Chilliwack - Chilliwack (1970)

A Chilliwack foi relativamente eclética nesse seu disco de estréia, o que também é relativo porque ela teve dois outros nomes antes desse e lançou discos. Enfim, ela compôs rock clássico indo ao psicodélico, flertando com o prog e incluindo um pouco de soul music.

A banda nasceu em 1964 em Vancouver e em 69 adotou esse nome. No Canadá esse álbum foi disco de platina mas não mereceu um relançamento em CD, coisa que só aconteceu pelo selo Red Fox que costuma mentir seu endereço mas lança boas cópias e resgata ótimas bandas.

Claire Lawrence - órgão, flata, sax, piano

Bill Henderson - guitarra, piano, vocal

Glenn Miller - baixo, guitarra 

Ross Turney - bateria

1 Sundown

2 Every Day

3 Seventeens Summer

4 Ballad

5 I Got You Fixed

6 Rain-O

7 Chain Train

 

The Old Man And The Sea - The Old Man And The Sea (1972)

Os colecionadores de Rock Progressivo reconhecem este único álbum da dinamarquesa The Old Man and the Sea como uma das obras-primas dos países nórdicos e como um exemplo-chave do gênero. 

Eles se apegaram à fórmula do Hammond rugindo e a guitarra em multi-tracks mas o que sempre conta, no entanto, é a capacidade de escrever um bom material e executá-lo bem. "Living Dead" e "Princess" estão entre as melodias mais brilhantes da época cantadas com paixão por Ole Wedel, cuja voz soava muito parecida com a de Jon Anderson. As influências vão de Atomic Rooster e Jethro Tull a Traffic e ELP.

Infelizmente, o selo Sonet não fez uma boa distribuição do LP além da Escandinávia, ele vendeu pouco, a banda desestimulou-se e se separou. O tecladista Tommy Hansen foi quem se saiu melhor, com créditos em dezenas de projetos, inclusive no Metal.

Tommy Hansen - piano, órgão Hammond, guitarra (9), backing vocal

Benny Stanley - guitarra, violão

Ole Wedel - vocal, backing vocal, percussão

Knud Lindhard - baixo, vocal (2, 7), backing vocal

John Lundvig - bateria

com:

Poul Åge Hersland - flauta (5, 7)

Lasse Laursen - guitarra (9)

1 Living Dead 

2 Princess 

3 Jingoism 

4 Prelude

5 The Monk Song 1 

6 The Monk Song 2 

7 Going Blind 

 

Herbert F. Bairy - Traumspiel (1979)

Esse é o único álbum de Herbert F. Bairy, cujo verdadeiro nome é Ferdinand Försch.

Bairy é um multi-instrumentista que na época absorveu tudo o que estava a sua volta e criou sua própria música, única e atemporal. Contudo, ele não fugiu da regra alemã de criar pontes entre o jazz, a música étnica, o prog e o erudito.

Algumas de suas influências parecem ser os primeiros trabalhos de Mike Oldfield e da Clearlight, bem como um Miles Davis aqui e ali. Tudo bem mais lisérgico, contudo.

Os vários convidados foram todos pinçados da cena krautrock, como os ex-membros da banda Odin, Jeff Beer e Rob Terstall.

Herbert F. Bairy - piano, harmonium, harpa eólica, zither, voz, percussão, bateria

Jeff Beer - sintetizador, harmonium, baixo, guitarra, voz, percussão

Rob Terstall - guitarra, violão, baixo

Ulli Süsse - órgão

Michael Weilers - guitarra, violão

Jürgen Bräuninger - sintetizador

Bernd Konrad - clarinetes, sax soprano, flautas

Frédéric Rabold - trompa 

Rudolf Reindl - trompetes

Martin Klenk - cello

Michael Körber - voz

Dietburg Spohr - voz

Jeanette MacLeod - voz

Thomas Stabenow - baixos

Manfred Kniel - bateria, percussão

Georg Heinen - dilruba, tamboura

Dizzy Pandtli - tabla

1 Traumspiel

2 Runnin

3 Lady Ollala

4 Redpeters Dream

 

Odin - Odin (1972)

A Odin foi formada por músicos de três nacionalidades: o alemão Beer, o holandês Terstall e os britânicos Brown e Fordham. Beer era muito jovem, tinha 18 anos mas já era reconhecido pelas suas interpretações de músicas da The Nice. Terstall tinha sólida formação no violão clássico e os dois britânicos eram músicos experientes de estúdio. 

