Jimi Hendrix, depois de vê-la tocar no clube Marquee, proclamou a King Crimson como a melhor banda do mundo. Já Robert Christgau, que se autoproclama decano dos críticos americanos, diz que ela é a pior banda do mundo porque é pretensiosa. Eu é que não vou discutir com Hendrix.
A King Crimson começou a tomar forma quando o trio Giles, Giles & Fripp expandiu-se com a entrada do multi-instrumentista Ian McDonald em 1968. Ian trouxe seu parceiro, o letrista e poeta Peter Sinfield. Depois de muita insistência, Fripp conseguiu que Greg Lake se juntasse ao grupo, só que tocando baixo — Lake tinha estado brevemente na banda The Gods com Ken Hensley e Lee Kerslake, em substituição ao Mick Taylor. Então, a estréia da KC foi em 13 de janeiro de 1969 no porão do Fulham Palace Cafe em Londres. Sinfield era efetivamente o quinto membro; o homem das letras não subia ao palco mas acumulava como iluminador, técnico e gerente.
As gravações desse primeiro disco foram abandonadas duas vezes e só deram certo quando eles mesmos assumiram a produção. In The Court Of The Crimson King é considerado o primeiro disco de rock progressivo da história porque ele olhou para onde as outras bandas estavam apontando e foi muito além. Foi um lançamento chocante, uma ousadia muito maior que as experiências feitas até então. Por isso, In The Court Of The Crimson King é também considerado o disco mais importante do gênero. É rock contaminado pelo jazz, com um toque de renascentismo e um bom tanto de romantismo. As letras foram escritas com a precisa intenção de introduzir o ouvinte a um mundo fantástico e imaginário. Crimson King é uma árvore japonesa que frequentemente aparece como símbolo do inconsciente. Ela está descrita na obra de Jung a partir da mitologia judeu-cristã dos Jardins do Eden, em escrituras hindús e na mitologia nórdica, em que aparece como a árvore Yggdrasil.
Oportunamente, a King Crimson abriu um concerto da Rolling Stones no Hyde Park em julho e o impacto colocou esse disco em quinto lugar no reino Unido. Mais do que lançar a carreira da King Crimson, In The Court Of The Crimson King lançou um movimento de enormes proporções que se espalhou pela Europa e produziu obras que primaram pela criatividade e pela qualidade musical. Contudo, mas, porém, todavia, ITCOTCK nem é o melhor da KC.
Robert Fripp - guitarra
Greg Lake - baixo e vocal
Ian McDonald - teclados, flauta, clarineta, vibrafone, Mellotron, sopros, percussão, vocal
Michael Giles - bateria, percussão
Peter Sinfield - letras e idéias
1 21st Century Schizoid Man (including Mirrors)
2 I Talk To The Wind
3 Epitaph (including March For No Reason and Tomorrow And Tomorrow)
4 Moonchild (including The Dream and The Illusion)
5 The Court Of The Crimson King (including The Return Of The Fire Witch and The Dance Of The Puppets)