Herridge - bateria, percussão




1 Spotlight 
2 Breakin' My Back 
3 Spider Curry 
4 Sailing 
5 The Riddle
6 Don't Bug Me Boogie 
7 Song With No Trees 
8 Poor Man's Orange 


 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Carson - On the Air & Blown (1973 - 1972)







Carson foi uma competente banda de boogie-blues-rock australiana que lançou um disco de estúdio chamado "Blown" e outro ao vivo com o título de "On The Air". Ambos estão reunidos nesse CD em ordem inversa. 
Ela compartilhou alguns membros com a banda Chain, mais conhecida, e adquiriu reputação pelas suas apresentações ao vivo. 
Seu álbum de estúdio é bastante sólido, apesar abranger diferentes estilos. O mais evidente é o boogie e o destaque vai para o guitarrista Sleepy Lawrie e seus slides com um gargalo de garrafa, na melhor tradição do blues.
"On the Air" foi gravado em 27 de janeiro de 73 no Sunbury Festival. Depois disso a Carson perdeu o rumo e se separou.




Broderick Smith - vocal, gaita
Ian Winter - guitarra
Greg (Sleepy) Lawrie - guitarra slide, Dobro
Gary Clarke - baixo
Tony Lunt - bateria
com
Mal Logan - piano
Mal Capewell - sax




On the Air - 1973
1   Dingo
2   Laid - Back Feel
3   Dust My Broom
4   Hey Joe
5   Boogie
6   Sunberry Jam

Blown - 1972
7   Rock And Roll Game
8   Better Times Will Come About
9   Sunday In The City
10 Bananapower
11 Boogie
12 Let Me Sleep
13 Up In Queensland


 

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Little Feat - Sailin' Shoes (1972)







Little Feat foi formada em Los Angeles, em 1969, por Lowell George e Roy Estrada. Ambos eram ex-membros da The Mothers of Invention de Frank Zappa. Zappa disse a George e a Estrada que os estava demitindo porque eles tinham capacidade para coisas maiores. A formação original foi completada com a adição de Richie Hayward na bateria e Bill Payne nos teclados. 
O primeiro e auto-intitulado álbum foi uma viagem bluseira pelo coração da América do Norte, com as paradas de caminhões e gente estranha. Ele não vendeu bem e a Warner ameaçou largá-los.
Sailin' Shoes veio em seguida com o som modificado mas sem tornar-se pop; ficou menos rude e com menos blues. Teve uma produção mais caprichada e manteve o coração e a alma da música. As letras ainda trouxeram os estranhos personagens criados por Lowell George, as imagens decadentes, os motéis baratos, etc. Aí, foi um grande sucesso. 
Contudo, Roy Estrada decidiu sair e a banda parou por cerca de um ano. 




Lowell George - guitarra, vocal, harmônica, sax barítono, drum machine
Bill Payne - órgão Hammond, piano elétrico Wurlitzer, piano, acordeon, vocal, backing vocal
Roy Estrada - baixo, backing vocal
Richie Hayward - bateria, percussão, backing vocal

com
Milt Holland - percussão (1, 3) 
Sneaky Pete Kleinow - pedal steel (5, 11) 
Debbie Lindsey - backing vocal (2, 7) 
Ron Elliott - guitarra rítmica (6)




1   Easy to Slip
2   Cold Cold Cold
3   Trouble
4   Tripe Face Boogie
5   Willin'
6   A Apolitical Blues
7   Sailin' Shoes
8   Teenage Nervous Breakdown
9   Got No Shadow
10 Cat Fever
11 Texas Rose Cafe


 

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

T. Rex - The Slider (1972)







A Tyrannosaurus Rex saiu de um duo de folk psicodélico semi-acústico para um quarteto de rock clássico cujo nome foi abreviado para T. Rex por sugestão do produtor Tony Visconti. Marc Bolan não tomou conhecimento da influência que os Beatles exerciam e foi buscar influências em Chuck Berry, Little Richard, Elvis e Buddy Holly. Em pouco tempo receberia tantos gritos da platéia quanto os Beatles costumavam receber.
Seu segundo álbum, Electric Warrior, ocupou o primeiro lugar nas paradas por semanas e as revistas se referiam ao sucesso da banda como "T. Rextasy".

