quinta-feira, 30 de junho de 2016

Larry Coryell - Return (1979)






O "Return" do título talvez faça referência à volta de Larry Coryell ao selo Vanguard, pelo qual tinha lançado seus primeiros discos. Aqui ele é acompanhado pelos três filhos do grande pianista Dave Brubeck. Return não tem destaque na discografia dele, mas isso é coisa dos tais críticos. O fato é que é um disco bacana, despretencioso e alegre.



Larry Coryell - guitarra
Darius Brubeck - piano
Chris Brubeck - baixo
Dan Brubeck - bateria
Ray Mantilla - percussão



1 Cisco At The Disco
2 Rue Grégoire Du Tour
3 Three Mile Island [Darius Brubeck]
4 Return [Darius Brubeck]
5 Sweet Shuffle
6 Mediterranean Sundance / Entre Dos Aguas [Al Di Meola, Paco De Lucia]

terça-feira, 28 de junho de 2016

Kazumi Watanabe New Electric Trio - Mo' Bop II (2004)






New Electric Trio é um projeto liderado pelo guitarrista Kazumi Watanabe que lançou três discos. Watanabe é um estudioso das texturas e seus acordes são modulados e fluidos; Bona é um discípulo aplicado de Jaco Pastorius e "El Negro" acompanhou Jack Bruce em vários discos e tocou com Carlos Santana também. 



Kazumi Watanabe - guitarras
Richard Bona - baixo com e sem trastes
Horacio "El Negro" Hernandez - bateria, percussão



1 Cleopatra's Dream
2 Blue Spiral
3 Mystic Sand
4 Mosaic Stone
5 Dante’s Point
6 Cry Me A River
7 Death Valley
8 Havana
9 Favor Return of Ensyu Swallow

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Kultivator - Barndomens Stigar (1981)







A Kultivator foi uma grande banda da suécia que, infelizmente, só lançou um disco. Seus cinco membros eram instrumentistas muito talentosos e o som que eles fizeram assemelha-se ao da Area, da Magma e da Samla Mammas Manna. A semelhança é sutil pois eles misturaram o jazz-rock Canterbury, ao Zeuhl, ao rock psicodélico e ao folclore escandinavo, coisa que só eles fizeram mesmo. Esse disco alterna momentos instrumentais super energéticos com outros mais tranquilos com um agradável vocal feminino. O instrumento dominante é o piano elétrico e as passagens de guitarra lembram um o pouco as da Henry Cow com Fred Frith. Além das músicas complexas com frequentes mudanças de tempo e da interpretação virtuosa, merece louvor o fato de terem ignorado completamente o que estava na moda em 1980.




Johan Hedrén - piano Fender Rhodes, órgão, sintetizador, violão
Jonas Linge - guitarra, bandolin, acordeon, percussão, vocal
Ingemo Rylander - vocal, guitarra, flauta, gravador
Stefan Carlsson - baixo, gaita cromática, sintetizador
Johan Svärd - bateria
Hädan Sväv Boys - coral 




1   Höga Häster
2   Vemod
3   Småfolket
4   Kära Jord
5   Barndomens Stigar
6   Grottekvarnen
7   Vårföl
8   Novarest
9   Häxdans
10 Tunnelbanan Medley
11 Novarest Live

CD bônus Waiting Paths:
1 In The Darkness' Plait
2 Bringing Water
3 Another Day In Life
4 Waiting Paths

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Catharsis - Masq (1971)







A francesa Catharsis tem um som bastante distinto e centrado no órgão meio fantasmagórico do Roland Bocquet. A musica dela é espontânea e faz a gente imaginar que a banda está num tipo de ritual oculto para alcançar outro nível de consciência, mas não tem nada disso, não. Digamos que, filosoficamente, ela se aproxima da Pink Floyd no começo da carreira ou da Amon Düül — o resultado musical é que é diferente.
Este é o disco de estréia e reúne músicas acessíveis, cantos sem letras, elementos árabes, muita percussão e aventuras de vanguarda. Depois desse disco três membros saíram mas a banda seguiu em frente com poucas mudanças no som.





