sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Isildurs Bane & Peter Hammill - In Amazonia (2019)






Essa parceria entre o líder da icônica Van Der Graaf Generator e o coletivo prog sueco Isildurs Bane foi um dos melhores lançamentos do ano passado.
O nome Isildurs Bane vem da obra de JRR Tolkien e a banda está na estrada desde o final dos anos 70. Anualmente eles promovem um evento musical reunindo compositores e instrumentistas. Na edição de 2017 Peter Hammill foi um convidado especial e aí teve início este projeto.
Coube a Mats Johansson compor a parte musical e entregá-la em estágio adiantado a Hammill para que escrevesse as letras e fizesse os arranjos vocais.
Apesar do título sugerir, o álbum não aborda a ecologia diretamente, mas sim o autoconhecimento e a reflexão sobre os eventos passados e o contato com o mundo exterior.
O trabalho foi apresentado no Gouveia Art Rock Festival, na cidade de Gouveia em Portugal.
Hammill vinha de um período bastante ativo, porém muito repetitivo. In Amazonia resgatou o melhor do seu talento.




Peter Hammill - vocal
Mats Johansson - Arp 2600, Minx Moog Model D, Moog Sub 37, Mellotron, Oberheim Xpander, Yamaha Grand Piano, Hohner Clavinet D6, Kurzweil 2600, Roland Rs-202 String Machine, Sequential Circuits Pro One, Yamaha CP80 Electric Grand Piano, Yamaha CS80
Katrine Amsler - teclados, eletrônicos
Samuel Hallkvist - guitarra
Liesbeth Lambrecht - violino, viola
Luca Calabrese - trompete
Axel Crone - baixo, clarinete baixo, guitarra adicional, sax tenos, sintetizadores, Yamaha Grand Piano, Hohner Clavinet D6
Kjell Severinsson - bateria, percussão
Klas Assarsson - marimba, percussão
Jan Severinsson - ambientação 

com
Pat Mastelotto - bateria eletrônica, percussão eletrônica (3)
John Anderberg - backing vocal
Xerxes Andren - bateria
Karin Nakagawa - Koto, voz
Adam Sass - trompete
Zhazira Ukeyeva - violino
Mette Gerdle - violino




1 Before You Know It 
2 Under The Current
3 Aguirre
4 This Is Where?
5 The Day Is Done
6 This Bird Has Flown 


 

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Godley & Creme - Consequences (1977)







Este álbum é uma espécie de experiência auditiva. Pode ser desafiadora ou pode simplesmente fazer desligar, levantar e sair xingando. 

Kevin Godley e Lol Creme eram o baterista e o guitarrista da banda de pop-rock 10cc. Ainda nela eles desenvolveram um mecanismo para ser acoplado à ponte das guitarras e emular o som de violinos e cellos. Ele consistia de motorzinhos que faziam girar borrachinhas que, por sua vez, faziam vibrar as cordas. Com isso eles pretendiam economizar na contratação de músicos de orquestra, se bem que o Mellotron já reinava.
Eles saíram da 10cc e planejaram antes de tudo lançar um EP de 7" para divulgar sua invenção, batizada de "Gizmotron". Só que no estúdio o projeto tomou proporções gigantescas e acabou virando um álbum triplo. É um álbum conceitual e seu tema aborda uma vingança por parte da Natureza contra o homem que a devasta. O tema é bastante oportuno, principalmente para nós brasileiros. Só que praticamente não há canções — são efeitos, orquestrações, diálogos feitos pelo humorista Peter Cook e alguns vocais por ninguém mais, ninguém menos que Sarah Vaughn. Mel Collins toca seu sax na faixa "When Things Go Wrong". Todo o restante dos sons é produzido pela dupla Godley & Creme.
Muitos o consideram o primeiro álbum de "ambiente music" e recentemente seus admiradores receberam um enfático endosso de Steven Wilson, o workaholic músico e produtor que liderava a Porcupine Tree.

Quanto ao Gizmotron, ele foi patenteado pela dupla mas o fabricante nunca deu conta de atender a demanda nem de resolver alguns problemas que surgiram, frustrando o mercado. A tecnologia em pedais e consoles também avançou e o fabricante acabou falindo.
Jimmy Page usou um no álbum In Through The Out Door.




