Quando Red começou a ser trabalhado a King Crimson estava no meio de uma tormenta. David Cross saiu logo nas primeiras sessões e a banda seguiu como um trio, ajudado aqui e ali por ex-membros e colaboradores e pelo uso inédito de overdubs de guitarra. Considerando o clima, é ainda mais admirável o que esses caras conseguiram fazer. O que sai do disco não parece ser desse mundo e Red foi eleito um dos 50 álbuns mais pesados de todos os tempos. Ainda que essas eleições sejam de um babaquismo quase petista, no caso de Red foi na mosca. Quem é do tempo em que amp tinha VU, adora ver aquelas agulhinhas pularem. Como uma obra de arte verdadeira, ela reflete o espírito e o momento, então, nem poderia ser diferente. Até mesmo o sax soprano é agressivo. Mas Bill Bruford é que foi "O Cara" — é como se ele dissesse: "Olha aqui ó! É assim que se toca esta coisa, é assim que se encara essas mudanças de 7/8 pra 4/4!"
Fripp acabou dissolvendo a banda logo depois das gravações e Red nunca foi apresentado ao público por esse line-up. E não foi coisa passageira, não. A KC só voltaria em 1981, e nem era pra ser KC. Aliás, Fripp declarou que a KC acabou num momento em que todas a bandas prog deveriam ter acabado. Sei lá, entende... Se fosse 1978...
Robert Fripp -guitarra, pouco violão e Mellotron
John Wetton -baixo e vocal
William Bruford -Bateria e percussão
com
David Cross -violino
Mel Collins -sax soprano
Ian McDonald -sax alto
Robin Miller -oboé
Marc Charig -corneta, cello
1 Red
2 Fallen Angel
3 One More Red Nightmare
4 Providence
5 Starless