Roland Bocquet - órgão Farfisa, piano, glockenspiel, vocal
Alain Geoffroy - piano, charango, ukelele, vocal
Patrick Moulia - guitarra, gaita judaica, chocalho, harmônica, percussão, vocal
Niles Brown - guitarra, violino, guizos, vocal
Yves De Roubaix - guitarra, chocalho, vocal
Charles Eddie - percussão
Charlotte Boutillier - vocal, violino, chocalho, guizos




1 Masq
2 4 Art 6
3 Cantique
4 Tunnel Extatique
5 Masq

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Moving Gelatine Plates - Moving Gelatine Plates (1971)







Essa é uma outra banda que foi influenciada pelo álbum Uncle Meat de Zappa, e pelo We're Only in It For The Money também. Só que a Moving Gelatine Plates não estava lá pelo dinheiro, tanto que teve vida curta e, face ao fraco retorno comercial, seus membros tiveram até que vender os equipamentos. Mas sua presença foi tão importante que esse disco é considerado um dos dez melhores da França.
A MGP nasceu como resultado das revoltas estudantis em maio de 1968. Seus fundadores, Gérard Bertram e Didier Thibault, conheciam-se desde garotos e tinham grande interesse pelo jazz e pelo nascente fusion. Além de Zappa, esses caras admiravam a Soft Machine, a Gong e a Caravan também. Então, a MGP foi a primeira banda fora da Inglaterra a entrar na cena Canterbury. Suas composições são verdadeiros quebra-cabeças ou mosaicos de inúmeros temas musicais. Em 1972 ela lançou mais um excelente disco e dissolveu-se. Trinta e quatro anos depois a MGP se reuniu e lançou mais um.





Maurice Helmlinger - órgão, trompete, flauta, sax soprano, sax tenôr
Gérard Bertram - guitarra, violão, vocal
Didier Thibault - baixo, vocal, violão 12 cordas (1 à 5), guitarra
Gérard Pons - bateria, percussão
Marc Profichet - bateria, vibrafone, xilofone, percussão (6 à 9), sintetizador (6 à 9)
Jean-Jacques Hertz - guitarra (6 à 9)
Dominique Godin - teclados (6 à 9)
Didier Malherbe - sax  (7, 9)
Jean Rubert - sax (6 à 9)




1 London Cab
2 X-25
3 Gelatine
4 Last Song
5 Memories
6 Destruction
7 Tout Autour De Toi
8 Fréquence Nocturne
9 Solaria

domingo, 19 de junho de 2016

Univers Zéro - Hérésie (1979)







Pegue uma porção da Mothers of Invention, aquela variedade de gêneros do período de Uncle Meat, e junte o radicalismo da Henry Cow. Ponha também elementos da música clássica do início do século XX, como Bartok e Stravinsky, agite por uns cinco anos, e você terá Univers Zéro. Ela foi fundada em 1973 por Daniel Denis, um baterista e compositor genial que tinha tocado na banda Arkham e depois foi o segundo baterista da Magma por alguns meses. Ele foi bastante influenciado pelo jazz e pelo erudito, pela King Crimson, Soft Machine e por Frank Zappa. Apesar de todos os seus membros terem origem no jazz, a UZ foi a banda mais erudita do movimento RIO, usando oboé, viola, violino e fagote nos seu solos. Sua música deixou de fora qualquer ideologia política e também todo apelo sentimental, em favor de composições cerebrais. Hérésie é o segundo disco, ligeiramente mais rock que o anterior, mas ainda assim um rock de câmara. Dependendo de como se encare, ouvir UZ pode ou não ser prazeroso, posto que nem foi concebida para ser assim. Naqueles anos em que se pegava, por exemplo, um Rick Wakeman apresentando a lenda do Rei Arthur em patinação no gelo, algo muito radical tinha que ser feito em nome do rock progressivo.