CD1:
Part One
1 Seascape
2 Wind
3 Fireworks
4 Stampede
5 Burial Scene
6 Sleeping Earth
7 Honolulu Lulu
8 The Flood
Part Two
9 Five O'Clock In The Morning
10 Dialogue
11 When Things Go Wrong
12 Dialogue
13 Lost Weekend

CD2:
1 Dialogue
2 Rosie
3 Dialogue
4 Office Chase
5 Dialogue
6 Cool, Cool, Cool
7 Dialogue
Part Three
8 Cool, Cool, Cool (Reprise)
9 Dialogue
10 Sailor
11 Dialogue
12 Mobilization
13 Dialogue
14 Please, Please, Please
15 Dialogue
16 Blint's Tune (Movements 1-17)


 

sábado, 24 de outubro de 2020

Alex Harvey - The New Band - The Mafia Stole My Guitar (1979)







Este é o penúltimo álbum de Alex Harvey antes de sua morte em 1982, de ataque cardíaco. O último álbum foi lançado postumamente.
Harvey esteve à frente da The Sensational Alex Harvey Band até o final de 1976. Depois da sua saída a SAHB continuou sem ele e até gravou um álbum. Em 1978 ele reuniu a banda por um ano apenas — o punk interveio e estragou tudo. No ano seguinte Alex começou tudo de novo com o mesmo humor negro da SAHB e o melodrama teatral dos vocais, mas colocou uma boa dose da energia do punk. Ele virou Shaking All Over do avesso e deve ter sido incrível vê-los no palco tocando-a. 
Alex Harvey tinha mais talento num dedo que muitos astros da sua época tinham no corpo todo. Ele não tocava rock, ele era o rock.




Alex Harvey - vocal, guitarra
Matthew Cang - guitarra,teclados, vocal
Tommy Eyre - teclados
Gordon Sellar - baixo, vocal
Don Weller - sax
Simon Chatterton - bateria, percussção, vocal




1 Don's Delight
2 Back In The Depot
3 Wait For Me Mama
4 The Mafia Stole My Guitar
5 Shaking All Over [Johnny Kidd & the Pirates]
6 The Whalers (Thar She Blows)
7 Oh Spartacus!
8 Just A Gigolo / I Ain't Got Nobody


 

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Euclid - Heavy Equipment (1970)







Euclid foi uma banda norte-americana do estado do Maine que combinou doses certas de rock psicodélico, garage-rock e hard-rock num único e grande trabalho. Eles mantiveram um um pé nos anos 60 e outro nos anos 70 e o álbum é poderoso, pesado e inventivo. Eles ganharam reputação como uma ótima atração ao vivo e excursionaram bastante, mas em 1975 Gary Leavitt morreu num acidente de motocicleta e isso pôs fim à banda.




Gary Leavitt - guitarra, vocal
Ralph Mazzota - guitarra, vocal
Harry 'Maris' Purino - baixo, vocal
Jay Leavitt - bateria, vocal




1a Shadows Of Life
1b On The Way
1c Bye Bye Baby
2   Gimme Some Lovin [Spencer Davis, Steve Winwood]
3   First Time Last Time
4   Lazy Livin
5   97 Days
6   She'S Gone
7   It's All Over Now [Bobby Womack]


 

domingo, 18 de outubro de 2020

Tin House - Tin House (1971)







Essa banda surgiu em Orlando, Flórida, e lançou dois discos, este em 1971 e o outro somente em 2009. O som deste é um excelente blues-rock pesado, cheio de distorção e pedais wah-wah. Todas as músicas são muito boas e ainda sobrou material para completar o álbum 2009.
Esses caras tocavam num sexteto. Um dia fizeram umas jams só os três e perceberam que se sairiam melhor sozinhos, ganhando até mais por dividir menos. Eles conheceram o Rick Derringer, que na época tocava com Johnny Winter, e ele se dispôs a produzir um disco. Foi a primeira produção do Derringer mas foi em grande estilo: nos estúdios CBS em Nova Iorque, ao mesmo tempo em que Paul McCartney e a The Rascals gravavam lá, em andares diferentes. Derringer também conseguiu que Edgar Winter participasse em duas faixas.
Depois que o disco foi lançado a Tin House seguiu em turnê abrindo shows para Johnny e Edgar Winter e este disco vendeu 243 mil cópias. Porém, Edgar "roubou" o guitarrista Floyd Radford para sua banda White Trash e a Tin House acabou por mais de três décadas. Radford também tocou com Johnny Winter.