O encontro deles se deu em Würzburg na Alemanha. Todos, menos Beer, tocavam numa banda chamada Honest Truth quando o tecladista morreu e o equipamento foi roubado. A única sorte dos caras foi conhecerem Beer.

Esse é o único disco da banda e traz um rock básico com alguma experimentação, dominado pelo Hammond e com alguma influência da Deep Purple.

Depois que a banda se separou em 74, Terstall permaneceu na Alemanha fazendo dupla com Beer em discos de músicos locais.

Jeff Beer - teclados, vibrafone, vocal

Rob Terstall - guitarra, vocal

Ray Brown - baixo, vocal

Stuart Fordham - bateria

1 Life Is Only 

2 Tribute To Frank 

3 Turnpike Lane

4 Be The Man You Are 

5 Gemini [Quatermass]

6 Eucalyptus 

7 Clown

 

Bush - Bush (1970)

Bush foi formada no Canadá em 1969 mas mudou-se para o Arizona logo depois. O som dela era simples, direto e inovava ao incluir funk ao hard-rock e ao R&B. Os caras eram bastante competentes e abriram concertos para a Steppenwolf e para a Three Dog Night.

Esse é o único álbum que ela lançou e foi uma plataforma para que seus membros alçassem voos mais altos. Don Troiano foi convidado para substituir Joe Walsh na James Gang e levou Roy Kenner com ele. Troiano trocou a James Gang pela The Guess Who mas Kenner permaneceu nela em mais dois álbuns. Prakash foi para a Funkadelic e depois tocou com Lou Reed e Alice Cooper. E Pentti Glan, que era finlandês, também tocou com Reed e Cooper em vários discos.

Roy Kenner - vocal, congas

Dominic "Don" Troiano - guitarra, vocal

Prakash (Prakash John) - baixo, vocal

Pentti J. Glan - bateria

1   Back Stage Girl

2   Yonge Street Patty

3   Got To Leave The City

4   I Miss You

5   Grand Commander

6   Cross Country Man

7   I Can Hear You Calling

8   Messin' Around With Boxes

9   Livin' Life

10 Turn Down

11 Drink Your Wine

12 Try (live)

13 Lookin' (live)

14 Wicked Woman (live)

15 Cross Country Ma, (live)

 

Moose Loose - Elgen Er Los (1974)

Essa banda de jazz-rock foi formada em Oslo, em 1973. Os quatro eram muito jovens mas, ainda assim, Blix e Hovensjø já haviam tocado em vários discos de Terje Rypdal.

Esse é o disco de estreia e tem o domínio dos teclados com a intervenção feroz da guitarra fuzzada. A bateria tem um volume mais alto que o usual e descansa na última faixa.

Talvez porque tenha sido lançado apenas localmente, não alcançando boa vendagem, esse álbum nunca foi relançado até este ano de 2021.

O guitarrista Jon Eberson acabou se tornando uma figura bastante conhecida no jazz-rock europeu.

Brynjulf Blix - órgão, piano elétrico, Clavinet, Mini Moog, piano

Jon Eberson - guitarra

Sveinung Hovensjø - baixo

Pål Thowsen - bateria, gongo

1 Ebers' Funk

2 B. M.

3 Flytende Øye

4 Skakke-Jens

5 O Kjød

 

Seven Steps to The Green Door - The Puzzle (2006)

Essa é uma banda alemã que surgiu em 2006 com esse álbum "Puzzle" numa produção independente, e de cara ganhou dois prêmios de música. Ela é liderada pelo tecladista Marek Arnold e o caminho que escolheu seguir foi novo e único na época. Eles misturaram o prog sinfônico ao prog-metal melódico e ao jazz. Há até algumas linhas de rap nos vocais.

Essa mistura é porque cada músico veio de uma direção diferente. Arnold veio da banda de prog-metal Toxic Smile e Eddy Gemeinhardt é um dos guitarristas de estúdio mais versáteis e requisitados da Alemanha, e especializado em jazz.