Daniel Denis - bateria, percussão
Roger Trigaux - guitarra, piano, órgão, Harmonium
Michel Berckmans - oboé, fagote
Patrick Hanappier - violino, viola
Guy Segers - baixo, voz
Vincent Motoulle - teclados (4)




1 La Faulx
2 Jack The Ripper
3 Vous Le Saurez En Temps Voulu
4 Chaos Hermétique

sábado, 18 de junho de 2016

Present - Le Poison Qui Rend Fou (1985)







A belga Present foi fundada pelo ex-guitarrista da Univers Zéro, Roger Trigaux. Dela vieram também o baixista Christian Genet e o baterista Daniel Denis. Portanto, não há meras semelhanças com o som da Univers, que foi uma das grandes forças do movimento RIO. Algo que distingue as duas é que a Present não usa instrumentos comuns na música erudita, e também que o trabalho da guitarra sempre guiando a melodia a aproxima do ouvinte roqueiro. Esse é o segundo disco da Present, que em CD foi acrescido de gravações ao vivo ainda com o baixista original. Não é uma música acessível e nem fica melhor quanto mais se ouve; é um desafio constante. O clima é tenso e obscuro, coisa que eu nem precisaria dizer com essa capa aí e o título que significa "o veneno que leva à loucura". Outra influência que logo se percebe é a de Robert Fripp no que diz respeito à técnica da guitarra com bastante sustain. 




Roger Trigaux - guitarra, piano Fender Rhodes
Alain Rochette - piano, Yamaha CP-80 Electric Grand Piano, sintetizador
Marie-Anne Polaris - vocal
Ferdinand Philippot - baixo
Christian Genet - baixo (CD 2)
Daniel Denis - bateria, percussão



Disc 1 : Le Poison Qui Rend Fou
1 Le Poison Qui Rend Fou, Part I: Ram Ram Va Faire "Pif Paf"
2 Ersatz
3 Le Poison Qui Rend Fou, Part II: Didi, Dans Ta Chambre!
4 Samana


Disc 2 : Recorded January 23, 1982 in Livry Gargan, France
1 Quatre-vingt Douze
2 Ersatz
3 Le Poison Qui Rend Fou, Part I
4 Chaos Hermetique
5 Promenade Au Fond D'un Canal





 Creio que estão assistindo a um programa do Partido dos Trabalhadores

sexta-feira, 17 de junho de 2016

De Gladas Kapell - Spelar Nilsson (1978)






Essa banda existiu por um único dia, 13 de maio de 1978. Foi nesse dia que gravaram esse disco aqui, que é um dos mais importantes do prog e fusion da Suécia. Stefan Nilsson, previamente membro da Kornet, é o autor de quase todas as faixas. Coste Apetrea, ex-Samla Mammas Manna, que já tinha lançado seu primeiro disco solo e iniciado uma parceria com Jukka Tolonen, abriu espaço na agenda para algumas performances realmente notáveis. Do Peter Sundell eu não sei nada, mas o Georg Wadenius foi membro da Made in Sweden e vinha de uma longa temporada nos Estados Unidos onde tocou com a Blood, Sweat & Tears. Spelar Nilsson é feito de fusion da melhor qualidade com um toque progressivo, que permite compará-lo a discos da Return to Forever, mas respeitando os estilos e particularidades. Eles sequer chegaram a se apresentar ao vivo, já que Wadenius retornou para os Estados Unidos.




Stefan Nilsson - piano, mini Moog
Coste Apetrea - guitarra, violão
Georg Wadenius - baixo
Peter Sundell - bateria



1 Havanna Boogie
2 Kelt Visan
3 Samballad
4 De Gladas Kapell
5 Morgonlåt
6 Rio Déja Vu
7 Lösnasor Åt Konstplarna
8 Nyspolat

terça-feira, 14 de junho de 2016

Coste Apetrea - Surprisingly Heavy (2008)







Coste Apetrea começou sua carreira na Samla Mammas Manna, tocou com ela em três álbuns e a deixou para estabelecer uma parceria com o guitarrista finlandês Jukka Tolonen. Juntos lançaram sete álbuns e tocaram nos principais eventos musicais, incluindo várias vezes em Montreux. Nesse tempo todo, além de várias outras parcerias, ele lançou cinco álbuns solo , produziu outros músicos e compôs música para o cinema e a TV, que ele afirma ser a melhor educação musical que há. Em 1990 ele retornou à Samla, gravando um álbum de estúdio e outro ao vivo. Seus discos sempre balancearam o jazz e o rock até o álbum anterior a esse, quando ele decidiu aumentar o peso. Mesmo assim o disco foi recebido como "jazz". Daí, veio algo surpreendentemente pesado. 