The Slider veio em seguida e consolidou dois anos de absoluto reinado da T. Rex. Ele é um festival de riffs em melodias baseadas no boogie-rock, carregando letras que Bolan escrevia se inspirando na poesia de John Keats, Lord Byron bem como na fantasia de Tolkien e Lewis Carroll.

Contudo, o pico do sucesso estava na beira de um precipício. Durante esses anos não estaria errado colocar a T. Rex ao lado da Stones e dos Beatles. Quando David Bowie estourou com Ziggy Stardust and The Spiders From Mars, seu amigo Marc Bolan já tinha quatro grandes sucessos. E esse sucesso todo explodiu o ego de Bolan, que já era grande. Seu narcisismo rapidamente foi afastando todos os que colaboraram para sua ascensão, inclusive o produtor Tony Visconti. Daí em diante ele trocava seus músicos como quem troca de roupa e o declínio da sua obra foi uma consequência inevitável. Marc Bolan morreu num acidente de carro em 1977.
A foto da capa foi tirada por Ringo Starr.




Marc Bolan - vocal, guitarra
Steve Currie - baixo
Bill Legend - bateria
Mickey Finn - percussão, vocal
Howard Kaylan, Mark Volman (Flo & Eddie) - backing vocal
Tony Visconti - produção e arranjos para cordas




1   Metal Guru
2   Mystic Lady
3   Rock On
4   The Slider
5   Baby Boomerang
6   Spaceball Ricochet
7   Buick Mackane
8   Telegram Sam
9   Rabbit Fighter
10 Baby Strange
11 Ballrooms Of Mars
12 Chariot Choogle
13 Main Man
14 Cadillac
15 Thunderwing
16 Lady


 

sábado, 6 de fevereiro de 2021

Silverhead - 16 And Savaged (1973)







Silverhead foi uma banda londrina formada em 1971 e liderada pelo ator e cantor Michael Des Barres. Era uma banda bastante competente que mostrava influências da T. Rex, da Free e da Deep Purple. Não à toa, ela assinou contrato com o selo da Deep Purple e foi produzida por Martin Birch. 
Seu som foi entrando pelo território do glam-rock mas ela ficou longe do sucesso que artistas como Bowie, T. Rex e Mott The Hoople alcançaram na mesma época. Ela abriu shows para a Nazareth e a Osibisa, gravou 2 álbuns e deixou um inacabado, pois se separou em 1974.
"16 And Savaged" é o segundo disco, mais sólido que o anterior, e mostra a banda mais afiada com um novo e ótimo guitarrista chamado Robbie Blunt. Blunt viria a ser o guitarrista de Robert Plant nos anos 80.




Michael Des Barres - vocal
Rod Rook Davies - guitarra, percussão, vocal
Robbie Blunt (Robert Plant) - guitarra, slide
Nigel Harrison (Blondie) - baixo
Pete Thompson - bateria, percussão, teclados
com:
Ian McDonald (King Crimson) - sax
John "Rabbit" Bundrick (Free) - teclados



1 Hello New York  
2 More Than Your Mouth Can Hold  
3 Only You  
4 Bright Light  
5 Heavy Hammer
6 Cartoon Princess 
7 Rock out Claudette Rock Out 
8 This Ain't a Parody  
9 16 and Savaged  


 

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Grant Green - Idle Moments (1963)







