Grant Green tinha um estilo distinto de tocar. Seu tom ele encontrou abaixando graves e agudos e aumentando os médios no amplificador. Sua interpretação era sutil e contida, até permanecendo em segundo plano em relação a outros instrumentos mas, quando se soltava, o que se via era uma velocidade e uma destreza nunca vista em outros guitarristas, antes e depois dele.
Green começou aos 13 anos tocando gospel na igreja e tocou boogie-woogie antes de mergulhar no jazz. Como muitos músicos da sua geração ele viciou-se em heroína e devastou sua saúde. Afastou-se algumas vezes para tratamento e acabou falecendo de um ataque do coração em 1979, dentro do seu carro, aos 43 anos apenas.
Idle Moments é sua obra-prima. Ele foi gravado em duas sessões em 1963 com um grupo de músicos extraordinários que dividem igualmente e ocupam todo o espaço. Usam todos os licks do mais puro jazz, do melhor be-bop, mas aqui e ali há os sons do blues, uma lembrança dos seus 13 anos e do seu mestre Charlie Christian.
O jazz permanece como o blues permanece, mas o jazz na guitarra está em falta, sumiu. Quando o jazz é fundido a outros gêneros, aí tudo bem, há grandes guitarristas. Mas puro, sem gelo, tá difícil. Como Green, nunca mais.
Grant Green - guitarra
Bobby Hutcherson - vibrafone
Duke Pearson - piano
Joe Henderson - sax tenor
Bob Cranshaw - baixo
Al Harewood - bateria
1 Idle Moments
2 Jean de Fleur
3 Django
4 Nomad
5 Jean de Fleur [Alternate Version]
6 Django [Alternate Version]