sexta-feira, 8 de abril de 2011

Jan Akkerman



Jan Akkerman é um dos mais admirados e versáteis guitarristas de todos os tempos. Abraça do rock ao jazz e do erudito aos ritmos latinos e chegou até a obscurecer Clapton, Page e Beck: em 1973 uma pesquisa da revista Melody Maker o apontou como o melhor do mundo.
Ele nasceu em Amsterdã, Holanda, na noite do Natal de 1946 e já muito cedo mostrava ampla inclinação musical. Diz a lenda que aos 3 anos tocou acordeon e aos 5 já apanhou uma guitarra, inicialmente um auto-didata e depois estudando violão clássico por 5 anos no Liceu Musical de Amsterdã onde obteve uma bolsa.
Formou a primeira banda com apenas 11 anos, The Friendship Sextet and The Shaking Hearts, e aos 15, ao lado do amigo e futuro companheiro de Focus Pierre van der Linden - apenas alguns mêses mais velho - formou o Johnny & The Cellar Rockers, gravando um single. Depois dessa, Jan se juntou ao The Hunters, uma banda instrumental com forte influ do The Shadows(banda inglesa q nasceu como backing de Cliff Richard,uma espécie de resposta inglesa à Elvis) formada por Sidney Wachter na bateria,Ron Bijtelaar no baixo e Paul Hubert na voz e guitarra.
Uma visita à Inglaterra despertou seu interesse pelo alaúde e pelas composições medievais as quais se tornariam um componente do seu trabalho, por exemplo, na faixa Elspeth of Nottingham do álbum Focus III.

Na sequência ele voltou a se reunir com o Van der Linden para formar a banda Brainbox com Kazimierz Lux no vocal e André Reynen no baixo. Eles foram bons o bastante para ter um contrato de gravação e em 69 lançaram um LP auto-denominado Brainbox. Durante as gravações desse disco Akkerman teve um namoro com o embrião do Focus, rolando umas jams e tal, e foi expulso da banda por causa disso. Assim sendo, ele ampliou a colaboração com o Focus, então formado pelo flautista erudito e organista Thijs van Leer, Martin Dresden no baixo e Hans Cleuver na bateria; juntos gravaram a trilha da versão holandesa da peça Hair e também o primeiro disco do Focus, In and Out of Focus, que não foi muito bem recebido.
Então era melhor reformular: Akkerman passa a ser membro efetivo e convida seu amigo Pierre Van der Linden para a bateria e Thijs traz o baixista Cyril Havermans(depois substituído pelo formidável Bert Ruiter). Assim, aí por 72, com o virtuosismo de Akkerman e a influência clássica nas composições com Van Leer, o Focus se torna um grande sucesso e transforma Jan Akkerman num ídolo da guitarra.
A carreira solo dele na verdade vem desde o tempo do Brainbox, em 68, quando gravou um álbum de covers chamado Talent for Sale que não foi lançado até que Akkerman disparasse com o Focus, o mesmo acontecendo com o álbum Profile que foi gravado em 69 mas só foi lançado em 72. Contudo, podemos considerar que seu primeiro álbum solo foi Tabernakel, lançado em 74, e que continha suas verdadeiras idéias musicais, incluindo aquele seu interesse pelo alaúde, que finalmente comprou e aprendeu a tocar. A metade desse álbum foi composta no modo medieval e é esquisito ouvir uns caras da pesada como Carmine Appice e Tim Bogert tocando nele.
Depois de deixar o Focus em 76 Jan Akkerman passou a liderar suas próprias bandas, lançando álbuns com úma única constante: o ecleticismo. Alguns acreditam que isso é até um obstáculo para ele já que nunca se dirije à um público específico e talvez por isso poucos de seus trabalhos sejam lançados fora da Holanda. Graças à Deus a internet veio contrabalançar essa visão estúpida e gananciosamente mercadológica que a indústria de discos tem da arte.
Anacronismos à parte, Jan Akkerman segue classificado ora como jazista, ora como roqueiro. Ele próprio tem um conceito diverso de si, afirmando considerar-se melhor guitarrista rítmico que líder - modéstia inclusa.
Em 76 Akkerman voltou a se encontrar com o vocalista do Brainbox, Kaz Lux, no álbum Eli, parceria que deu outro fruto em 80: Transparental. Ainda em 76, juntamente com o pianista e regente polonês Claus Ogerman lançou Aranjuez, um trabalho sobre peças eruditas, inclusive Modinha e as Bachianas Brasileiras de Villa-Lobos.
Em 77 formou um quinteto com o clarinetista de jazz Tony Scott e lançaram Prism, com temas de blues.
Em 78 fez uma parceria com o o tecladista de jazz alemão Joachim Kühn e lançaram 2 álbuns: Sunshower e Live!
Em 85 ele se reuniu à Thijs van Leer para lançar o álbum Focus, uma releitura de composições usando a eletrônica. Um monte de sintetizadores, Van Leer trocando o órgão Hammond pelo Yamaha DX7, a medonha Linn Drum...Ficou só nesse.
Em 88 ele se juntou à banda Forcefield composta por Cozy Powell e Tony Martin(antes de irem pro Sabbath).Gravaram The Talisman e no ano seguinte, To Oz & Back, com Grahan Bonnet no lugar de Martin. O som tem aquela batida típica dos anos 80 com teclados simulando metais e a guitarra de Akkerman pouco aparece.


As guitarras

O primeiro violão foi o do pai, claro, e a primeira guitarra elétrica foi a alemã Rogers de seu tio. Depois, já no Cellar Rockers ,tocou numa Höffner grandona e mudou para um modelo Les Paul, também da Höffner.

Trocou por uma Burns(a primeira decente) e por uma Fender Squier.

No Brainbox tocou uma Gretsch White Falcon,

mais adequada ao jazz, e no início do Focus usou uma Fender Telecaster. Akkerman chegou a gostar do som de uma Stratocaster mas detestou a disposição dos botões.
Em 72 ele foi procurado pela fabricante Framus e em conjunto criaram um modelo com sua assinatura que era uma síntese do que Akkerman gostava em cada modelo que tocava porém a Framus faliu e só restaram guitarras inacabadas.

Depois do álbum Moving Waves, Akkerman viu Eric clapton tocando numa Gibson Les Paul Custom, as Black Beauties, comprou uma mas não gostou dos agudos, enfiando um booster prá deixar do seu jeito. Essa é a usada no At The Rainbow.

Depois ele adquiriu uma Les Paul Personal mas pediu que fossem feitas modificações e o próprio filho de Les Paul, Gene, se encarregou do trabalho, entregando-a no estúdio em que Akkerman gravava Tabernakel. Foi usada também no Hamburger Concerto.

Depois dessa ele passou para uma Gibson Gold Top e então para um modelo feito especialmente para ele pela Catalyst Instruments chamada Firenze, que é uma reconstrução daquela Framus falida.

Jan experimentou também a synth-guitar, pela versatilidade, e numa fase de consciência ecológica usou uma guitarra fabricada com materiais compostos, alternativos à madeira, por uma firma italiana, a Meazzi.
Atualmente Jan usa uma Gibson L5 modificada com uma ponte Schaller Tune-O-Matic


e também uma nova Black Beauty.

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