Coste Apetrea - guitarras, baixo, teclados, vocal
Wilgot Hansson - bateria




1   Surprisingly Heavy
2   Chased By Shadows
3   Don't Hold Back
4   Pumping Hello
5   Mental Oil
6   Macho
7   Shadow Boxer
8   Kolkata Traffic
9   Take The Stairs
10 Magicians Gloves
11 Closer
12 Kyrkish Piis 






domingo, 12 de junho de 2016

Samla Mammas Manna - Måltid (1973)







A Samla surgiu em Uppsala na Suécia, em 1969, e junto com a Henry Cow liderou o movimento Rock in Opposition. Já no disco de estréia ela chamou atenção, bem menos pela qualidade dele e mais pelo jeito lunático de fazer música. Inspirando-se em Zappa, eles faziam um prog-jazz cheio de vozes esquisitas e temas circenses e algumas gravações foram feitas no galinheiro da casa de Lars Hollmer.
Måltid é muito diferente. Nele estréia o excelente guitarrista Coste Apetrea e o som evolui sensivelmente e torna-se complexo. Hasse Bruniusson interessa-se por uma grande variedade de instrumentos de percussão e inspira-se tanto no trabalho de Art Tripp da Mothers, como no de Jamie Muir da King Crimson. Hollmer também inspirou-se na King Crimson ao introduzir o Mellotron. As músicas contém fragmentos de jazz, de valsa e vários estilos de folk e remetem o ouvinte à ideia do prazer em viver, ao passo em que esses caras tem muito prazer em tocar. As comparações com Zappa ainda são inevitáveis mas o estilo da Samla é único. Måltid é um um álbum fundamental na história do prog.




Lars Hollmer - piano, piano elétrico, Mellotron, vocal
Coste Apetrea - guitarra, violão, vocal
Lasse Krants - baixo, vocal
Hasse Bruniusson - bateria, percussão, backing vocal
Henrik Öberg - congas (11) 




1   Dundrets fröjder 
2   Oförutsedd f¢rlossning
3   Den återupplivade låten
4   Folkvisa i morse 
5   Syster system
6   Tärningen
7   Svackorpoängen
8   Minareten 
9   Værelseds tilbud 
10 Minareten II 
11 Circus apparatha 
12 Probably the probably






sexta-feira, 10 de junho de 2016

Hasse Bruniusson - Flying Food Circus (2002)







Hasse Bruniusson é o virtuoso baterista da sueca Samla mammas manna e também participa de discos da The Flower Kings. Sua carreira começou nos anos 60 e sempre foi dedicada à vanguarda musical. Ele foi um dos fundadores da Samla, que por sua vez foi fundadora do gênero Rock In Opposition. Esse é o seu segundo disco solo e o único em CD. Ele foi produzido pelo guitarrista da Flower Kings, Roine Stolt, com quem Bruniusson começou a colaborar desde 1979 na banda Fantasia. Flying Food Circus mistura prog e fusion, criando uma atmosfera realmente circense, tão divertida quanto as aberturas de desenhos animados. É um disco muito legal e a gente se pega rindo enquanto ouve. Mas o que esses caras tocam não é brincadeira.