Marek Arnold - teclados, sax

Andreas "Eddy" Gemeinhardt - guitarra, violão

Lars Köhler - vocal

Ronny Gruber - vocal

Anne Trautmann - vocal

Heiko Rehm - baixo

Ulf Reinhardt - bateria, percussão

1   Everytime

2   Sigrid

3   Enslaved

4   Diary

5   Tell Me

6   Days Run Away

7   At The End Of December

8   The Puzzle

9   As One

10 Farewell

 

The Divine Baze Orchestra - Once We Were Born (2007)

 

Essa é uma banda sueca formada em 2003 por 5 jovens intelectuais que a gente poderia chamar de "retronautas". Seus controles estão ajustados pra o blues, o rock e o prog dos anos 70, a partir dos quais fazem a sua releitura requintada, criativa e pesada. Essa vem se tornando uma tradição na Escandinávia e tem lançado incontáveis bandas incríveis como essa.

"Once We Were Born" é o álbum de estreia dela.

Daniel Karlsson - órgão, Mellotron

Oliver Eek - guitarra, vocal (4), backing vocal

Alexander Frisborg - vocal, guitarra rítmica (2, 7), pandeiro

Tobias Petterson - baixo, backing vocal

Christian Eklöf - bateria, percussão

1   Dance

2   Choose Your Green

3   Trota Di Mare

4   Orange And Turquoise

5   In Search

6   Little Man

7   The Person

8   The Man From My Mother's Brother

9   Closing The Circle

10 Burned By The Sun

Cosmic Nomads - Millennium (2008)

Cosmic Nomads é uma banda australiana formada em 2003 e liderada por Ray Vanderby. Vanderby é um organista holandês — e há uma bela tradição de organistas holandeses — que já participou de umas 20 bandas, compôs músicas para peças de teatro e trabalhou como residente em estúdios, desde o final dos anos 60. 

Millennium é o terceiro disco dela e, enquanto os anteriores eram dedicados ao rock com humor, este celebra bandas como Atomic Rooster, The Nice e a Uriah Heep, abordando a música clássica de compositores como Bach, Debussy e Grieg. Mas ele não reinterpreta essas obras; ele pega o tema e insere nas suas próprias composições. 

É um Hammond plugado em gabinetes Leslie mais dois guitarristas. Portanto, o resultado é tão pesado quanto Gypsy da Uriah Heep e ainda traz alguns traços de humor.

Ray Vanderby - Hammond C3, teclados, vocal

"King" Con Patogiannis - guitarra, vocal

Prof. Kon Zizzis - guitarra, vocal

Mark Kearney - baixo, efeitos

Gordon Graham - bateria, percussão

1   Millennium Toccata 

2   Global Heat

3   Milky Way

4   Trolltog - Long Are The Ages 

5   In Paradise

6   Obey The Universe

7   Where The Lions Weep

8   The Engulfed Forest

9   Oort Cloud

10 Millennium Toccata II

11 Road To Heaven

 

Yang - Machines (2009)

Yang é a nova banda do guitarrista francês Frédéric L'Epée, líder da lendária Shylock.

Esse é segundo disco dos três que lançou até aqui e é rock progressivo instrumental, temperado pelo jazz e pelo math-rock. É impressionante o trabalho das duas guitarras. Laurent James é ex-aluno de L'Epée, então, o entrosamento dos dois é perfeito. A repetição da frases traz à mente a King Crimson e o som vai agradar também aos que curtem Djam Karet e outras do mesmo estilo.

Frédéric L'Epée - guitarra, violão, piano, sax

Laurent James - guitara, violão

Nico Gomez - baixo

Volodia Brice - bateria

1   Massacre 

2   Superball 

3   De La Mélancolie à La Révolte (From Melancholy To Rebellion) 

4   Le Procès (Prosecution) 

5   Circuits De Satisfaction (Satisfaction Circuits) 

6   3ème Messs 

7   L'étau Familial (The Family Vice)

8   Heavy Motion, Light Thoughts (Mouvement Lourd, Pensées Légères)

9   Some Rescued Demons (Quelques Démons Sauvés)

10 Temperance 

 

Marvin Gaye - What's Going On (1971)

"What's Going On" está completando 50 anos como um dos discos mais importantes da música, transcendendo o rhythm and blues, a soul music e qualquer gênero. É uma obra de arte que foi capaz de retratar toda uma época, todos os conflitos dessa época, com refinamento e delicadeza.

Gaye era um grande sucesso da gravadora Motown, colocando nas paradas músicas românticas. Um dia ele quis gravar um single com a música What's Going On e o presidente da Motown recusou por considerá-la política demais. Um único executivo do departamento de criação da Motown foi a favor da música. Outro que deu apoio foi Stevie Wonder. Gaye então anunciou uma greve; não gravaria mais nada até que lançassem o single. 