Floyd Radford - guitarra, vocal
Jeff Cole - baixo, vocal
Mike Logan - bateria, percussão
com:
Rick Derringer - piano (2)
Edgar Winter - órgão (4), cordas (10)




1   I Want Your Body
2   30 Weight Blues
3   Be Good And Be Kind
4   You've Gone Too Far
5   Silver Star
6   Personal Gain
7   Jezebel Give Me Your Lovin'
8   Tomorrow
9   Endamus Finallamus
10 Lady Of The Silent Opera


 

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Dice - The Four Riders Of The Apocalypse (1977)







Dice foi uma banda sueca de prog sinfônico que gravou um álbum auto-intitulado em 1978 para um selo local com prensagem privada. Aparentemente eles não souberam distribuir ou divulgar e o álbum "Dice" passou despercebido e a banda Dice desapareceu. Dez anos depois sua música foi redescoberta no Japão e caixas de LPs remanescentes foram enviadas para leilão lá. Mais adiante o selo japonês Belle Antique o lançou em CD. 
Mais interessante ainda, foram descobertas fitas de um álbum conceitual e instrumental, composto por quatro longas faixas subdivididas e que haviam sido gravadas um ano antes do álbum "Dice". Novamente o selo Belle remixou tudo e já lançou várias edições.

The Four Riders Of The Apocalypse provou-se melhor e fez sucesso entre os fãs de progressivo do Japão. O fato de ser instrumental deixou-o mais adequado à proposta musical da banda, com muitas variações no andamento e a usual combinação de guitarra e vários teclados ocupando todos os espaços. Lembra um pouco da Focus e da Yes, Genesis e KC também.
No Brasil o CD japonês é distribuído pela Megahard Records que tem uma loja legal e preços justos.




Leif Larsson - órgão, sintetizador Korg, Mellotron, piano elétrico Hohner Pianet
Örjan Strandberg - guitarras, violão
Fredrik Vildö - baixos elétricos, baixo acústico
Per Andersson - bateria, percussão




   War (1st Impression):
1  Ouverture
2  Fronts
3  Battle
4  Deserted Battlegrounds
5 Disease (2nd Impression)
6 Greed (3rd Impression)

   Death (4th Impression):
7   Requiem
8   Dance Of The Devils
9   Transition
10 Heaven

11 Young Man's Delight (bonus)


 

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Corpus - Creation, A Child (1971)







O nome dessa banda veio da sua cidade, Corpus Christi no Texas. Esse é o único disco que lançou e seu som é um heavy-psych baseado no blues. O trabalho das duas guitarras é ótimo, lembrando um pouco a Wishbone Ash, só que bem mais ácido. Para os amantes de guitarra é uma alegria só.





Richard Deleon (De-De) - guitarra, vocal
William Grate - guitarra, backing vocal
James Castillo (Beaver) - baixo
Frudy Lianes - bateria
Gilbert Pena, Jr. - letras




1 Cruising
2 Joy
3 Marriage
4 Creation, A Child
5 Just A Man
6 We Can Make It, Luv
7 Not Mine
8 Where Is She?
9 Mythical Dream


 

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Sainte Anthony's Fyre - Sainte Anthony's Fyre (1970)







Esse é um álbum totalmente crú de heavy-psych a meio caminho do hard-rock. 
Sainte Anthony's Fyre provavelmente foi uma banda de bar que quebrava tudo em Nova Jersey e um dia conseguiram que os sócios de uma rede de lojas de roupas psicodélicas produzissem um disco. Foram de estúdio em estúdio, inclusive os da Motown, sem encontrar um que os aturasse. Todos queriam jogar o som direto para a mesa e Greg Ohm queria replicar o som do porão. Até que chegaram no Electric Ladyland e dispuseram de três pilhas Marshall 4X12.
Se o resultado agradou a eles eu não sei. Mas se você não se importar com um dos discos mais mal gravados e mixados do rock, vai curtir a "guitar trip".




Greg Ohm - guitarra, vocal
Tomm Nardi - baixo, vocal
Bob Sharples - bateria, percussão




1 Love Over You
2 Get Off
3 Summer Fun
4 Starlight
5 Lone Soul Road
6 With Your Beau
7 Chance Of Fate
8 Wet Back


 

sábado, 10 de outubro de 2020

Head East - A Different Kind Of Crazy (1979)







Atendendo a um pedido eu trago o quarto álbum de estúdio da Head East e o último com a formação original. A banda se afastou do hard-rock que lhe deu uma legião de fãs e moveu-se mais ao rock melódico à la Journey, estilo que predominou a partir dos anos 80. Apesar de muito bem produzido e interpretado, o álbum carece de inspiração. No entanto, o timbre da guitarra de Mike Somerville é muito legal e tem boas passagens.
Logo depois desse lançamento o pessoal se desentendeu e três membros deixaram a banda. Ela retornou com outros músicos mais adiante e ainda está por aí.
Mike Somerville faleceu recentemente.




