segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Gryphon - Gryphon (1973)


Gryphon pode não ser uma das bandas prog inglêsas mais conhecidas mas certamente é uma das mais interessantes. Os cinco álbuns que lançaram entre 73 e 77 mostram sua evolução de um quarteto acústico dedicado à música medieval e renascentista à uma banda de rock progressivo.
A banda foi fundada por Richard Harvey e Brian Gulland - ambos alunos da Royal Academy of Music - sobre seus interesses em música clássica antiga e folk inglês. Harvey tocava teclados e outros instrumentos enquanto Gulland era especialista em sopros medievais e seu parente moderno, o fagote. A primeira formação foi completada pelo guitarrista Graeme Taylor e o percussionista e cantor David Oberle.
Em 74, para a gravação do segundo disco, a banda recebeu o acréscimo do baixista Philip Nestor e daí em diante foi se eletrificando e se aproximando do prog na sua forma mais difundida. Tanto é, que em 74 eles excursionaram por todos os EUA abrindo os concertos do Yes e conseguiram seu lugar na prestigiada série King Biscuit Flower Hour de concertos de rádio.
Após essa turnê o baixista Nestor foi substituído por Malcom Bennett e a gravação do novo disco, Raindance, mostra uma mudança mais acentuada no som, um pouco mais pop. Em 75 eles participaram, individualmente, do disco solo de Steve Howe, Beginnings.


Logo no início de 77, o guitarrista Taylor deixou o Gryphon e foi substituído por Bob Foster; o baixista Bennett também saiu, sendo substituído por Jonathan Davie e um baterista foi adicionado (Alex Baird), deixando Oberle livre para se dedicar melhor aos vocais. Não bastassem tantas mudanças, ainda trouxeram um letrista: Tim Sebastion. O álbum resultante foi genial mas bastante pop. Depois dele o Gryphon se desfez. Richard Harvey seguiu carreira solo e participou em discos de muita gente, mais constantemente nos de Kate Bush, e Gulland se juntou ao grupo de prog-folk francês Malicorne.



Brian Gulland -fagote,sopros diversos,gravadores,teclados,vocal
Richard Harvey -violões,bandolin,gravadores,teclados,vocal
David Oberlé -percussão,vocal
Graeme Taylor -violões,vocal


01 Kemp's Jig
02 Sir Gavin Grimbold
03 Touch and Go
04 Three Jolly Butchers
05 Pastime with Good Company
06 The Unquiet Grave
07 Estampie
08 Crossing the Stiles
09 The Astrologer
10 Tea Wrecks
11 Juniper Suite
12 The Devil and the Farmer's Wife

Sunday All Over The World - Kneeling At The Shrine (1991)


Sunday All Over The World foi um projeto do Robert Fripp que incluiu sua espôsa, Toya Willcox, e que também foi seu primeiro trabalho com Trey Gunn, futuro membro do King Crimson. Esse disco bem que poderia ser do KC, algo como o elo perdido entre a trilogia encerrada com o Three of a Perfect Pair e o Thrak. É particularmente interessante porque o Fripp, que sempre trabalhou com vocais masculinos, compõe e adapta seu timbre para uma voz à la Kate Bush.

Toyah Willcox -vocal
Robert Fripp -guitarras
Trey Gunn -Chapman stick,vocal
Paul Beavis -bateria e perc

1 Sunday All Over the World
2 Blood Bruise Tattoo
3 Kneeling at the Shrine
4 Don't Take It Away
5 Transient Joy
6 Open Air
7 Strange Girls
8 If I Were a Man
9 Answered With a Smile
10 Storm Angel
11 Freedom

Robert Fripp

Há quem diga que ele é mau humorado, que nunca sorri. Nem tanto.

Fripp é naturalmente um canhoto que decidiu tocar como destro e é oriundo da escola flamenca de violão. Sua primeira guitarra foi uma Hofner President:

Daí em diante ele mesmo se define como um "homem de Les Paul"...


...muito embora use com frequência uma Tocai japonesa, modelo Les Paul...























...e uma Fernandes em corpo de Les Paul.

Muita gente também acha esquisito o fato de ele tocar sentado e pensa que é um distanciamento da platéia mas é simplesmente porque ele sempre quis ter à mão um Mellotron e mais tarde um pouco, toda a parafernália dos Frippertronics.
À partir da sua colaboração com Brian Eno nos anos 70, Fripp decidiu levar mais à fundo as experiências com fitas e desenvolveu um sistema analógico que batizou de Frippertronics. Ele consistia basicamente em 2 gravadores de rolo Revox mandando a fita de um para o outro, passando por câmaras de eco e outros apetrechos.


A evolução dos Frippertronics veio com a era digital dos anos 80. O surgimento dos sintetizadores para guitarra trouxe possibilidades ilimitadas, eles podiam criar todo tipo de som à partir de um console muito menor. Fripp escolheu para si a Roland GR 300, em cujo console também podia plugar suas Les Paul e Tokai.


Também acrescentou alguns recursos extras como um Harmonizador Eventide 3000SE que é produzido por uma empresa de dispositivos sofisticados de aviação...

...pedais Digitech Whammy, sustainer Fernades (mesmo de Hackett) e instalou nas guitarras o têmolo da marca Kahler. Tudo isso e muito mais é o que ele chama de "Soundscapes".

Em 1984 Fripp fundou a Guitar Craft, uma escola sem fins lucrativos para difundir e pesquisar a técnica de guitarra. Dessa escola surgiu a League of Crafty Guitarists que excursionou pelo mundo todo e em cujos concertos o Fripp tocou basicamente num violão Ovation Legend 1867.









Ele sofisticou a técnica erudita acrescentando métodos de banjo e jazz dos anos 20, naquilo que define como "coração, mãos e mente". Tres dos seus alunos formaram o California Guitar Trio.

Além dessas guitarras, as de uso mais frequente, Fripp possui algumas Fender Stratocaster que ele usa ocasionalmente em trabalhos com outros músicos, tais como Bowie e Andy Summers.


Uma dessas é 57 e foi um presente de Robin Trower em 1975.

Atualmente Robert Fripp está tocando uma Crimson Guitar feita especialmente para sua assinatura.


É mogno brasileiro.


Quem disse que ele não sorri?