The Power to Believe é o último disco de estúdio da maior banda da Terra. Ele segue a mesma equação desenvolvida no álbum Discipline: o diálogo matematicamente intrincado entre as duas guitarras e o stick, nesse caso, a Warr. Numa primeira ouvida, tudo pode parecer meio repetitivo, contudo, com mais atenção logo percebem-se as texturas e a sofisticação. Depois daquela trilogia dos anos 80 a KC (que deveria ter passado a se chamar Discipline) adormeceu por dez anos, ressurgindo com o álbum Thrak. Depois dele a banda aventurou-se nos diversos ProjeKcts, como se fossem laboratórios para o próximo passo. The Construkction of Light veio em 2000 mas não foi muito bem recebido, talvez por ser meio frio e chatinho. Com The Power to Believe é diferente, embora tenha mesmo aquela reciclagem, quase uma marca registrada. Elektrik, por exemplo, remete claramente à The ConstruKction of Light do álbum anterior, composta sob o impacto do 11 de setembro e da invasão do Iraque, que é meio paranóica.
Robert Fripp - guitarras
Adrian Belew - guitarra, vocal
Trey Gunn - Warr guitar com e sem trastes
Pat Mastelotto - bateria, percussão digital
1 The Power To Believe Part 1 (a cappella)
2 Level Five
3 Eyes Wide Open
4 Elektrik
5 Facts Of Life (Intro)
6 Facts Of Life
7 The Power To Believe Part 2
8 Dangerous Curves
9 Happy With What You Have To Be Happy With
10 The Power To Believe Part 3
11 The Power To Believe Part 4 (Coda)
Pelo seu título e pela ideia também, eu achei que seria um bom álbum para se começar o ano. Na verdade, começar coisa nenhuma, já que o tempo é linear. Contudo, há três títulos aí para nós brasileiros refletirmos; dois deles, inversamente. Não basta acreditar, tem que ir para a rua, tem que protestar, tem que assinar petição, tem que mandar e-mail pra congressista, tem que constranger político em qualquer lugar. Lembro que no IMPEACHMENT anterior, o do collor, os governistas asseguravam que não haveria mais do que 160 votos a favor, insuficientes portanto. Mas como povo foi pra rua, foram 441 votos favoráveis a chutar o cara de lá. Agora não não é mais o caso de dar um pé na bunda de um ou dois, mas de vermifugar tudo. O brasileiro também tem essa de ser feliz com o que tem para ser feliz e acaba por convencer a si próprio de que é feliz numa favela sem esgoto, feliz trabalhando para pagar os três ônibus que pega para ir ao trabalho e por aí vai. É a mansidão bovina, tão bem sintetizada por Augusto Nunes. Por último, olhos bem abertos! Quem roubou 100 bi, rouba 200.