Mike Somerville - guitarra, vocal
Roger Boyd - teclados, sintetizador, vivrafone, vocal
John Schlitt - vocal
Dan Birney - baixo
Steve Huston - bateria, vocal




1 Speciality
2 Keep A Secret
3 Feelin' Is Right
4 Lonelier Now
5 Morning
6 Got To Be Real
7 If You Knew Me Better
8 Too Late
9 Hard Drivin' Days


 

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Head East - Get Yourself Up (1976)







Este é o segundo álbum da Head East e ele não difere muito do anterior. As músicas não são tão empolgantes mas há bons momentos. O problema é que o álbum nunca foi lançado oficialmente em CD, o que confirma aquilo que os ouvidos percebem: a fonte foi um LP. O som não é ruim, só não tem a qualidade que o álbum mereceria e que a banda mereceria. Deve ter sido coisa de advogados.




Michael Somerville - guitarra, vocal
Roger Boyd - teclados, vocal
John Schlitt - vocal
Dan Birney - baixo, vocal
Steven Huston - bateria, percussão, vocal




1   When I Get Ready
2   Separate Ways
3   This Woman's In Love
4   I Don't Want The Change
5   Sailor
6   Monkey Shine
7   Jailer
8   Love My Blues Away
9   The Victim
10 Trouble


 

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Galactic Cowboys - Space In Your Face (1993)







Este é o segundo álbum da banda texana Galactic Cowboys. Ele mistura de uma maneira muito bem-humorada o thrash metal, heavy metal, prog e...pop. Sim, ouvindo suas harmonias vocais não há como não lembrar de Beatles ou de caras que usam essa influência, como Greg Bissonette, Ty Tabor e a King's X. Aliás, eles tiveram o mesmo produtor da King's X e soam como uma versão mais pesada dela em alguns momentos.
O bom humor parte da capa, passa pelos encartes e se consagra nas 21 faixas de quase absoluto silêncio. Esse deve ser o conceito deles de "espaço" e é o mais perto que chegam do space rock. Uma pequena exceção está aos 33 segundos da primeira faixa, quando a Pink Floyd é jogada na sua cara.
Depois desse disco o guitarrista deixou a banda e ela perdeu um pouco da graça.



Ben Huggins - vocal, violão, gaita de blues
Dane Sonnier - guitarra, vocal
Monty Colvin - baixo, vocal
Alan Doss - bateria, vocal, tentativa nos teclados




1 Space In Your Face
2 You Make Me Smile
3 I Do What I Do
4 Circles In The Fields
5 If I Were A Killer
6 Blind
7 No Problems
8 About Mrs. Leslie
9 Where Are You Now?
10 (Silence)
11 (Silence)
12 (Silence)
13 (Silence)
14 (Silence)
15 (Silence)
16 (Silence)
17 (Silence)
18 (Silence)
19 (Silence)
20 Ranch On Mars
21 (Silence)
22 (Silence)
23 (Silence)
24 (Silence)
25 (Silence)
26 (Silence)
27 (Silence)
28 (Silence)
29 (Silence)
30 (Silence)
31 (Silence)
32 Still Life Of Peace


 

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Bland Bladen - I grevens tid (2003)







Esta é uma excelente banda sueca de space-rock, na melhor definição do gênero. Seus membros frequentemente tocam com a dinamarquesa Øresund Space Collective.
Aqui são quatro longas faixas instrumentais, todas baseadas numa profunda linha de baixo que deixa rolar o sintetizador e a guitarra cheia de eco como em jams descontraídas. 
É uma boa pedida pra se encerrar a semana. Bastam os fones e uma bebida qualquer.




Sabava (Sebastian Wellander) - guitarra, sons
Solen (Ola Eriksson) - sintetizador, Fender Rhodes
Dave Janney - baixo
Kaufmann (Anders Gärtner) - bateria, percussão 
Luz - percussão




1 I grevens tid
2 På grön kvist 
3 I afton trans
4 Dimland