Hasse Bruniusson - bateria Tama, marimba, glockenspiel, percussão, teclados, vocal
Roine Stolt - baixo Fender Precision, guitarra, violão, teclados
Mats Öberg - piano, sintetizadores Korg, Hohner Clavinet, acordeon
Johan Lund Andersson - clarinete
Hakan Almkvist - sítara
Bosse Hulphers - acordeon




1 The Instrument For A Good Dressage 
2 The Different Kind Of Goodness 
3 Erfarenheit Von Panopticon 
4   Pot On The Head & Oranges Under The Arms 
5   Collect Relapses 
6   Le Tambour De Ville 
7   The Man Without Qualities 
8   Sleighride To Ettal 
9   The Nord Reel
10 A Clowns Opinion, A Belated Prologue 
11 A Belated Prologue 

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Canned Heat - Livin' The Blues (1968)







O terceiro disco da Canned Heat mostra uma banda evoluindo e experimentando. Os quase 20 minutos da faixa 8 divididos 9 partes faz a fusão de vários gêneros mas o todo é do melhor boogie-blues-rock já feito. Livin' The Blues foi um dos primeiros álbuns duplos a fazer sucesso nas paradas e exerceu grande influência sobre todos os movimentos da época, sobretudo por sua proposta ambientalista pioneira. O disco 2 inteiro é uma longa jam gravada ao vivo da música "Fried Hockey Boogie" que está no álbum anterior, e que, por sua vez, já era uma jam sobre o riff da música  "Boogie Chillen" do John Lee Hooker, uma grande influência da Canned Heat. Esse mesmo riff depois serviu de base para a ZZ Top fazer a sua "La Grange". Aliás, a ZZ e a Led Zeppelin devem ter ouvido bastante esse disco.




Bob "Bear" Hite - vocal
Alan "Blind Owl" Wilson - guitarra slide, harmônica, vocal
Henry "The Sunflower" Vestine - guitarra
Larry "The Mole" Taylor - baixo elétrico, congas
Adolfo "Fito" de la Parra - bateria
com: 
Dr. John - piano, arranjos para metais (6)
Joe Sample (Crusaders) - piano (3)
John Mayall - piano (5, 8)
John Fahey - violão (2.1) 
Jim Horn - flauta
Miles Grayson - arranjo dos metais (3)




CD 1 
1 Pony Blues (Charlie Patton)
2 My Mistake 
3 Sandy's Blues 
4 Going Up the Country 
5 Walking by Myself (Jimmy Rogers)
6 Boogie Music 
7 One Kind Favor (Blind Lemon Jefferson)
8 Parthenogenesis: Nebulosity/Rollin' and Tumblin'/Five Owls/Bear Wires/Snooky Flowers/Sunflower Power/Raga Kafi/Icebag/Childhood's End

CD 2 
1 Refried Boogie, Pt. 1 
2 Refried Boogie, Pt. 2 

domingo, 5 de junho de 2016

Clarence 'Gatemouth' Brown - Gate's On The Heat (1973)







No meio dos anos sessenta Gatemouth abandonou a música pois estava decepcionado com o show business, mas em 1971 ele aceitou um convite para excursionar pela Europa e foi muito bem recebido lá. O público encantou-se com seu virtuosismo, tanto na guitarra quanto no violino, e também com o seu estilo que rolava bem entre o blues, o jazz e o country. Ele participou de vários festivais, incluindo o de Montreux.
O mesmo produtor responsável pelos discos de Memphis Slim com a Canned Heat e com Buddy Guy, conseguiu acertar gravações com Gatemouth e a Canned Heat. E no mesmo castelo/estúdio de Herouville. 
A Canned Heat estava reformulada com a entrada de James Shane, Ed Beyer e do irmão de Bob Hite, Richard. Eles deveriam gravar um álbum inteiro com Clarence Gatemouth mas a Canned acabou participando de apenas quatro faixas por causa de uma baita briga entre Clarence, Vestine e Shane. Os dois mexeram na afinação da guitarra do Clarence enquanto ele foi ao banheiro e a coisa ficou feia, com sopapos e tal. Então, Bob Hite nem chegou a participar efetivamente de alguma faixa e não está nos créditos, apesar de ser o líder da banda. Outros músicos tiveram que terminar o disco e o mais conhecido era Big Joe Turner, o baixista de B.B. King. Os metais da Memphis Horns foram novamente adicionados depois.
Apesar da encrenca, esse disco se destaca por ter algumas das melhores performances de Gatemouth ao violino.




