sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Can - Future Days (1973)








A cena Krautrock é por alguns vista como um sub-gênero do Rock Progressivo e por outros como um gênero em si. O fato é que o Krautrock originou-se também do Rock Progressivo mas acabou indo além. Quando o Prog estava estagnando na Grã-Bretanha, na Alemanha o Krautrock expandia-se. Ele surgiu de repente em 1968 e ainda se discute o que provocou isso. É verdade que a cena vinha se desenhando desde os anos 50 com um crescente interesse pelo jazz e com uma nova geração de compositores revolucionários, como Herbert Eimert e Karlheinz Stockhausen. Depois, com a influência do pop britânico, sobretudo com os Beatles, que fizeram residência no Star-Club em Hamburgo. Mas em 68 houve uma explosão psicodélica/progressiva. Inicialmente pode ter sido um eco anglo-americano, mas os alemães quiseram fazer uma música exclusiva, com seu próprio blend e definitivamente com muito maior experimentalismo. Nasceu então a "Kosmische Musik", sendo que o cósmico conjura a sensação de espaço, fantasia e ficção científica. Essa música cresceu com a tecnologia e decorreu do uso de efeitos eletrônicos na música psicodélica. Usar o termo em alemão simplesmente diferencia-a da música similar da Pink Floyd, ou da Hawkwind, que foram influências óbvias na cena alemã.

A Can é um grande expoente dessa cena. Ela foi capaz de trazer a vanguarda até às massas com muito sucesso. Seus fundadores, Holger Czukay e Irmin Schmidt estudaram jazz e foram alunos de Stockhausen. Desde o início a Can parecia determinada a fazer com que seus discos não fossem iguais uns aos outros. Então, a palavra chave é "experimentar". Essa premissa ficou mais forte a partir do segundo disco, quando entrou o vocalista Kenji "Damo" Suzuki que experimentava com a própria voz, inclusive gravando-a debaixo d'água.

Future Days é o álbum de maior sucesso da Can e o mais equilibrado, com sua atmosfera cósmica e sobrenatural. Czukay o descreve como um álbum "ambient", mas esse ambiente parece estar situado em 2050.

Depois desse álbum Damo Suzuki se apaixonou e decidiu casar. Só que a noiva era Testemunha de Jeová e exigiu que ele abandonasse a vida de hippie cósmico. E o bocó concordou e saiu da banda. Um dia ela ligou para Liebezeit dizendo que Suzuki estava morrendo. Ele havia contraído uma doença e os tais Testemunhas do Jeová proibiam que ele recebesse uma transfusão de sangue. Os amigos obrigaram-na a concordar com a transfusão e Damo recuperou-se bem. Divorciou-se, claro, mas não voltou para a banda, que tinha seguido adiante como quarteto.





Michael Karoli - guitarra, violino
Irmin Schmidt - teclados, sintetizador analógico Alpha 77
Damo Suzuki - vocal, percussão
Holger Czukay - baixo elétrico e acústico
Jaki Liebezeit - bateria, percussão





1 Future Days
2 Spray
3 Moonshake
4 Bel Air

3 comentários:

Marcelo disse...

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KD disse...

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Anônimo disse...

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