Grant Green tinha um estilo distinto de tocar. Seu tom ele encontrou abaixando graves e agudos e aumentando os médios no amplificador. Sua interpretação era sutil e contida, até permanecendo em segundo plano em relação a outros instrumentos mas, quando se soltava, o que se via era uma velocidade e uma destreza nunca vista em outros guitarristas, antes e depois dele. 
Green começou aos 13 anos tocando gospel na igreja e tocou boogie-woogie antes de mergulhar no jazz. Como muitos músicos da sua geração ele viciou-se em heroína e devastou sua saúde. Afastou-se algumas vezes para tratamento e acabou falecendo de um ataque do coração em 1979, dentro do seu carro, aos 43 anos apenas. 
Idle Moments é sua obra-prima. Ele foi gravado em duas sessões em 1963 com um grupo de músicos extraordinários que dividem igualmente e ocupam todo o espaço. Usam todos os licks do mais puro jazz, do melhor be-bop, mas aqui e ali há os sons do blues, uma lembrança dos seus 13 anos e do seu mestre Charlie Christian.
O jazz permanece como o blues permanece, mas o jazz na guitarra está em falta, sumiu. Quando o jazz é fundido a outros gêneros, aí tudo bem, há grandes guitarristas. Mas puro, sem gelo, tá difícil. Como Green, nunca mais.




Grant Green - guitarra
Bobby Hutcherson - vibrafone
Duke Pearson - piano
Joe Henderson - sax tenor
Bob Cranshaw - baixo
Al Harewood - bateria




1 Idle Moments 
2 Jean de Fleur 
3 Django 
4 Nomad 
5 Jean de Fleur [Alternate Version]
6 Django [Alternate Version]


 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Gavin Harrison - Cheating The Polygraph (2015)







Parece estranho dizer que há tantas bandas fundindo o prog ao jazz quando se sabe que o jazz foi, em muitos caos, um componente do prog. Não foi o caso da Porcupine Tree mas foi da King Crimson. E o que elas tem em comum é o baterista extraordinário Gavin Harrison.
Harrison revela-se um apaixonado pelos sons dos metais por ser filho de um trompetista. Ele tem uma eclética carreira iniciada nos anos 80. Em 2002 ele substituiu Chris Maitland na Porcupine Tree e gravou os discos mais poderosos da banda. Em 2008 Harrison passou a excursionar com a King Crimson. Além dessas responsabilidades ele tem várias colaborações, projetos e a carreira solo. 
E foi pensando em trabalhar os sons dos metais, de uma big band, que ele criou novos acordes para a música "Futile" da Porcupine Tree. Entusiasmado com o resultado, Harrison retrabalhou mais sete das suas músicas favoritas da Porcupine Tree e das quais foi co-autor.
Cheating The Polygraph é um álbum surpreendente e intrigante à partir do título. Ele traz para o jazz músicas com a força do prog-metal, algo inédito para mim. É interessante ler o que ele escreve no encarte sobre rótulos e seu conceito de música.




Gavin Harrison - bateria, marimba
Laurence Cottle - baixo, piano Fender Rhodes
Dave Stewart (Hatfield And The North, National Health) - percussão orquestral
Andy Findon - flauta
Gareth Lockrane - flauta
Larry Williams - flauta solo
Nigel Hitchcock - sax
Pete Long - sax contrabaixo
Adrian Hallowell - trombone baixo, tuba
Mark Nightingale - trombone
Andy Wood - trombone, trompa tenor, trompa barítono
Freddie Gavita - trompete solo
Tom Walsh - trompete
Ryan Quigley - trompete
John Barclay - trompete
Ben Castle - clarinete
Gary Sanctuary - piano




1 What Happens Now? (de "Nil Recurring EP")
2 The Sound Of Muzak / So Called Friend (de "In Absentia" - "Deadwing")
3 Start Of Something Beautiful (de "Deadwing")
4 Heart Attack In A Layby (de "In Absentia" e "On the Sunday of Life")
5 The Pills I'm Taking (de "Anesthetize")
6 Hatesong / Halo  (de "Lightbulb Sun" e "Deadwing")
7 Cheating The Polygraph / Mother & Child Divided  (de "Nil Recurring EP" e "Deadwing ")
8 Futile (de "Futile" EP)