Berry Gordy, o presidente, alertou que era o tipo de coisa que arruína carreiras, um suicídio. Sem o conhecimento de Gordy, Barney Ales, vice-presidente de vendas, encomendou a prensagem de 100.000 cópias do single. A música foi enviada para estações de rádio em 17 de janeiro de 1971. Foi um sucesso enorme e Gordy pediu mais.

As sessões de gravação do álbum duraram de 17 a 30 de março de 1971. Frequentemente, duravam 12 horas apenas para acertar os vocais de uma música. Gaye pediu ao engenheiro que gravasse diferentes versões dos seus vocais em fitas separadas para que ele as pudesse comparar. Por acidente, o cara as gravou sobrepostas e Gaye adorou. Esse "dueto de um só" foi usado no álbum todo e acabou virando uma marca registrada dele.

Gaye optou por limitar a atuação dos músicos de estúdio da Motown em favor de alguns jazzistas mais devotados. O disco foi sendo remixado e aprimorado até as vésperas do lançamento. O último detalhe foi a arte da capa que veio com "What's Going On?", assim, com um ponto de interrogação. Gaye mandou removê-lo porque não era uma pergunta e sim uma afirmação daquilo que estava acontecendo. 

"What's Going On" foi o primeiro álbum conceitual do rhythm and blues com músicas conectadas abordando a guerra do Vietnã (onde um irmão de Marvin estava), a segregação racial, a pobreza, a brutalidade policial, as drogas e a degradação do meio ambiente. 50 anos depois, esse álbum é mais atual que qualquer outro lançado nos últimos meses.

O CD2 traz a única apresentação completa do álbum ao vivo, que aconteceu um ano após o lançamento.

Marvin Gaye - vocal, piano

Johnny Griffith - celeste, teclados

Earl Van Dyke - teclados

Joe Messina, Robert White - guitarra

Edward Korkigan, Italo Babini, Thaddeus Markiewicz - cello

David Ireland, Edouard Kesner, Meyer Shapiro, Nathan Gordon - viola

Alvin Score, Beatriz Budinszky, Felix Resnick, Gordon Staples, James Waring, Lillian Downs, Richard Margitza, Virginia Halfmann, Zinovi Bistritzky - violino

Carole Crosby - harpa

Angelo Carlisi, Eli Fountain, Larry Nozero, Tate Houston, William Moore - sax

Carl Raetz - trombone

George Benson, John Trundell, Maurice Davis - trompete

Dayna Hartwick, William Perich - flauta

Jack Brokensha - vibrafone, percussão

Bob Babbit, James Jamerson, Max Janowsky - baixo

Chet Forest - bateria

Earl DeRouen, Eddie Brown - bongô, congas

Jack Ashford - percussão

Elgie Stover, Kenneth Stover, Lem Barney, Mel Farr, Bobby Rogers, The Andantes - vocal

CD1

Original LP Release (May 21 1971)

1   What's Going On

2   What's Happening Brother

3   Flyin' High (In The Friendly Sky)

4   Save The Children

5   God Is Love

6   Mercy Mercy Me (The Ecology)

7   Right On

8   Wholy Holy

9   Inner City Blues (Make Me Wanna Holler)

Original Detroit Mix (April 5, 1971)

10 What's Going On

11 What's Happening Brother

12 Flyin' High (In The Friendly Sky)

13 Save The Children

14 God Is Love

15 Mercy Mercy Me (The Ecology)

16 Right On

17 Wholy Holy

18 Inner City Blues (Make Me Wanna Holler)

The Foundation

19 What's Going On (Rhythm And Strings Mix)

CD2

Live At The Kennedy Center (May 1, 1972)

1   Sixties Medley - That's The Way Love Is / You / I Heard It Through The Grapevine / Little Darling (I Need You) / You're All I Need To Get By / Ain't Nothing Like The Real Thing / Your Precious Love / Pride And Joy / Stubborn Kind Of Fellow

2   Right On

3   Wholy Holy

4   Inner City Blues (Make Me Wanna Holler)

5   What's Going On

6   What's Happening Brother

7   Flyin' High (In The Friendly Sky)

8   Save The Children

9   God Is Love

10 Stage Dialogue

11 Inner City Blues (Make Me Wanna Holler) (Reprise)

12 What's Going On (Reprise)

Original Single Versions

13 What's Going On

14 God Is Love

15 Sad Tomorrows

In The Meantime...

16 "Head Title" Aka Distant Lover