Clarence "Gatemouth" Brown - vocal, guitarra, violino, violino elétrico, harmônica

Canned Heat (1, 10, 11, 12):
Henry Vestine - guitarra
James Shane - guitarra rítmica
Ed Beyer - sax tenôr, piano Fender Rhodes
Richard Hite - baixo
Adolfo de la Parra - bateria

Joe "Jammer" Wright  - guitarra
Andre Herve - piano, orgão Hammond B3
Michel Herve - baixo
Big Joe Turner - baixo
Christian Devaux - bateria
Calep Emphery, Jr. - bateria

The Memphis Horns :
Ed Logan - sax tenôr
Andrew Love  - sax tenôr
James Mitchell  - sax barítono
Wayne Jackson - trompete




1   Gate's On The Heat
2   Man And His Environment
3   Funky Mama
4   Jelly, Jelly
5   St Louis Blues
6   Please Mr. Nixon
7   The Drifter
8   One Mint Julep
9   River's Invitation
10 Dollar`s Got The Blues
11 Traveling Mood
12 Three Weeks And A Suitcase (Slow Funk)

sábado, 4 de junho de 2016

Memphis Slim & Buddy Guy - Southside Reunion (1970)







Na segunda metade dos anos 60 os músicos americanos de blues exerciam uma influência muito grande na cena musical britânica. A Europa, então, tornou-se um um ótimo mercado de trabalho para esses músicos, que excursionaram extensivamente por lá, e até se radicaram, como Memphis Slim. Buddy Guy e Junior Wells também foram, ambos contratados pelos Rolling Stones como convidados especiais na turnê de 1970. Isso para eles era uma retribuição, uma vez que no início da carreira os Stones abriram shows para muitos músicos negros americanos. Além dos shows dos Stones, Buddy e Junior agendaram vários concertos solo e quando chegaram em Paris, imediatamente entraram em contato com Slim, que era chamado de "o embaixador do blues". Os agentes acertaram gravar algumas sessões num castelo transformado em estúdio e uma banda com renomados músicos de Chicago foi formada, incluindo o irmão mais novo de Buddy Guy, Phil. Então, o que se houve é o puro blues da Cidade dos Ventos gravado num estúdio top perto da Cidade Luz. O castelo foi originalmente pintado por Van Gogh, que está enterrado ali. Depois de virar estúdio, o Pink Floyd gravou Obscured By Clouds lá. A Gong gravou Camembert Electrique; Jethro Tull gravou A Passion Play; a Nectar gravou Recycled; Bowie gravou Pin Ups e a Rainbow gravou Long Live Rock 'n' Roll, para citar alguns. Infelizmente não foi Van Gogh quem pintou essa capa aí.




Memphis Slim - piano, vocal
Buddy Guy - guitarra, vocal
Junior Wells: - harmônica
Philip Guy - guitarra
Ernest Johnson - baixo acústico
Roosevelt Shaw - bateria
A.C. Reed - sax tenôr
Jimmy Conley - sax alto e tenôr




1   When Buddy Comes To Town
2   How Long Blues 
3   Good Time Charlie 
4   You Called Me At Last
5   You're The One
6   No
7   Help Me Some
8   Rolling and Tumbling
9   Jamming At The Castle
10 You're The One (Alternative version)


quinta-feira, 2 de junho de 2016

Memphis Slim, Canned Heat - Memphis Heat (1973)







Durante os anos 70 Memphis Slim se pôs a trocar figurinhas — foi assim com a moçada que incluiu Peter Green e a nata do jazz britânico e se repetiu com a conterrânea Canned Heat. A Canned Heat havia aceitado o convite do produtor francês Phillipe Rault para gravar com Slim mas poucos dias antes todos foram abalados pelo suicídio de Alan Wilson, que então tinha apenas 27 anos. Wilson já havia atentado contra a vida antes e vinha sob tratamento psiquiátrico. Ele não era apenas o principal compositor, mas também o líder espiritual da banda. Joe Hill assumiu o vocal e em 18 de setembro de 1970 eles entraram em estúdio. Mais de dois anos depois essas gravações receberam overdubs de metais da The Memphis Horns e em 1973 "Memphis Heat" foi lançado. Decerto não foi fácil para ninguém da Canned Heat, contudo, pelo que se ouve, o blues transformou a dor em energia.





Memphis Slim - piano, vocal
Joel Scott Hill - vocal
Henry Vestine - guitarra
James Shane - guitarra
Alfredo De La Barreta - baixo
Richard Hite - baixo
Adolfo "Fito" De La Parra - bateria

The Memphis Horns:
Andrew Love - sax tenôr
Ed Logan - sax tenôr
James Mitchell - sax barítono
Jack Hale - trombone
Wayne Jackson - trompete




1   Back To Mother Earth
2   Trouble Everwhere I Go
3   Black Cat Cross My Trail
4   Mr Longfingers (Instrumental)
5   Five Long Years (Eddie Boyd)
6   When I Was Young
7   You Dont Know My Mind
8   Boogie Duo (Instrumental)
9   Down That Big Road
10 Whizzle Wham (Instrumental)
11 Paris


quarta-feira, 1 de junho de 2016

Memphis Slim - The Blue Memphis Suite (1971)







Memphis Slim foi um dos pianistas de blues mais influentes, que praticamente definiu o estilo clássico de tocar, e é considerado o link entre o blues tradicional e o urbano. Ele nasceu John Chatman e quando começou a tocar adotou o prenome Peter, em homenagem ao seu pai. O pai também era músico e foi um colega dele chamado Roosevelt Sikes quem inspirou Memphis a aprender piano. Memphis Slim se estabeleceu em Chicago em 1930 e logo estava participando de combos com os grandes músicos de lá. Nos anos quarenta ele formou a própria banda, Houserockers, e daí em diante compôs mais de 300 músicas, muitas das quais se tornaram grandes clássicos. Em 1959 ele fez uma excursão por Israel, Inglaterra e França, e teve tanta receptividade e reconhecimento que decidiu estabelecer-se em Paris. De lá ele gravou na Alemanha e abriu clubes de blues na França e em Israel. Ele só voltou a tocar nos Estados Unidos em 1966 (Monterrey Jazz Festival) e em 1976. Até sua morte em 1988 ele foi muito reverenciado e homenageado.
Pode-se dizer que esse álbum é parte dessa reverência, feita por jovens músicos os quais ele influenciou. Estão aí Peter Green, que acabara de deixar a Fleetwood Mac, e John Paul Jones que aproveitava uma folga da Led Zeppelin. Memphis acaba por homenagear a si próprio na autobiográfica The Blue Memphis Suite, que vai da faixa 1 à 8. Os arranjos são de Jerry Long, um gênio da Motown.




Memphis Slim - vocal, piano, clavichord
Peter Green - guitarra
John Paul Jones - órgão Hammond
Pete Wingfield (Keef Hartley Band) - piano elétrico, celeste, órgão
Johnny Dean - carrilhão
Larry Steel - baixo
Conrad Isidore - bateria
Duster Bennett (Fleetwood Mac, Bluesbreakers) - harmônica
Stephen Thompson - baixo (11)
Ray Dempsey - guitarra
Henry Lowther (Keef Hartley Band) - trompete
Harry Beckett (Nucleus) - trompete
Kenny Wheeler - trompete
Karl Jenkins (Soft Machine) - sax
Brian Smith - sax
Stan Saltzman - sax
Jerry Gibbs - sax
Peter King - sax
Nick Evans - trombone
John Mumford - trombone
Kay Gardner, Barry St John, Lisa Strike - backing vocal




The Blue Memphis Suite:
1   Born In Memphis,Tennessee 
2   Chicago 
3   Me And My Piano 
4   Handyman
5   Feel Like Screaming And Crying
6   Riding On The Blues Train
7   Boogin’And Bluesin’ 
8   Wind Gonna Rise

9   Youth Wants To Know 
10 Boogie Woogie 1-9-7-0 
11 Otis Spann And Earl Hooker
12 Chicago Seven 
13 Mason-Dixon Line 
14 Mother Earth
15 I’Ve Got Soul